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Direito das Mulheres

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Ana Carolina Fleury, advogada especialista em defesa dos direitos das mulheres, mães e crianças (crédito – Wanezza Soares)

Ataques na Justiça e maior risco de agressões: a realidade das mães no Brasil
Especialista avalia fatores que contribuem para as mães ficarem em relações abusivas mais do que outras mulheres e como os filhos também são afetados

O cenário atual das mães no Brasil aponta para problemas que demandam maior atenção do poder público, da Justiça e da sociedade em geral, conforme revelam estudos recentes. Especialista há mais de dez anos em defesa dos direitos de mulheres, mães e crianças, a advogada Ana Carolina Fleury avalia que o cenário indicado por esses dados é preocupante. A edição de 2025 da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que 43,8% das mulheres com filhos já sofreram violência ou agressão ao longo da vida por parte de parceiro atual ou ex.
Já entre as mulheres sem filhos, esse índice foi de 33,7%. Para Fleury, diversos fatores fazem as mães estarem mais sujeitas a sofrer violências. “Mulheres com filhos acreditam ter mais a perder e sentem mais medo de buscar seus direitos. Muitas preferem se manter em relações horríveis por razões como dependência emocional e financeira ou medo de implicações do divórcio, incluindo guarda dos filhos, regime de convivência, pensão alimentícia e divisão de bens”, destaca a especialista, que faz questão de reforçar que é possível sair de uma relação de forma segura.
A também mestra em Educação pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e pesquisadora pela Universidade de São Paulo (USP) alerta para um ponto-chave que não costuma ser levado em consideração por várias das vítimas. “Continuar numa relação com violência é danoso não só para a mulher, mas também para os filhos, pois um agressor jamais será um bom pai e um lar violento implica em toda uma vida de danos”, adverte. Nesse sentido, vale lembrar que a Lei 13.431, de 2017, também reconhece como vítima quem presenciou episódios violentos.
O levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que, muitas vezes, esses tipos de vítimas são os filhos. Ao todo, 27% dos casos de violências sofridas por mulheres nos últimos 12 meses foram testemunhados pelos filhos. “Crianças e adolescentes submetidos a episódios de violência podem sofrer uma série de impactos emocionais e psicológicos. Isso pode ser notado em relatos de processos judiciais, pois, frequentemente, as perícias identificam problemas enfrentados por esses filhos, como distúrbios de socialização, envolvimento com drogas e álcool e aumento da agressividade”, revela Ana Carolina Fleury.

Dependência financeira
Apontada como um dos fatores que contribuem para as mães continuarem em relacionamentos abusivos, a dependência financeira também é verificada nos dados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de ocupação entre mulheres que moram onde há uma criança com menos de seis anos é de apenas 56,6%, índice bem inferior ao de mulheres que residem onde não há crianças nessa faixa etária e menor ainda do que o de homens em ambos os casos.
Para a especialista Ana Carolina Fleury, essa taxa de ocupação baixa relaciona-se com dois fatores principais: a sobrecarga financeira pela falta de arbitramento de valores justos de pensão alimentícia para os filhos e a deficiência de políticas públicas voltadas para mães e crianças, como a insuficiência de boas creches e incentivos para as empresas contratarem mães. “As mulheres são retiradas do mercado de trabalho após a maternidade com frequência, seja pela demissão ou falta de possibilidade de se manterem no emprego. Assim, acabam dependendo do dinheiro de terceiros, como maridos e pais, para sobreviver”, destaca.

Outra violência
As dificuldades enfrentadas pelas mães vão além de contextos de dependência e episódios violentos no ambiente familiar, estendendo-se para a Justiça. Dados do Conselho Nacional de Justiça demonstram que o número de ações judiciais envolvendo a Lei de Alienação Parental cresceu mais de dez vezes em menos de uma década. Entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Ministério Público Federal e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania já se posicionaram a favor da revogação da lei, assim como várias instituições em prol das mulheres.
A advogada Ana Carolina Fleury explica que a Lei de Alienação Parental é usada com frequência por homens para descredibilizar denúncias feitas por mulheres que os acusaram de violência doméstica e abuso sexual infantil. “Na prática, os genitores tentam inverter denúncias da Lei Maria da Penha feitas pelas mães, alegando que estão sendo falsamente acusados pelas ex-companheiras para que não possam conviver com os filhos”, descreve.
Ela alerta que, nesse embate, o sistema judiciário age de forma equivocada com frequência, ao dar maior credibilidade a acusações de alienação parental feitas por homens do que para denúncias de violência doméstica e abuso sexual feitas por mulheres. “As consequências para as mães e os filhos em ações judiciais de alienação parental representam mais um tipo de violência, pois é assegurada aos juízes a aplicação de medidas muito graves, como inversão de guarda e lar de referência e suspensão da autoridade parental”, aponta a especialista.

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100 Mais Influentes do Mercado.

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PImobiliário 2025O advogado especialista em Direito Imobiliário Diego Amaral, sócio do Dias & Amaral Advogados Associados, foi reconhecido entre os 100 Mais Influentes do Mercado Imobiliário Brasileiro 2025, promovido pela CUPOLA e Imobi Report. Premiado na categoria Incorporação, ele se destacou por ser o único advogado entre os selecionados do grupo, reforçando sua atuação de referência no setor.

Johny Cândido

Jornalista Registro Profissional

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Goiânia recebe gravação do DVD O Maior Eletro Piseiro do Mundo em dezembro.

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WL reúne nomes do eletrofunk, piseiro e forró em projeto autoral gravado na Deboxe.

A gravação do DVD “O Maior Eletro Piseiro do Mundo” será realizada no dia 17 de dezembro, às 17h, na Deboxe Loja 2, em Goiânia.

O projeto marca um novo momento na carreira do cantor e compositor WL – O Caipira Estourado, natural de Lago da Pedra (MA), que consolida sua atuação musical com um trabalho totalmente autoral e a participação de artistas do eletrofunk, do piseiro e do forró.

WL está há dois anos e meio na W9 Eventos e ganhou projeção nacional após o lançamento do hit “Não Precisa Negar”, liberado logo após sua assinatura com a produtora. Segundo sua equipe, a faixa alcançou grande repercussão no país.

“Essa música foi sucesso no carnaval do ano passado e no verão. Natanzin Lima abre o show com ela, Xand Avião colocou no repertório e Wesley Safadão também já apresentou.

Muitos artistas estouraram a música, e agora estamos usando esse momento para dar um impulso no WL”, afirma a produção.

Parceria entre W9, Deboxe e Leko Eventos.

A gravação ocorre por meio de uma parceria entre a W9, Deboxe e Leko Eventos.

De acordo com a equipe, a união surgiu após a expansão dos DJs ligados à Deboxe, que ganharam destaque em grandes estruturas de shows.

“A Deboxe está em alta e os DJs, como Cíntia Souza, Ana Flávia, Gabriela Keimilly, Noobreak, Tubas e Vinícius Cavalcante, estão entre os principais do estado.

Essa parceria está ajudando a fortalecer o WL aqui em Goiás”, explica um dos responsáveis pelo projeto.

A ideia do DVD surgiu da junção de estilos musicais que estão em evidência.

“É a primeira vez que unimos o eletrofunk de Goiás com o forró e o piseiro do Nordeste.

A metade do DVD será com DJs e faixas do eletrofunk, todas compostas pelo WL.

Depois entram as participações do forró e piseiro”, explica o produtor.

Participações confirmadas e estrutura do projeto.

O projeto contará com artistas como Muriel Alves, Paulo Pires, Leãozinho do Forró, May e Gabi, Vei da Pressão, Tyago e Gabriel, Pedro Maya, Luiz Henrique(LH), Wagner Diniz, entre outros nomes exibidos no material oficial do evento.

Também participam vários DJs presentes na cena goiana.

A gravação terá produção musical de Alê Durante, profissional que trabalhou por dez anos com Thierry e atualmente assina projetos de Ju Marques.

Já a captação de imagens será feita pela Terra Produções, vencedora do Troféu Multishow pelo clipe de Ana Castela e Zé Felipe.

“O Rafael, que dirige a Terra Produções, também é sócio no trabalho do WL, então estamos organizando tudo para registrar o DVD com essa equipe que já está em outros projetos de grande alcance”, diz a produção.

O evento não será aberto ao público, apenas para convidados e imprensa: “Vamos ter chope, batida e um ambiente preparado para a gravação”, informou a organização.

WL, que já trabalhou na roça e chegou a interromper a carreira durante momentos de dificuldade, descreve o DVD como um passo decisivo.

“É um sonho poder colocar minhas músicas em um projeto desse tamanho”, afirmou durante a preparação.

Serviço

Evento: Gravação do DVD “O Maior Eletro Piseiro do Mundo”

Artista: WL – O Caipira Estourado

Data: 17 de dezembro de 2025

Horário: 17h

Local: Deboxe Loja 2 – Av. Piratininga – Nossa Sra. de Fátima, Goiânia – GO

Acesso: Apenas convidados

Participações especiais:

DJ Douth;

DJ Tubas;

DJ Vinícius Cavalcante;

DJ Noobreak;

DJ Ana Flávia;

DJ Cíntia Souza;

DJ Gabriella Keimilly;

DJ Tomas;

Pedro Maya;

Paulo Pires;May e Gabi;

Leãozinho do Forró;

Muriel Alves;

Luiz Henrique;

Tyago e Gabriel;

Vei da Pressão;

Wagner Diniz.

Assessoria de imprensa

Cris Soares

Thais Muniz

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Espetáculo traz o nascimento de Jesus para o interior de Goiás.

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E se Jesus tivesse nascido aqui em Goiás, em uma pequena currutela do interior? É exatamente essa a proposta do espetáculo musical Vila Belém, com exibição única aberta ao público, agendada para o dia 20 de dezembro no Teatro Madre Esperança Garrido, às 19h30min. 

Com muito bom humor e regionalismo, os personagens centrais do Natal atuam em um contexto sertanejo e prometem muitas risadas e surpresas mesmo em uma história tão conhecida.

Maria convive com a fofoca das lavadeiras, Herodes, aqui, é o Horondino, o prefeito-fazendeiro que manda e desmanda em toda a redondeza.

Os reis magos chegam a cavalo, vindos de terras do outro lado do Brasil para conhecer o Menino. 

Tudo isso em meio a dança, pamonha, galinha caipira, trajes típicos, canções típicas autorais e outros elementos da cultura goiana.

Organizada pela Igreja Metodista Central em Goiânia, 70 voluntários do Ministério de Artes estão ensaiando desde setembro para a exibição. 

“As pessoas vão ver Goiás ali”, diz Jeniffer Jacob, à frente da coordenação do espetáculo. 

Ela explica que, ao longo dos últimos anos, os espetáculos organizados pela Igreja Metodista Central em Goiânia vêm sendo construídos em diversos cenários e narrativas.

“É uma forma da mensagem central do nascimento de Jesus permanecer compreensível para diferentes gerações.

Ao transportarmos esta história para estes cenários atuais, a gente abre espaço a novas reflexões e olhares, ampliando seu alcance”, diz.

Mas ela reforça que a ideia não é substituir o texto bíblico – tanto que há diversas citações originais da Bíblia nos diálogos dos personagens durante o music al. 

Pastor Edinei Reolon, explica que o propósito do espetáculo é resgatar o sentido original do Natal e não deixar que ele se perca. 

“A comemoração do Natal está cada vez mais se distanciando do original e isso é comum acontecer, já que se passaram mais de 2 mil anos.

Então, constantemente, precisamos reafirmar o sentido real desta história.

Quando a gente comemora um aniversário,  não é  normal que os pais e pessoas próximas comentem como foi o nascimento da pessoa? Então, é isso que estamos buscando”, refletiu. 

Os ingressos estão à venda em valor simbólico para subsidiar os custos e podem ser adquiridos antecipadamente através do WhatsApp (62) 98406-3468. No dia do espetáculo, também estará sendo vendido na bilheteria enquanto houver vagas.

O valor é de R$ 30. Crianças até 06 anos não pagam, mas não tem direito a assento individual.

Crianças de Até 10 anos pagam meia com direito a assento; a partir de 11 anos, o valor é integral. 

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS

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