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Agronegócios

Planejamento.

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Com taxa de juros em 19%, modelo tradicional de pecuária extensiva perde competitividade e empurra produtores ao endividamento, alerta especialista Diferença entre juros e rentabilidade ameaça sustentabilidade da pecuária extensiva, aponta Fabiano Tavares

A atual taxa de juros no Brasil, próxima dos 19%, tem provocado forte desequilíbrio financeiro entre produtores de gado de corte que ainda operam em modelos tradicionais de pecuária extensiva. O alerta é do consultor financeiro e zootecnista Fabiano Tavares, que analisa o impacto da diferença entre o custo do capital e a rentabilidade média da atividade, hoje estimada em 13% ao ano.

Segundo o especialista, a pecuária de corte a pasto, sem uso de confinamento ou técnicas de intensificação, já foi uma atividade de alta margem. “Na década de 60 e 70, o produtor conseguia margens de 40% a 45% ao ano. Hoje, essa realidade mudou. As margens máximas giram em torno de 13%, e isso não cobre o custo do dinheiro disponível no mercado, que está próximo de 19% a 19,5%”, explica Tavares.

A conta, segundo ele, não fecha. “Se você capta a 19% e tem retorno de 13%, é impossível sustentar a operação. É o que estamos vendo: produtores endividados, propriedades à venda e aumento nos pedidos de recuperação judicial”, comenta.

Para reverter esse cenário, Fabiano Tavares defende a intensificação produtiva e o uso estratégico de ciclos de recria e terminação. “É preciso aumentar a geração de caixa. Uma saída é trabalhar a recria e terminação durante o período das águas, quando o capim está verde, e transferir os animais para confinamento ou sistemas de engorda intensiva na seca”, orienta.

Com esse planejamento, explica o consultor, o produtor pode ampliar sua rentabilidade de forma significativa. “Mantendo 13% de margem nas águas e fazendo dois giros de confinamento com 10% cada, é possível alcançar entre 33% e 36% ao ano. A diferença está em planejar o uso do capital e entender que o modelo extensivo puro, nos moldes de décadas passadas, não é mais sustentável”, conclui.

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Agronegócios

Capacitação.

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Itapirapuã reforça importância do conhecimento técnico para agricultores familiares. Iniciativa reforça o papel do Sindicato Rural de Itapirapuã como espaço de conhecimento e valorização da agricultura familiar

Nos dias 10 e 11 de outubro, o Sindicato Rural de Itapirapuã sediou o 5º Ciclo de Capacitação de Agricultores Familiares em Goiás, iniciativa que integra o projeto Capacitação de Agricultores Familiares em Goiás, desenvolvido pelo Núcleo Solos da UFG, com apoio da Fapeg, Cebio, Funape, PTSS e Escola de Agronomia da UFG.

Durante dois dias, produtores e produtoras da região participaram de oficinas e palestras voltadas ao aprimoramento técnico e sustentável da produção rural, com foco em manejo do solo, boas práticas agrícolas e inovação no campo. O evento teve como principal objetivo fortalecer a agricultura familiar por meio da disseminação de conhecimento acessível e aplicável à realidade local.

Para o presidente do Sindicato Rural de Itapirapuã, Edgar Scatena Filho, a iniciativa representa um passo importante na valorização e no desenvolvimento do produtor familiar.

“Nosso papel é oferecer oportunidades para que o agricultor esteja cada vez mais preparado para enfrentar os desafios do campo. A capacitação é o caminho para aumentar a produtividade, garantir qualidade e preservar o meio ambiente. Ficamos muito satisfeitos em ver o engajamento dos produtores locais”, destacou.

O encontro reforçou ainda o papel do Sindicato Rural como espaço de diálogo e aprendizado, que tem buscado oferecer capacitações e ações voltadas à formação técnica no setor agropecuário.

@sindicatoruraldeitapirapua

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Agronegócios

Ernst Götsch traz princípios da agricultura sintrópica para o urbanismo, em Goiânia

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O agricultor mundialmente reconhecido pela criação da técnica de cultivo foi convidado a aplicá-la ao condomínio Aldeia do Vale, referência em convivência entre homem e natureza

Cada espécie vegetal tem sua função na natureza e colabora para o equilíbrio ambiental. Se cultivadas em consórcio, colaboram entre si e trazem benefícios como a manutenção e recuperação de lençóis freáticos e nascentes, além de manter o solo rico em nutrientes. Espécies arbóreas e alimentícias podem ser plantadas juntas, gerando assim a produção de alimentos enquanto a floresta cresce. 

Estes são princípios da agricultura sintrópica, conceito desenvolvido pelo suiço Ernst Götsch, que se tornou mundialmente reconhecido pelo método. Convidado pela Associação dos Amigos do Residencial Aldeia do Vale (Saalva), ele veio à Goiânia pela primeira vez, para analisar as áreas verdes e reservas ambientais contidas num dos condomínios horizontais mais tradicionais da capital, o Aldeia do Vale, idealizado e lançado pela Tropical Urbanismo. 

“A vinda do Ernst foi motivada pelo nosso desejo de tornar nossas áreas verdes cada vez mais mais harmônicas ambientalmente, considerando a fauna, a flora, os recursos hídricos e os próprios moradores”, declarou Luis Henrique Vita, coordenador, diretor de meio ambiente da Saalva.

Ao longo de dois dias de sua visita, Ernst proporcionou um verdadeiro curso imersivo de conscientização ambiental, rotacionamento de culturas e biodiversidade aos representantes da Saalva e aos moradores do condomínio que se disponibilizaram a acompanhar as trilhas e palestras. 

O agricultor comentou as espécies que melhor se adaptariam à cada região, o modo de cultivo ideal – considerando o índice de precipitação da chuva, ordem de plantio, interação de culturas e incidência de luz solar -, propôs soluções para harmonizar, ainda mais, a convivência dos moradores com a fauna e flora locais, e ainda recomendou cuidados extras para as nascentes presentes no condomínio, que ocupa área superior a  4,5 milhões e possui  750 mil metros quadrados só de reserva, fora os parques e área de paisagismo. No perímetro, existem três nascentes.

Paulo Roberto da Costa, sócio do Grupo Tropical, responsável pela implantação do projeto e atualmente morador do condomínio, lembra que o Aldeia do Vale foi implantado com baixa densidade, no máximo 20% de ocupação da área. O restante do lote é de área permeável. “Foi um sonho criar um condomínio ecológico porque a nossa essência é essa, o goiano aprecia estar perto da natureza”, lembra. 

Casas sem muros e com grandes afastamentos entre si abriram espaço para que verde se tornasse um grande protagonista do lugar. A vegetação original da área foi mantida e o empreendedor plantou mais 100 mil árvores na época da implantação. As intervenções foram feitas apenas para as vias, áreas comuns e para as casas do condomínio. A cada árvore retirada para a construção das casas, devem ser plantadas outras três. “Então, a preocupação ambiental está no DNA do Aldeia do Vale, e agora os moradores convidaram Ernst para aprimorar este compromisso com a natureza”, diz Paulo Roberto da Costa, sócio do Grupo Tropical.

Para ele, o engajamento dos moradores é fundamental para uma ocupação responsável. “O sucesso de um empreendimento como este é  resultado de um projeto bem elaborado e implantado. Os outros 50% vêm do compromisso das pessoas com o lugar, e o convite do especialista a partir da Saalva representa isso muito bem”, conclui Paulo Roberto.

Moradores do Condomínio Aldeia do Vale e representantes da Saalva acompanharam Ernst Götsch em sua visita ecológica pelas áreas verdes do condomínio
Raquel Pinho

Esta  foi a primeira vez que Ernst aplicou o conhecimento em agricultura sintrópica no meio urbano. “É uma honra para mim e um grande desafio de dialogar com  público completamente diferente. Ao mesmo tempo, é uma forma de contribuir [com as cidades] porque 90% da população [brasileira] vive na zona urbana”, disse. Durante sua visita, Ernst conheceu também a técnica dos swales que estão sendo implantados nos novos lançamentos desenvolvidos pela Raiz Urbana, empresa do Grupo Tropical. Ele visitou as obras do Aldeia Santerê, em Terezópolis de Goiás, que contará com esta técnica de drenagem da água das chuvas, inspiradas nas curvas de nível da agricultura.  O futuro condomínio faz parte da linha Aldeia, terá características do Aldeia do Vale e virá inovações em sustentabilidade. 

Quem é Ernst Götsch?

Na década de 1980, Göstch encerrou suas pesquisas em melhoramento genético na Suíça, seu país de origem, pois estava convicto de que era possível usufruir de melhores resultados com a agricultura se o plantio fosse feito em harmonia com o bioma nativo da região. Assim, adotou o Brasil como sua nova terra, e mudou-se para a Fazenda Fugidos da Terra Seca – hoje conhecida como Fazenda Olhos d’Água – em Piraí do Norte, região do cacau na Bahia, onde aplicou seu método de agricultura. 

O proprietário anterior da fazenda realizava exploração madeireira no terreno para abastecer uma serraria própria, e quando não havia mais o que cortar, converteu a terra em pastagens para porcos e também para o cultivo de mandioca. Isso esgotou o solo da propriedade de 510 hectares e assoreou 14 riachos que cruzavam a fazenda.

A partir dessas condições desafiadoras, Ernst desenvolveu a agricultura sintrópica na fazenda e amenizou o débito que a sociedade tem com o bioma da Caatinga, que, de acordo com a Articulação Semiárido Brasileiro (Asa), já perdeu cerca de 53,62% de sua cobertura vegetal original. Em sua propriedade, foi percebido um aumento de 70% na quantidade de chuvas na fazenda Olho d’Água, e o reflorestamento da propriedade de Ernst fez com que chovesse mais em áreas que ficam a até 8 km a oeste da fazenda. Os efeitos foram reconhecidos internacionalmente, por países como Portugal, Alemanha e Espanha.

“Ao fazer a associação de culturas de maneira eficiente, criamos um ecossistema mais autossuficiente. Se uma espécie de porte menor for cultivada aos pés de uma árvore de grande porte, na estação de queda das folhas a menor vai ter mais umidade e matéria orgânica, o que diminui a necessidade de irrigar com frequência e garante frutos de maior qualidade”, explicou Ernst durante a consultoria, sendo este um dos vários exemplos de como a agricultura sintrópica poderia ser implantada em contextos urbanos. 

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS
Raquel Pinho e equipe

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Agronegócios

Expedição Regenera

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Agrex do Brasil e Gênica realizam ação para capacitar produtores rurais

Iniciativa terá como principal atividade a Clínica de Nematoides, que será conduzida pelo professor Alessandro Fortunato. Objetivo é orientar clientes sobre o manejo biológico destes e de outras pragas do cerrado brasileiro

A Agrex do Brasil, empresa da Mitsubishi Corporation, inicia 2025 com ações voltadas ao fortalecimento da agricultura sustentável no cerrado brasileiro. Após liderar, em junho de 2024, uma captação de R$ 68 milhões para a Gênica – empresa 100% brasileira especializada em bioinsumos com sede em Piracicaba (SP) e que integra o grupo Agrex do Brasil – a companhia apresenta a Expedição Regenera. Durante os meses de janeiro e fevereiro, por meio da iniciativa, será levada a Clínica de Nematoides a todas as filiais da Agrex no cerrado brasileiro, abrangendo estados como Goiás, Mato Grosso, Piauí, Pará, Maranhão e Tocantins. 

O executivo de conta da Gênica, Felipe Pereira, conta que a atividade será conduzida pelo professor de Agronomia da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Alessandro Antônio Fortunato, que é uma referência nos estudos sobre vermes e outras ameaças que causam prejuízo aos agricultores. “O objetivo da clínica será capacitar produtores rurais e consultores na identificação e manejo de nematoides (parasitas que integram uma classificação de animais cilíndricos e alongados, que se desenvolvem em determinadas regiões) e outras pragas que impactam diretamente a produtividade agrícola”, explica. 

Mariane Pertile, especialista em desenvolvimento técnico de mercado da Gênica, revela ainda que, durante as atividades, serão observados os danos causados por nematoides e fungos de solo, além de discutidas soluções práticas e sustentáveis por meio das estratégias de manejo biológico desenvolvidas pela Gênica. “Nosso objetivo é fornecer aos produtores as ferramentas necessárias para enfrentar desafios recorrentes no campo, adotando práticas que unam produtividade e sustentabilidade,” destaca. Para ela, com a Clínica de Nematoides, a Agrex do Brasil e a Gênica fortalecem a missão de entregar soluções inovadoras e integradas para o agronegócio brasileiro, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade das produções no cerrado.  

Conforme o cronograma estabelecido pelas organizações, a primeira clínica foi ministrada na primeira semana de janeiro, na cidade de Redenção (PA). Na sequência, percorreu a região de Palmas, no Tocantins, e na segunda semana esteve no estado de Goiás, finalizando na sexta-feira, 17, na cidade de Catalão (GO). Desde o dia 20 de janeiro, as clínicas têm sido realizadas em diversas cidades do Mato Grosso e seguem neste Estado até 1º de fevereiro. De 17 a 22 de fevereiro, percorrerão municípios do Pará, Maranhão e Piauí.  

Sobre a Agrex do Brasil   

Com quase 30 anos de experiência no setor agrícola, a Agrex do Brasil – subsidiária do Grupo Mitsubishi no setor de agronegócios brasileiro – é referência em inovação, qualidade e sustentabilidade. Atua nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará, Bahia, Mato Grosso e Goiás, oferecendo produtos e serviços que atendem a toda a cadeia produtiva de grãos. Possui um portfólio completo e integrado de soluções para o produtor rural em parceria com os maiores nomes globais. Sua matriz fica em Goiânia, no estado de Goiás.  

Sobre a Gênica  

Fundada no ano de 2015, a Gênica é uma indústria de bioinsumos focada em resultados, qualidade e inovação. Sediada em Piracicaba (SP), a empresa nasceu no Agtech Valley, com a proposta de ser um centro de inovação de biotecnologia, que propõe soluções que vão impactar positivamente diversas gerações. Em seu portfólio, a Gênica oferece soluções regenerativas que desempenham um importante papel na construção de sistemas agrícolas mais eficientes e sustentáveis. 

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