Iniciativa chega ao fim na primeira quinta-feira de setembro, mas abre caminho para outras atividades educativas do espaço cultural
Após 12 sessões de visitas mediadas gratuitas durante as últimas seis semanas, o projeto cultural Quinta na Galeria terá as suas duas sessões finais realizadas nesta quinta-feira (05). A iniciativa é fruto de uma parceria entre a unidade da Cerrado Galeria em Goiânia e a CALÍOPE Projetos e Ações Patrimoniais para estimular o contato da população com a arte, democratizando esse acesso. Com a realização de duas visitas mediadas todas as quintas-feiras, o projeto é destinado a dois públicos diferentes, pois conta com sessões para o público geral e outras para turmas escolares. Desde o dia 25 de julho, quando teve início, o Quinta na Galeria já recebeu mais de 50 visitantes individuais e quatro escolas, contemplando pessoas de diferentes faixas etárias.
O propósito que vem sendo cumprido com a iniciativa é celebrado pela diretora da Cerrado Galeria em Goiânia, Júlia Mazzutti. “É muito importante aproximar o público das exposições que a galeria realiza e inserir a Cerrado na programação cultural da vida das pessoas. Esse tipo de atividade também busca estimular um contato de todos, desde pequenos, com a arte contemporânea de uma maneira acessível, interativa e relacionada ao dia a dia desse público mais jovem”, afirma. Seguindo o seu compromisso com ações de caráter educativo, a Cerrado Galeria terá outras iniciativas de teor semelhante ao do projeto Quinta na Galeria, como adianta a diretora. “A ideia é dar sequência ao programa educativo para o público escolar, tanto com visitas mediadas em horários fixos quanto com palestras, oficinas, cursos e outras atividades. A parceria com a CALÍOPE também deve gerar novos formatos de visitação pela galeria”, sinaliza Mazzutti. Essa relação também é enaltecida pela museóloga Bárbara Freire, que está à frente da CALÍOPE. “Por meio desse tipo de colaboração com a Cerrado Galeria, que é uma instituição parceira, buscamos fomentar o diálogo artístico e cultural com a população, contribuindo para o desenvolvimento e a apreciação das artes visuais no estado de Goiás”, reforça Freire, destacando ainda que o espaço tem um rico acervo de arte moderna e contemporânea regional e nacional.
Como participar Assim como nas sessões que já foram realizadas, os interessados em participar das sessões do dia 05 de setembro devem acessar o aplicativo “Fala Sério, aqui tem museu!”, que foi desenvolvido pela CALÍOPE. As inscrições são gratuitas, mas limitadas a 30 vagas por sessão. As opções de visitas são uma matutina, que vai das 10h30 às 12 horas, e outra vespertina, que tem início às 14h30 e é encerrada às 16 horas. A Cerrado Galeria fica na Rua 84 nº 61, no Setor Sul, em Goiânia. No caso das instituições de ensino, o responsável pelos alunos deverá preencher o formulário de inscrição assinalando o horário desejado para visitação da turma. Já para o público geral, a inscrição deverá ser feita individualmente. Em ambos os casos, é necessário acessar o aplicativo Fala Sério e clicar no ícone “Quinta na Galeria”. O aplicativo está disponível gratuitamente na Google Play, na Apple Store e pelo link https://pwa4.app.vc/fala_serio/home. Durante as visitas às exposições na galeria, um especialista realiza a mediação e apresenta ao público diversas informações relevantes sobre as obras de arte e os artistas que as conceberam. Como as visitas são mediadas, os visitantes também são incentivados a participar de maneira ativa, trocando conhecimentos e experiências, diferente do que ocorre com o tradicional monólogo em visitas que são apenas guiadas.
Sobre a Cerrado Galeria Fundada pelos empresários Lucio Albuquerque, Antônio Almeida e Carlos Dale em 2023, a Cerrado Galeria tem como intuito refletir o mundo a partir do Centro-Oeste do Brasil. Sua criação une mais de 30 anos de experiência e tem o objetivo de impulsionar a expansão da arte no território brasileiro, promovendo o cenário artístico regional. Assim como homenageia em seu nome o bioma da região onde está, a galeria destaca questões que envolvem ecologia, processos históricos e sociedade, evidenciando diversas manifestações culturais. Para isso, a galeria promove mostras individuais e coletivas, conversas públicas, ações educativas e outras atividades voltadas ao desenvolvimento da produção e do mercado de arte na região, assim como sua circulação e presença no Brasil e no mundo. Em Goiânia, a Cerrado Galeria ocupa a casa modernista projetada por David Libeskind na Rua 84, no Setor Sul, conservando azulejos originais que são um marco da arquitetura goiana. Já em Brasília, há duas unidades no Lago Sul: a Cerrado Galeria e o Cerrado Cultural.
Serviço Últimas sessões do projeto “Quinta na Galeria” Data: 05 de setembro (quinta-feira) Horários: das 10h30 às 12h e das 14h30 às 16h Local: Cerrado Galeria (Rua 84, nº 61 – Setor Sul, Goiânia) Inscrições: aplicativo “Fala Sério, aqui tem museu!” Mais informações: @cerrado.galeria e @falaserioapp (Instagram) As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas
Montagem dirigida por Fábio Porchat reúne nove esquetes cômicas que misturam textos inéditos e roteiros escritos há 20 anos, nos dias 6 e 7 de dezembro, no Teatro Goiânia. Os ingressos já estão disponíveis no site Ingresso Digital
Nos dias 6, às 19h e 7 de dezembro, às 18h, o palco do Teatro Goiânia recebe a comédia “Agora É Que São Elas!”, protagonizada por Júlia Rabello, Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco. Em cena, as atrizes se transformam em vinte personagens, entre femininos e masculinos, que conduzem nove esquetes escritos e dirigidos por Fábio Porchat.
A montagem se destaca pelo humor de identificação, que traz situações cotidianas e personagens reconhecíveis, sempre com espaço para improvisação. Cada apresentação se torna única, já que as cenas podem ganhar novas nuances a cada noite.
Os ingressos estão disponíveis no site Ingresso Digital (https://www.ingressodigital.com/), com valores entre R$ a R$ , de acordo com o setor escolhido na plateia e o tipo de ingresso (inteira, social ou meia). Também está disponível a opção de ingresso social, que garante desconto para todos que levarem 1 kg de alimento não perecível, que deverá ser entregue na portaria do evento, junto à validação do ingresso.
Para compor o espetáculo, Porchat reuniu textos inéditos e outros que remontam aos anos de 2004 e 2005, período em que era estudante da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro. Algumas das histórias foram originalmente encenadas ao lado do colega e amigo Paulo Gustavo.
“Foi muito lindo revisitar esses textos escritos há 20 anos, que eu fiz na escola pro meu colega Paulo Gustavo. E foi bom ver que esse material ainda é atual, funciona e é engraçado. Se estivermos conectados ao que acontece ao nosso redor, vamos entender o Brasil, os costumes e as pessoas que estão à nossa volta”, conta o diretor.
Entre os destaques está “Superstição”, que mostra o reencontro de duas amigas com visões opostas sobre crenças populares: uma devota de todos os rituais e outra totalmente cética. Já em “Selfie”, uma fã (Priscila) aborda uma atriz famosa (Maria Clara) em um restaurante, mas, ao tentar registrar a foto, começa a apontar defeitos na artista que admira. O esquete mais recente, “Meu bebê”, traz Júlia e Priscila como um casal que compara seu filho de oito meses com os das amigas, em uma competição implícita pelo título de criança mais inteligente.
Com diálogos afiados e situações que refletem a vida real, “Agora É Que São Elas!” oferece ao público goiano duas noites de humor inteligente, capaz de arrancar risadas ao mesmo tempo em que expõe fragilidades e manias tão humanas quanto atuais.
SERVIÇO
Agora É Que São Elas – Goiânia
Data: 6 e 7 de dezembro
Horário: 18h e 19h
Local: Teatro Goiânia (R. 23, 252 – St. Central, Goiânia)
Há artistas que não vêm ao mundo para enfeitar paredes. Vêm para ferir a superfície, para abrir fendas onde antes havia apenas uma imagem apaziguada. Erasmo Gama é desses. Sua arte não se oferece de imediato. Ela não grita. Ela sussurra e exige escuta. Quando estive diante das obras dele, senti que não bastava olhar. Era preciso entrar. Caminhar para dentro da cor, do corpo, do traço. Era preciso me despir das leituras prontas, da pressa cotidiana, da fadiga dos olhos acostumados a ver muito e sentir pouco. Erasmo pinta o silêncio humano, aquele que mora entre uma respiração e outra, aquele que acontece quando a alma se recolhe para sobreviver ao mundo. Seus rostos, às vezes diluídos, às vezes suspensos no quase-nada, não estão posando para nós: Eles existem, e existir nunca é leve. Há uma dor silenciosa em sua paleta. Mas é uma dor que não grita, não sangra, não faz espetáculo. É uma dor mansa, como quem já entendeu que a vida é bruta e sagrada ao mesmo tempo. Os corpos que ele pinta não carregam peso no gesto, carregam peso na alma. Há um recolhimento. Um pudor. Uma solidão tão profunda que quase escutamos o eco do pensamento. Erasmo olha para o mundo de dentro. E esse olhar exige coragem, a coragem de ver o que não é dito, o que não se exibe, o que não se mostra para sobreviver às relações. Sua arte é metafísica: não comenta o mundo, pergunta-o. Não desenha a vida, interroga-a. E, quando nos deparamos com suas figuras suspensas no tempo, sentimos que estamos diante de nós mesmos, mas nós como raramente nos vemos: vulneráveis, desarmados, inteiros. Percebi, enquanto observava, que ele não pinta a dor, ele pinta o depois da dor. O momento em que a alma se recompõe em silêncio, sem espetáculo, sem dramatização. O momento em que a vida segue, mesmo ainda latejando. Erasmo Gama não quer nos agradar. Ele quer nos atravessar. E atravessou. Saí dali diferente, como quem tocou uma ferida antiga e, ao invés de sangrar, compreendeu. Compreendi minha própria solidão. Eu não sabia, ao me aproximar das obras de Erasmo Gama, que algo em mim iria se mover de um jeito tão íntimo. Não era sobre forma ou técnica. Não era sobre o entendimento que se aprende nos livros ou nas salas brancas dos museus. O que ele pinta, não pedem explicação. Eles existem. Existe neles uma dor quieta, um eco de vida vivida, uma memória que não se grita, e eu reconheci tudo isso. Porque também já vivi silêncios que ninguém viu. Também já carreguei lágrimas que não chegaram a cair. Também já sentei diante da vida tentando entender onde foi que a alma ficou cansada. Erasmo não pinta sofrimento. Ele pinta o depois. Aquele instante onde a gente entende que a dor não nos destrói, ela nos molda. Ela ferve, depura, reconfigura. E, quando passa, deixa um vazio manso. Um vazio que não ameaça, acolhe. Eu olhava aquelas figuras suspensas no tempo e sentia que não era a obra que eu via. Era eu. Eu, com minhas memórias. Eu, com minhas perdas. Eu, com as palavras que calei para sobreviver. Eu, com a força que nasceu justamente quando pensei que não tinha mais nenhuma. E foi ali, sem ninguém perceber, que algo se abriu dentro de mim. Uma espécie de reconciliação. Uma conversa entre o que eu fui e o que eu ainda estou aprendendo a ser. Erasmo não faz arte para decorar paredes. Ele faz arte para abrir frestas. Para que o mundo entre. Para que a alma respire. Para que a gente se reconheça onde já não sabia mais se encontrar. Saí dali tocada. Não emocionada. Transformada. Porque existem artistas que pintam o mundo de fora. E existem artistas, raros, que pintam o mundo que existe dentro de nós. Erasmo Gama é desse último tipo. E eu o encontrei. Ou talvez…um cachorro de rua Caramelo, nos fez encontrar a poesia da vida. Cada um a sua maneira. Renata Soares sua esposa, com sua sensibilidade, é o portal da arte de Erasmo. Compreendi, que os dois se completam em um amor de nunca deixar a mão do outro. Compreendi esses instantes onde o mundo fica suspenso e só resta o coração como bússola. A arte dele não se explica. Se respira. Se escuta. Se leva consigo. E quem a leva, já não volta igual. Porque ver uma tela de Erasmo Gama é ser vista por ele. E, no fim, é isso que a arte verdadeira faz: Ela nos revela.
Se você quiser conhecer a obra do Erasmo Gama, ele estará dia 08/11 as 11hs ao lado de vários artistas na exposição Poíesis + Livro de Artista. Local: Ed. Buena Vista Office Design Avenida T4,619 Salas 704-705 – Setor Bueno
Projeto REEXISTIR celebra sua quarta edição neste sábado (18), em Goiânia
O Projeto REEXISTIR chega à sua quarta edição neste sábado, 18 de outubro, no Complexo Conecte Arte, localizado no bairro Jardim América, em Goiânia (GO). O evento vem se firmando como um dos mais importantes movimentos de valorização da cultura local, promovendo arte, diversidade e resistência cultural por meio de múltiplas expressões artísticas.
Palco do Complexo Conecte Arte no Jardim America em Goiânia
Consolidado como ponto de cultura reconhecido no Estado de Goiás, o REEXISTIR tem como propósito criar um espaço de expressão, pertencimento e transformação social, valorizando artistas independentes e ampliando o acesso à cultura.
A programação desta edição reúne uma rica mistura de linguagens — música, artes visuais, performances e circo, proporcionando ao público uma experiência sensorial e inspiradora.
Entre os destaques musicais, estão as talentosas cantoras selecionadas, Fernanda Felipe e Isadora Pinheiro, que se apresentam com repertórios autorais e releituras de clássicos da música brasileira.
Cantoras Selecionadas – Fernanda Felipe e Isadora Pinheiro
Na atração circense selecionada, o público poderá se encantar com a irreverência e o talento da Cia de Palhaços, que promete arrancar risadas e despertar o lúdico com performances cheias de poesia e humor.
A atração circense selecionada, Cia de Palhaços
O palco também recebe a participação especial das cantoras convidadas, Rainy Ághata e Regina Jardim, que completam a noite com interpretações potentes e cheias de emoção.
Cantoras Convidadas
Rainy Ághata
Regina Jardim
O acompanhamento musical será feito por uma banda formada por Leandro Mourão (violão), Arthur Ornelas (teclado) e Rafa Teixeira (percussão), músicos reconhecidos no cenário artístico goiano por sua versatilidade e sensibilidade.
A banda que acompanha as atrações artísticas. Rafa Teixeira, Arthur Ornelas e Leandro Mourão.
Além das apresentações, o evento abre espaço para artes visuais, intervenções urbanas e exposições que dialogam com temas de inclusão, sustentabilidade e resistência cultural.
O Projeto REEXISTIR é uma realização da Associação SuperAção Criativa, com produção executiva da empresa Cereja do Cerrado Produções. A iniciativa foi contemplada pelo Edital de Pontos de Cultura – GO, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Edital nº 018/2024).
O evento é gratuito e aberto ao público, reafirmando o compromisso do projeto com a democratização do acesso à cultura e o fortalecimento da arte como instrumento de transformação social.