Ana Beatrix Caixeta, médica infectologista
Médica infectologista orienta sobre como evitar o mal, que tem como sintomas mais comuns náuseas, vômitos, febre, diarreia, dor abdominal e mal-estar geral.
As férias e o calor do meio do ano são o cenário ideal para passeios, refeições fora de casa e viagens.
Mas também são um período crítico para o aumento dos casos de intoxicação alimentar.
A combinação de altas temperaturas, armazenamento inadequado dos alimentos e mudanças na rotina alimentar favorece a proliferação de bactérias, vírus e toxinas, que podem comprometer a saúde de crianças e adultos.
De acordo com a infectologista Ana Beatrix Caixeta, do Hospital Unique, o risco cresce quando as refeições são feitas fora de casa, especialmente em locais com higiene duvidosa.
“Se o estabelecimento não segue normas sanitárias rigorosas, com cuidado na manipulação dos alimentos e uso de água tratada, o risco de intoxicação aumenta consideravelmente”, alerta a médica.
Além das más condições de preparo e conservação, alimentos crus como carnes, peixes e frutos do mar exigem atenção redobrada.
“Sempre que houver dúvida sobre a procedência, é melhor optar por alimentos cozidos, já que o calor elimina parte significativa dos agentes contaminantes”, recomenda a médica.
Os sintomas mais comuns da intoxicação alimentar são náuseas, vômitos, febre, diarreia – às vezes com sangue ou muco –, dor abdominal e mal-estar geral.
Em casos mais severos, pode haver desidratação e agravamento do quadro.
Segundo a especialista, a automedicação deve ser evitada. “O ideal é procurar assistência médica, principalmente se os sintomas forem intensos ou persistentes”, orienta.Entre os principais causadores da intoxicação estão as bactérias Salmonella, Campylobacter e E. coli, além de vírus como o Norovírus e parasitas como o Cryptosporidium.
Esses microrganismos podem estar presentes em alimentos contaminados ou até na água utilizada no preparo das refeições.
Para evitar o problema, algumas medidas simples são essenciais, como higienizar bem as mãos, lavar frutas e verduras com água potável, manter alimentos refrigerados de forma adequada e evitar o consumo de produtos com aspecto, cheiro ou sabor alterado.
“Se o alimento apresentar qualquer sinal de deterioração, a melhor decisão é descartar”, reforça a médica.É importante também observar a origem da água consumida e evitar gelo feito com água não filtrada.
Outro ponto de atenção são os bufês: alimentos que ficam muito tempo expostos ao ambiente podem entrar na chamada “zona de perigo térmico”, entre 8°C e 60°C, que favorece o crescimento de bactérias.
Em caso de suspeita de intoxicação alimentar, a recomendação é manter a hidratação com água ou soro de reidratação oral e procurar orientação médica.
“A intoxicação pode parecer um mal-estar passageiro, mas, se não tratada corretamente, pode evoluir para quadros graves e até levar à morte”, alerta a infectologista.
Em resumo: prevenção é a melhor medida.
Evitar alimentos crus, se alimentar em locais com boa reputação sanitária, manter a higiene pessoal e dar preferência a pratos preparados na hora são atitudes que podem garantir férias tranquilas e livres de riscos.
*Serviço
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