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Vinhos

Assim como o vinho, a nossa certeza é a morte

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Vinho morre, sabia? É, amigos leitores, sinto muito em dizer, mas a única certeza na vida de um vinho é de que um dia ele vai morrer. Assim como na minha vida, ou na sua, quer coisa mais humana? A única certeza da vida, é a morte!

Não existe certo ou errado, nem razão e respostas. Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte. Não importa o quanto você tente, não importa se são boas suas intenções, você comete erros. Você irá machucar pessoas. E se machucar.Há apenas uma coisa que pode ser dita, esquecer e perdoar. É um bom conselho, mas não muito prático. Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta. Quando alguém erra conosco, queremos estar certos. Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham. E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer. Assim como a vida,  a composição de um vinho é muito complexa – tem a ver com as uvas, o corpo, os taninos e tudo o mais. O fato é que cada vinho é único, e cada vinho tem seu tempo, a sua validade. Se algum dia alguém perguntar sobre uma certeza, direi que a morte está certa!

De tantos e muitos, no final restará apenas você e ela…tudo aquilo que amava ficará, restará as sementes do que lhe foram plantado nos corações e brotarão as emoções de uma bela colheita ou não! Então, vamos imaginar a linha de vida de um vinho. Tudo começa quando acaba a fermentação, e o vinho se torna, de fato, um vinho. É inevitável que o vinho e o ar se encontrem nesse momento, ou seja, começa a oxidação. Claro que é uma oxidação mínima, pois os barris de carvalho, os tanques de inox, a garrafa, foram todos feitos para evitar ao mínimo que o processo aconteça. Acontece pouco, mas acontece. Nessa fase, a oxidação é desejável – ela revela os sabores, deixa-os mais profundos, amacia a potência, deixa o vinho mais fácil e mais gostoso de beber. O vinho começa a evoluir, e isso é muito bom! Porém, uma hora, ele chega ao auge. E sabe o que espera qualquer um depois de seu auge? A decadência! Quando atinge o seu ponto alto, o vinho começa perder suas propriedades, os sabores vão ficando passados (como o de uma fruta que amadureceu demais), a acidez se perde, fica “chocho”. Tintos muito descoloridos e brancos muito escuros podem ser indícios de decrepitude. Isso até o fim: o vinho vira vinagre. Como é a vida! Viramos pó. Ilusão e realidade há uma distância a ser percorrida por nossa percepção ao enxergar a morte distante e a vida próxima, quando diminuímos essa distância, diminuímos a ilusão da certeza na vida e a incerteza na morte, realizando isso viveremos plenamente. Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar que a vida, é o único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha morte é o mesmo que se sente quando o barco está em perigo: encontramo-nos todos na mesma situação. A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas. A convivência mais próxima com a natureza e a consequente observação do ciclo vital de todos os seres vivos permite-nos sentir-se parte desse conjunto, e aí a morte é aceita, por sua vez, como parte da existência. A vida flui como um rio deslizando em verdejantes planícies. As pessoas que desejam redescobrir o sentido da vida devem vivê-la na melhor de suas qualidades.

A morte não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Tolice é viver a vida assim, sem aventura e feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver numa viagem louca e termina a outra viagem é além do céu com o desconhecido. Viva a vida no caminho, porque a jornada é mais importante que a chegada. Eu acredito que o sentido da vida seja trazer sentido a outras vidas! Um vinho “morto” não terá mais nada a oferecer com o tempo. Por isso, há quem diga que é melhor abrir um vinho um dia antes do seu apogeu do que um dia depois. Mas, quando é esse apogeu? Ninguém realmente sabe.Não há tempo para viver em vão. Assim como o vinho, a vida é de quem se permite viver e não morrer no vazio. Viva pelo prazer, porque a morte, o céu ou o inferno, nos espera!

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Vinícula

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Os casais Adriano Donzelli e Laís e Sérgio Azevedo e Rosa Donzelli sendo recebido pelo enólogo Leonardo Valduga na Vinícola Marco Luigi que agora conta com também com um espaço de eventos MARCO LUIGI,  indescritível para realização de casamentos, festas e outros acontecimentos.


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Confraria

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Que evento incrível!

Parece que a Confraria da Gina fez uma ótima escolha para começar o ano! Cabernet Sauvignon é realmente uma uva que agrada muitos paladares, especialmente em uma ocasião especial como essa. E o ambiente da Reserva 35, com certeza, deve ter completado a experiência de forma incrível! As amigas Márcia Villela, Linda Bessa e Chris Maia, juntas, devem ter formado uma ótima companhia para essa reunião, não é? Deve ter sido uma noite cheia de boas conversas e vinho de qualidade!

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Festival Despertar do Vale confirma quarta edição para o dia 12 de abril

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Encontro enogastronômico convida a experimentar atrativos do Vale dos Vinhedos

Emoldurado pelas paisagens únicas do Vale dos Vinhedos, o Festival Despertar do Vale reúne vinícolas, restaurantes, empórios, agroindústrias e estabelecimentos locais para celebrar, em clima de encontro cultural e enogastronômico, os vinhos e espumantes proporcionados pelo fruto símbolo da região. Em 2025, esse momento já ganhou data para ser festejado: dia 12 de abril.
 

Sua quarta edição é um convite para (re)descobrir o Vale dos Vinhedos sob outra ótica. O encontro ocorre no outono, quando novas cores dão lugar ao verde exuberante do verão, enchendo o Vale de nuances e mostrando que, não importa a época do ano, o destino sempre tem atrativos para serem visitados. Os estabelecimentos participantes, assim como a programação artística, serão conhecidos nas próximas semanas, mas parte da agenda está definida. Ela terá início com a realização de uma missa, às 10h30min, celebrada na emblemática Capela das Almas, primeiro templo erigido no Vale, em 1880 – a atual estrutura data de 1928.
 

Em 2024, mais de 5 mil pessoas aproveitaram para degustar os mundialmente reconhecidos vinhos e espumantes de dezenas de vinícolas associadas à Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), promotora do evento, enquanto saboreavam a culinária local ao ar livre, curtindo a natureza em meio a apresentações musicais durante todo o dia. A edição marcou a retomada da programação, realizada também nos anos de 2017 e 2018. “Em 2025, reafirmamos a condição diferenciada do Vale dos Vinhedos como local de experiências enogastronômicas. O Despertar do Vale faz da região destino também de interesse cultural, aproximando visitantes de saberes e ofícios centenários que moldaram a vida no lugar e seguem sendo reproduzidos pelas gerações atuais, que mantêm a essência do Vale viva”, explica Tiago Crestani, Diretor de Marketing e Eventos da Aprovale.
 

O Vale dos Vinhedos, cuja história remonta a 1875, com a chegada dos imigrantes italianos, também é um dos distritos de Bento Gonçalves, sendo criado oficialmente em 1990. Na época, algumas atividades de turismo já aconteciam na região, e o processo se iniciou naturalmente. A rota turística começou a ser estruturada quando a Aprovale foi fundada, em 1995, transformando a região no maior destino enoturístico do país e em uma das mais importantes regiões produtoras de vinhos e espumantes do mundo. Portanto, a realização da 4ª edição do Festival Despertar do Vale será ainda mais especial, pois, além de destacar as atrações do destino turístico, comemora os 150 anos da imigração italiana na Serra Gaúcha e os 30 anos de fundação da Aprovale.  

Serviço

O quê: 4º Festival Despertar do Vale

Quando: dia 12 de abril, das 10h às 22h

Onde: Centro Histórico do Vale dos Vinhedos, Capela das Almas (Linha 6 da Leopoldina).

Quanto: Acesso gratuito. Taça oficial do evento – R$ 15.

Viviane Somacal
Exata Comunicação
54. 99972-1940

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