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Economia

Ziriguidum do D9 – Resumo de 6ª Feira, 11.02.2022

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Resumo de sexta, 11 de fevereiro de 2022

Edição de Chico Bruno

Manchetes

Valor Econômico – Devolvido, Galeão irá a leilão junto com o Santos Dumont

O GLOBO – Governo decide leiloar Galeão e Santos Dumont juntos em 2023

FOLHA DE S.PAULO – Setor de serviços tem alta recorde, mas fôlego é curto

O ESTADO DE S.PAULO – Embrapa busca independência e decide ficar sócia de empresas

CORREIO BRAZILIENSE – Câmara inclui novas categorias na MP da casa para policiais

Destaques de primeiras páginas e do editor

 

Dois juntinhos em leilão – O processo de concessão do aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, teve nova reviravolta nesta quinta (10). O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou o adiamento do leilão do terminal, previsto agora para ser realizado em 2023, em conjunto com o aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, também localizado na capital fluminense. A ideia é que os dois aeroportos tenham o mesmo operador. A decisão veio após a concessionária RIOGaleão anunciar que apresentou ao governo federal um pedido de devolução do aeroporto localizado na Ilha do Governador. A empresa justificou a medida citando os impactos da crise econômica e da Covid-19 sobre o setor de aviação. O Galeão vinha apresentando mais dificuldades do que o Santos Dumont para retomar as operações. Até a realização da relicitação, a RIOGaleão assinará um termo aditivo com o governo para assegurar a continuidade da operação, seguindo requisitos de qualidade e prestação de serviços. Segundo Tarcísio, há um prazo de dois anos para a transição. Nesse período, o governo e a concessionária farão os acertos finais para o encerramento do contrato, o que inclui eventuais indenizações por investimentos realizados pela operadora que ainda não tenham sido amortizados.

 

Mais liberdade – Estatal com papel central no desenvolvimento do agronegócio do País, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) quer se tornar financeiramente independente do orçamento federal e, para isso, planeja reestruturação que deve mudar seu perfil nos próximos anos. O projeto envolve corte de custos, redução de despesas com pessoal e um novo modelo de negócios, com a associação a empresas privadas que colocarem no mercado os produtos desenvolvidos em seus centros de pesquisa – hoje, a Embrapa recebe apenas royalties. Em 2020, a operação custou cerca de R$ 350 milhões.

 

Copo pela metade – O desempenho do setor de serviços acima do esperado em dezembro aponta para um cenário de atividade econômica mais aquecida no país no final de 2021, dizem analistas. Segundo eles, a alta de 1,4% no volume do setor, na comparação com novembro, reforça as apostas de PIB (Produto Interno Bruto) com variação positiva no quarto trimestre do ano passado. O quadro, porém, ainda está longe de causar empolgação. Há risco de a atividade econômica perder fôlego já no primeiro trimestre de 2022, apontam analistas. O que causa preocupação neste início de ano é a combinação entre juros mais altos, cujos efeitos tendem a ser intensificados, e inflação persistente. Em conjunto, os fatores jogam contra o consumo e os investimentos produtivos. O desempenho do setor de serviços em dezembro foi divulgado nesta quinta (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variação de 1,4% superou com folga as expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam avanço de 0,6%.

 

Enchendo o cesto – A votação da medida provisória que cria o Programa Nacional de Apoio à Aquisição de Habitação para Profissionais da Segurança Pública foi concluída ontem pela Câmara. Batizado de Habite Seguro, o texto segue agora para o Senado, onde precisa ser apreciado até o dia 21 para que a MP não perca a validade. A proposta original era um aceno do governo Bolsonaro a policiais militares, civis e agentes penitenciários. Mas os deputados decidiram beneficiar, também, agentes socioeducativos e de trânsito e, ainda, policiais legislativos. Os recursos para subsidiar a casa própria desses profissionais sairão do Fundo Nacional de Segurança Pública. O financiamento poderá ser pago em parcelas máximas de R$ 2,1 mil em até 450 meses (35 anos).

 

Doria dá aumento de 20% a policiais e profissionais da saúde – Profissionais de saúde e das forças de segurança de São Paulo, o que inclui policiais civis e militares, terão aumento de 20% nos salários a partir de março, anunciou ontem o governador João Doria (PSDB). Demais servidores do Estado terão acréscimo de 10% na remuneração. O anúncio da medida, que ainda deve ser aprovada pela Assembleia Legislativa (Alesp), ocorre às vésperas de Doria ter de deixar o cargo para concorrer à Presidência. “Todas as forças policiais, indistintamente, todas as forças de segurança terão um aumento de 20% nos seus salários, a partir do próximo dia 1.º de março”, anunciou o governador. A medida inclui agentes da ativa e profissionais aposentados das Polícias Civil, Militar (na qual estão inseridos os bombeiros) e Científica, além dos agentes penitenciários. O mesmo será feito em relação aos profissionais de saúde, que “receberão, a partir do dia 1.º de março, 20% de aumento nos seus salários”, segundo Doria. “Da mesma maneira, (a medida inclui) os que estão na ativa e os que não estão.” Os demais servidores de São Paulo – os que não se enquadram nas categorias de segurança ou saúde – receberão aumento de 10%. Ao todo, o Estado conta com 541,1 mil servidores públicos, sendo 276,4 mil deles da área de segurança, 69,7 mil da área da saúde e 195 mil de outras áreas.

 

Bolsonaro age como as milícias digitais, diz relatório da PF – Em relatório parcial sobre o inquérito das milícias digitais enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirmou que o “modo de agir” do presidente Jair Bolsonaro se assemelha à atuação do grupo investigado por promover ataques à democracia e por disseminar notícias falsas. Ainda segundo a PF, há uma “atuação orquestrada” dessas milícias para espalhar desinformação usando a estrutura do “gabinete do ódio” – grupo formado por aliados do presidente que atuaria até mesmo de dentro do Palácio do Planalto. Bolsonaro passou a ser formalmente investigado no inquérito das milícias digitais depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, autorizou o compartilhamento de provas com a PF de investigação que mira o presidente. No relatório, a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro cita como “eventos relacionados” outros dois inquéritos que atingem Bolsonaro: o que apura a live feita em julho do ano passado para questionar a segurança das urnas eletrônicas e o que trata do vazamento de uma investigação sigilosa da PF sobre uma tentativa de ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral.

 

Ibama age em só 1% dos alertas de desmatamento – Apenas 1,3%, dos 115.688 alertas de desmatamento na Amazônia publicados pela plataforma MapBiomas, entre 2019 e 2020, foi alvo de algum tipo de ação que resultou em embargos ou autos de infração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Isso representa 6,1% do total da área desflorestada detectada. “É uma mensagem muito ruim (que o governo passa ), com ações de combate ao desmatamento em nível baixo”, diz Ana Paula Valdiones, coordenadora do programa de transparência ambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), ONG voltada para questões ambientais, e uma das autoras do estudo. O levantamento foi realizado em parceria com pesquisadores do MapBiomas, projeto que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia, e o Observatório do Clima. Apesar de não ser um órgão governamental, o MapBiomas tem entre suas fontes de dados sistemas oficiais, como o Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ou seja, as informações que a plataforma coleta e usa para gerar alertas são de conhecimento do governo federal e deveriam levar a ações dos órgãos de controle, Ibama entre eles. Para tanto, o trabalho de campo poderia até mesmo ser parcialmente dispensado. Ex-presidente do Ibama, Suely Araújo diz que o órgão tem como fazer o cruzamento de dados e fiscalizar a distância em determinados locais.

 

‘Consumidor terá de migrar para pacotes mais caros’ – A concentração, no entanto, tende a gerar consequências negativas para consumidores. No Brasil, o fatiamento da Oi Móvel entre TIM, Vivo e Claro pode fazer com que os clientes acabem pagando mais pelos planos, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Um estudo da entidade mostrou que o custo por gigabyte nos planos pré-pagos, controle e pós-pagos da Oi na cidade de São Paulo chega a custar até 20% dos preços das rivais. Essa concentração de mercado foi a principal causa de o voto no Cade ter sido tão dividido. Foram três votos contrários à venda e três favoráveis – o negócio só foi aprovado porque o voto do presidente, que foi a favor, é usado como fator de desempate. O relator do processo no órgão antitruste, Luis Braido, foi contra. Em um duro voto, ele criticou os termos do acordo e disse que isso impedirá a entrada de novos concorrentes nesse mercado. “Na boa análise antitruste, não há alternativas senão reprovar compra da Oi”, escreveu em seu voto.

 

Congresso dá prazo para ANS decidir sobre quimioterápicos – A Câmara dos Deputados aprovou medida provisória que fixa prazo de até seis meses para a inclusão de quimioterápicos orais no rol de cobertura dos planos de saúde. Na prática, o texto acelera a avaliação desses medicamentos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que até então poderia demorar anos. A MP estabelece ainda que o fornecimento dos quimioterápicos orais aos pacientes será automático e obrigatório, se a ANS não cumprir os prazos estabelecidos. A MP vai agora à sanção presidencial. Esta quinta-feira é o último dia de vigência da medida provisória. O texto estabelece que a ANS terá 120 dias para concluir um processo administrativo e atualizar o rol de procedimentos que se encaixam na cobertura dos medicamentos orais contra o câncer – esse prazo é prorrogável por mais 60 dias. Se o prazo for finalizado sem a manifestação da ANS, será feita a inclusão automática do medicamento no rol de procedimentos até que haja uma decisão da agência. Conforme o texto da MP, fica garantida a continuidade do fornecimento do medicamento cujo uso já foi iniciado, mesmo que a decisão final da ANS seja desfavorável à inclusão do quimioterápico oral.

 

União Brasil quer presidir comissões e controlar Orçamento no Congresso – Com uma verba de quase R$ 1 bilhão neste ano eleitoral, o partido União Brasil, formado a partir da fusão entre o PSL e o DEM, se articula para ampliar o poder no Congresso. Agora, o movimento é para controlar comissões estratégicas e a elaboração do Orçamento de 2023 – que vai ser executado por quem for eleito em outubro –, sem precisar ficar a reboque do Centrão, bloco liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar, na terça-feira, o casamento que resultou no maior partido do País, o União Brasil promete brigar para presidir a Comissão Mista de Orçamento (CMO), a mais cobiçada do Congresso, e outros colegiados da Câmara, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mesmo com o desembarque de aliados do presidente Jair Bolsonaro abrigados no PSL, a cúpula da nova legenda avalia que poderá ter pelo menos 70 deputados e seis senadores. É pela CMO que passa a votação de verbas que ficam nas mãos do Executivo, além das emendas parlamentares. Como a tradição é que o maior partido fique com a presidência do colegiado, a ser instalado em março, o União Brasil sai na frente.

‘O PSDB não é mais uma referência nacional’ – Tucano histórico, o atual diretor da SP Negócios, Aloysio Nunes Ferreira, foi um dos líderes tradicionais do PSDB procurados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em aceno ao centro neste ano eleitoral. Em entrevista ao Estadão, Aloysio defendeu como prioridade impedir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O ex-chanceler disse ver potencial na candidatura do governador João Doria ao Planalto, mas destacou que, se o tucano “não decolar”, não há opção viável na “terceira via”. Ao analisar a crise interna do partido – uma ala contrária à candidatura própria à Presidência tem pressionado a pré-campanha de Doria –, Aloysio afirmou que o PSDB “não é mais uma referência nacional”.

 

Doria anuncia a filiação de 12 prefeitos do PSD – O governador de São Paulo, João Doria, e seu vice, Rodrigo Garcia, anunciaram ontem a filiação ao PSDB de 12 prefeitos do PSD de Gilberto Kassab. As adesões ocorrem dois dias após Kassab convidar o prefeito de São José dos Campos (SP), o ex-tucano Felício Ramuth, para disputar o governo paulista pelo seu partido. Durante as prévias do PSDB, Ramuth rompeu com Doria e apoiou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Com essa estratégia, os tucanos esperam esvaziar o projeto de Kassab em São Paulo, onde o PSDB vai lançar Garcia na disputa ao Palácio do Bandeirantes. “É um movimento natural dos prefeitos embarcar no projeto Doria/Rodrigo. Esse movimento será crescente e intensificado”, disse o presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi. Os prefeitos que deixaram o PSD rumo ao PSDB são de cidades pequenas e médias. A primeira opção de Kassab em São Paulo era lançar o exgovernador Geraldo Alckmin em uma coligação com o PSB, do também ex-governador Márcio França. Esse projeto, porém, naufragou após Alckmin ter se aproximado do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem deve ser candidato a vice na disputa ao Palácio do Planalto.

 

Bolsonaro diz que Exército identificou dezenas de vulnerabilidades em urna eletrônica – Depois de lançar no ar um enigma sobre algo que acontecerá para “nos salvar” nos próximos dias, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou à carga sobre a confiabilidade do voto por urnas eletrônicas no País. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, nesta quinta-feira, 10, Bolsonaro disse que as Forças Armadas identificaram “dezenas de vulnerabilidades” no sistema de votação e cobrou uma resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudesse responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio. O prazo de 30 dias se esgotou no dia de hoje. Isso está nas mãos do ministro Braga Netto (Defesa) para tratar desse assunto. E ele está tratando disso e vai entrar em contato com o presidente do TSE. E as Forças Armadas vão analisar e dar uma resposta”, afirmou o presidente na live.

 

Líderes evangélicos criticam pastor por intermediar repasse de emendas – A declaração do pastor José Wellington Bezerra da Costa sobre suas intervenções em repasses de emendas a parlamentares causou desconforto entre líderes evangélicos e provocou críticas. Como o Estadão/Broadcast revelou, José Wellington – um dos líderes mais influentes da Assembleia de Deus no Brasil – admitiu que a igreja tem feito a intermediação do pagamento de emendas para eleger três de seus filhos em São Paulo. “A emenda só vai para o prefeito por intermédio do pedido do pastor da Assembleia de Deus”, afirmou ele, durante reunião de obreiros, na segunda-feira, em São Paulo. Os filhos do pastor – o deputado federal Paulo Freire Costa (PL-SP), a deputada estadual Marta Costa (PSD) e a vereadora Rute Costa (PSDB) – tiveram acesso a R$ 25 milhões em recursos públicos, no ano passado. Para o reverendo Valdinei Ferreira, líder da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, o episódio expõe uma distorção na relação entre igrejas e políticos. “É mais um sinal de apodrecimento das relações entre religião e política. As igrejas devem cobrar políticas públicas e podem ser parceiras do poder público na execução de determinadas ações, mas não entrar na lógica de um despachante”, disse Ferreira. Para ele, a intermediação de emendas abre margem para corrupção e enriquecimento de líderes religiosos. “Certamente, a igreja ganha o poder, mas perde a credibilidade.” Nas redes sociais, o pastor Carlito Paes – da Igreja da Cidade, de São José dos Campos (SP) – também criticou o comportamento do religioso. “Pastores e igrejas, acordem, ainda temos tempo de ajustar o foco para o real Evangelho e para igreja, temos tantas oportunidades!”, escreveu Paes, que votou em Jair Bolsonaro, em 2018, mas hoje não apoia mais o presidente.

 

STF tem maioria para livrar Lira e Renan – O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 10, para arquivar um inquérito que investiga se os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA) receberam propinas nas obras da hidrelétrica de Belo Monte. O julgamento está sendo travado no plenário virtual, plataforma que permite aos ministros incluírem os votos no sistema online sem necessidade de reunião presencial ou por videoconferência. Até o momento, o placar é de 7 a 0. A investigação, aberta em 2016 a partir da colaboração premiada do senador cassado Delcídio do Amaral, foi prorrogada sete vezes. Segundo a delação, construtoras contratadas acertaram o pagamento de R$ 30 milhões em propina ao PT e ao PMDB. Relator do processo, o ministro Edson Fachin abriu os votos na semana passada e se manifestou pelo encerramento da investigação por considerar que, após cinco anos, o Ministério Público Federal não conseguiu reunir provas contra os senadores. Ele também afirmou que o inquérito ultrapassa ‘duração razoável’ e, apesar disso, não há ‘qualquer perspectiva de desfecho conclusivo próximo’.

 

Bolsonaro, o equilibrista – A discussão da PEC dos Combustíveis será nos moldes do que tem dito o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). No Congresso, a ala governista — leia-se o Centrão — construirá a saída para tentar aliviar o bolso do consumidor. Enquanto isso, o ministério da Economia, capitaneado por Paulo Guedes, fará juras de amor à responsabilidade fiscal, comprometida pelas propostas de emendas constitucionais em discussão no Parlamento. No Planalto, o presidente Jair Bolsonaro, com um pé em cada prancha, tentará ver se consegue passar a ideia de que pensa no bolso do contribuinte, ao mesmo tempo em que cumpre os princípios definidos por sua equipe econômica. Nesse cenário e a contar pela disposição dos congressistas, a prancha do lastro fiscal, onde Bolsonaro tenta firmar um dos pés, está a cada dia mais bamba, uma vez que os políticos vão jogar para a plateia, de olho na reeleição em outubro. E a crise fiscal que seja resolvida em 2023. Seja pelo próprio Congresso, em caso de avançar a discussão do semipresidencialismo no Parlamento, ou pelo presidente eleito, seja quem for.

 

PF investiga supostas fraudes no Dnit – A Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar fraudes envolvendo servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e empresas responsáveis pela execução e supervisão de obras contratadas pelo órgão no Paraná. Segundo a PF, a Controladoria-Geral da União (CGU) denunciou que os funcionários públicos investigados recebiam vantagens indevidas das empresas. Denominada Rolo Compressor, a força-tarefa cumpriu 26 mandados de busca e apreensão. A Justiça também autorizou a prisão de um dos investigados e o afastamento cautelar de cinco servidores, além de bloqueio de bens. A apuração começou em 2015 e descobriu que o esquema funcionava havia pelo menos 10 anos, com fraudes na contratação e execução de obras públicas contratadas pelo Dnit no Paraná. Em apenas um dos contratos sob investigação, com valor contratado superior a R$ 700 milhões, há constatação de prejuízo de mais de R$ 60 milhões para os cofres públicos, de acordo com auditoria da CGU. Por meio de nota, o Dnit informou que colabora com as diligências para a elucidação dos fatos. “O Departamento está em permanente contato com os órgãos de controle e reafirma que pauta sua atuação dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princípios éticos da administração pública”, diz o comunicado.

 

Pela autonomia dos estados – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a autonomia dos estados de definirem a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos combustíveis. Os senadores devem pautar dois projetos de lei a respeito do tema na próxima semana. Os governadores apoiam o pacote, mas resistem em mexer no tributo. Um dos projetos, já aprovado na Câmara, altera a cobrança d ICMS, imposto arrecadado pelos estados. Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Senado poderia alterar a alíquota do imposto, mas ponderou que não sabia se os parlamentares teriam essa disposição. A alíquota deve ser sempre definida pelo estado, até pelo princípio de autonomia federativa”, ressaltou Pacheco, em entrevista coletiva no Senado. Ele afirmou que o projeto poderá definir a forma de arrecadação, mudando de uma cobrança porcentual sobre o preço para um tributo incidente no valor do litro do combustível e fixando a arrecadação do ICMS em uma fase de comercialização, e não em toda a cadeia.

 

Fala de Kim sobre nazismo causa mal-estar no Podemos e ala aponta risco para Moro – A repercussão das falas do deputado federal Kim Kataguiri (SP) sobre nazismo causou mal-estar entre lideranças da sigla, na qual o parlamentar do MBL está de chegada. A direção do partido garante que Kim não será barrado, mas se preocupa em como o assunto respinga na pré-candidatura de Sérgio Moro à Presidência da República. Ao mesmo tempo, tenta conter os ânimos de filiados que aconselham repensar tanto a chegada do parlamentar quanto a estratégia de tentar fingir que a polêmica não recai também sobre a sigla. Opositores do deputado federal o acusam de questionar a criminalização do nazismo no país europeu. Ele alega, porém, ter se expressado mal e pediu desculpas. “É uma infelicidade ter de assistir a um debate dessa natureza”, disse à Coluna o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). “Faz mal à democracia. Mas esse tipo de pensamento é algo intransferível. Penso que cada um tem um DNA e responderá por ele”. “Não existe a possibilidade de ficarmos em um partido sem o Kim”, disse o vereador paulistano Rubinho Nunes (Podemos), também do MBL. “O Podemos nos garantiu a filiação. Kim jamais defendeu o nazismo, mas sim meios para combatê-lo.” Em live ao lado de Kim e outros integrantes do MBL na noite de quinta, 10, Renan Santos, líder nacional do movimento, afirmou que o deputado reclamou de como o caso tem respingado nas pré-candidaturas de seus aliados. “Kim chegou aqui (no estúdio) e disse que se sentia atrapalhando Arthur (do Val, pré-candidato a governador de São Paulo) e Moro”. “É a pior coisa”, confirmou Kim. Para o partido, Kim foi “infeliz”, mas a situação foi contornada. “Kim se posicionou absolutamente intolerante em relação ao nazismo, inclusive, por zelo e respeito, fez um pedido público de desculpas pela maneira infeliz com que abordou o tema”, diz nota.

 

‘A questão da vacina gerou um desgaste para o presidente’ – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente, emergiu de um período mergulhado no escândalo das rachadinhas para assumir o posto de coordenador da reeleição do pai. Na nova função de destaque, o parlamentar tem a missão de construir palanques estaduais e reverter a queda na popularidade de Jair Bolsonaro. Em entrevista ao GLOBO, Flávio reconhece que pesquisas internas do comitê de campanha apontam que o desgaste do presidente é consequência do discurso antivacina. Bolsonaro não se imunizou – e, por diversas vezes, já colocou em dúvida a eficácia e segurança dos imunizantes. Enquanto não consegue convencer o pai a mudar de opinião, o senador ensaia a defesa do presidente, alegando que o governo nunca deixou de fornecer vacinas, e o ataque aos adversários, culpando o ex-juiz Sergio Moro pela soltura do ex-presidente Lula, porque “fez coisas que estavam fora da lei”. Ao GLOBO, Flávio ainda reconhece erros cometidos pelo governo e diz que o comportamento de Bolsonaro mudou nas últimas semanas para evitar fornecer munição aos seus detratores. O parlamentar também diz que o Republicanos, importante aliado do governo, está mais distante do núcleo duro do comitê de campanha, e afirma que acredita ser possível avançar numa negociação com o União Brasil.

 

‘Não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo’ – Coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, Flavio Bolsonaro (PL-RJ) não garante a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, num eventual segundo mandato de seu pai. O clã Bolsonaro e o chefe da equipe econômica protagonizaram episódios de divergências públicas. No mais recente deles, o próprio Flávio apoiou uma proposta de emenda à constituição que, se aprovada, concederá um auxílio a caminhoneiros e reduzirá impostos, benesses com potencial de gerar impacto de R$ 100 bilhões ao erário. O projeto foi apelidado pela equipe de Guedes de ‘PEC Kamikaze’, dado o estrago que pode causar nos cofres públicos. O senador elogiou “as orientações” de Guedes na política econômica, mas deixou claro que há um cardápio eleitoral que o ministro precisará seguir. Em um eventual segundo mandato, não há certeza da continuidade: – Ele (Guedes) tem o senso de responsabilidade de buscar o meio-termo para que a política econômica não degringole o Brasil de vez, a médio e longo prazo, mas sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego. Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. É cansativo, depende da disposição dele. Se ele quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele.

 

‘Ele é ficha-limpa, falei para ir à luta’ – Coordenador da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reconhece que sua relação com o policial militar e seu ex-assessor Fabrício Queiroz será explorada durante a disputa pelo Palácio do Planalto. Ainda assim, ele tece elogios ao PM e diz torcer pelo seu sucesso eleitoral. Suspeito de operar um esquema de recolhimento de parte dos salários de funcionários do gabinete do parlamentar na época em que ele era deputado estadual no Rio, Queiroz pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao GLOBO, Flávio detalhou o último encontro que teve com o policial, no final do ano passado, em Brasília. Queiroz, segundo Flávio, queria saber a opinião do ex-chefe a respeito de seu projeto eleitoral. O parlamentar conta que o encorajou. — Falei para ele: “Vai à luta, você é ficha-limpa”. É uma pessoa que tem bons contatos no Rio de Janeiro, tem uma história bacana na Polícia Militar. E agora ainda tem uma exposição gigante. O Queiroz ficou famoso, né? — afirmou.

 

Covid-19 matou, em média, mais de dois prefeitos por mês – Pelo menos 54 prefeitos já morreram por Covid-19 ou por complicações dela no Brasil. Na média, é como se houvesse mais de duas mortes por mês. Os dados são de levantamento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) feito a pedido do GLOBO, com números compilados desde março de 2020. O quantitativo inclui prefeitos que morreram durante a atual gestão e a anterior. Do total, 29 tiveram as vidas ceifadas ainda em 2020. Três deles se elegeram no pleito daquele ano, mas não chegaram a tomar posse. Outros 26 morreram no ano passado. Segundo o levantamento, não há registro de mortes de prefeitos por Covid-19 em 2022.

 

Para Lula, legado do PT é maior do que erros – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu indicações ontem da linha que deverá usar em sua campanha pela Presidência, com a defesa dos legados de seus governos e a adoção de um discurso pacificador e de esperança. Ao participar da comemoração dos 42 anos do PT, Lula retomou um dos motes de sua primeira campanha presidencial vitoriosa, de 2002, e disse que a “esperança vai vencer o medo” e o “amor será maior do que o ódio”. O ex-presidente usou o evento partidário também para dar um recado aos petistas, ao fazer a defesa de Dilma Rousseff, sem deixar de citar erros cometidos pela ex-presidente. “Nem sempre conseguimos ser razoáveis, fazer as coisas certas, mas certamente o nosso legado é muito mais importante do que qualquer erro que a gente possa ter”, disse o ex-presidente durante o aniversário do PT. Lula disse que o partido está “ressuscitado” e “mais vivo e forte do que nunca”. O ex-presidente afirmou que se o PT for eleito nestas eleições, fará tudo o que foi feito nas gestões petistas mas “com mais experiência”.

 

Lira e Pacheco colocam em pauta o semipresidencialismo e fim da reeleição – Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizaram ontem disposição em discutir conjuntamente a elaboração de uma proposta que estabeleça o sistema semipresidencialista no país a partir de 2030. O parlamentar mineiro foi ainda mais além e defendeu que as duas Casas debatam alternativas que promovam o fim da reeleição para cargos do Executivo, como prefeitos, governadores e presidente, a partir da próxima década. Para evitar resistência de partidos que tenham candidatos à Presidência da República em 2022, Lira e Pacheco apostam em um cronograma prolongado de elaboração e tramitação do texto. Dessa maneira, o vencedor da corrida presidencial não seria afetado pela mudança mesmo se tentar e conseguir a reeleição em 2026.

 

 

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Economia

Procred 360: MEIs  terão acesso a nova linha de crédito com taxa reduzida

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Presidente do Sescon-Goiás, Edson Cândido Pinto esclarece quais são os diferenciais e reforça que essa é uma possibilidade de aliviar para os empreendedores, permitindo que a economia gire

Microempreendedores Individuais (MEIs) e microempresas poderão ter acesso a linhas de crédito, com taxas de juros reduzidas e condições especiais. O benefício faz parte do Procred 360, que é um programa criado pelo governo federal em abril, mas que passa a valer neste mês de julho. Essa nova alternativa de crédito surge para os empreendedores que, por diversas razões, não foram atendidos de maneira eficaz pelo Pronampe. Para acessar os recursos, os empreendedores devem solicitar o crédito diretamente nas instituições bancárias.

Vale ressaltar que em Goiás, conforme dados do portal Gov.br, há  565.758 MEIs registrados. Isso faz com que  o estado seja o maior em número de MEIs da região Centro-Oeste que possui 1,32 milhão de microempreendedores individuais optantes por esse regime tributário. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado de Goiás (Sescon-Goiás), Edson Cândido Pinto, uma das vantagens do Procred 360 é a flexibilidade nos prazos de pagamento e as taxas menores quando comparadas com as taxas praticadas atualmente no mercado. “Isso possibilita aliviar o peso financeiro sobre os ombros dos empreendedores e contribui para fazer a economia girar”, argumenta.

O diferencial, de acordo com Edson Cândido, é que os empreendedores poderão pagar o empréstimo em até 60 meses com a taxa de juros limitada a 5% + a taxa Selic. “Esse valor já é mais atrativo, pois em comparação com o Pronampe que tem taxa de 6% ao ano mais Selic, será mais vantajoso para o empreendedor”, orienta o presidente do Sescon-Goiás.

Incentivo aos MEIs, pequenas empresas e às mulheres empreendedoras

Além dos MEIs, a linha é destinada também para empresas com faturamento anual de R$ 360 mil. O valor dos empréstimos terá um teto de acordo com os ganhos do negócio. Conforme explica a superintendente do Sescon-Goiás, Sucena Hummel, as empresas poderão solicitar crédito equivalente a até 30% do faturamento anual referente ao ano anterior. Outro ponto que Sucena Hummel destaca é em relação a empreendimentos liderados por mulheres. “Para as empreendedoras, será possível solicitar  empréstimos equivalentes a até 50% do faturamento. Pode ser negócios que tenham sócias majoritárias, sócias administradoras ou que tenham o ‘Selo Mulher Emprega Mais’, todos esses terão esse diferencial, podendo pegar empréstimos maiores”, esclarece.

Planejamento

Embora sejam opções de créditos facilitados e com taxa de juros menores, os empreendedores precisam ficar atentos para não se endividar. “O benefício oferece um fôlego e permite se organizar, pagar o que está atrasado ou até mesmo planejar o futuro da empresa investindo em equipamentos ou produtos, mas é preciso se planejar. Ter tudo anotado e saber como vai pagar posteriormente. Apesar das facilidades, não deixa de ser um empréstimo que precisará ser pago, por isso, planejar-se é fundamental”, alerta Edson Cândido. A superintendente também reforça que é imprescindível além de um planejamento financeiro adequado. “Ter controle e cuidado para garantir a saúde financeira do seu negócio e sempre contar com o auxílio de um profissional contábil é um diferencial”, complementa Sucena Hummel.

Johny Cândido

Assessor de imprensa – Jornalista 

Registro Profissional nº GO 02807

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Economia

Aquecimento do Varejo

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Novo Mundo destaca aumento nas vendas durante o periodo

De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), durante os meses de junho e julho, coincidindo com a temporada de praias, observa-se um aumento na procura por produtos essenciais para atividades ao ar livre. Entre os itens mais procurados estão caixas e bolsas térmicas, churrasqueiras, cadeiras de praia e panelas elétricas, que registram um crescimento significativo nas vendas. O relatório do Ministério do Turismo aponta ainda um incremento de mais de 50% nas vendas de artigos de caça, pesca e acampamento.

Bruno Lobo, Gerente de marketing da NovoMundo.Com, um dos principais varejistas do Centro-Norte do país, destaca a crescente demanda observada nas lojas da rede. “Há um aumento expressivo na busca por equipamentos essenciais em acampamentos como colchonetes, panelas elétricas, ventiladores, caixas de som, estes itens são muito procurados por aqueles que planejam acampar. Os produtos oferecem conforto e praticidade para os clientes, que buscam aproveitar suas férias ao máximo,” explica. Comparado ao ano anterior, a rede NovoMundo.Com espera um crescimento nas vendas desses itens de cerca de 15%. “Essa tendência de aumento reflete-se tanto nas nossas vendas físicas quanto no comércio eletrônico, indicando um forte impulso em ambos os canais,” conclui.

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Economia

Goiânia sobe no ranking nacional 

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Goiânia sobe no ranking nacional de valorização do imóvel

Capital goiana ainda segue como uma das capitais mais baratas do país para se comprar um imóvel, porém, saiu da vice-lanterna e avançou mais três posições na valorização imobiliária em três anos, aponta pesquisa Fipezap. Só em 2022, a alta foi de 20,91%, bem acima da média nacional da pesquisa, que registrou o acúmulo de 6,16%, superando também a inflação do período

Goiânia tem se destacado no cenário imobiliário nacional, por manter o setor aquecido. Premissas fortes como o bônus demográfico (quando se tem mais pessoas economicamente ativas) e o déficit imobiliário, tanto qualitativo como quantitativo, são pontos favoráveis para que a capital goiana figure entre os principais municípios quando falamos em valorização de imóveis. A capital atingiu um novo patamar nos últimos três anos. Dados da pesquisa FipeZap, de dezembro de 2022, apontam que Goiânia subiu três posições no ranking dos preços do metro quadrado ao longo do período. 

Ela aparece atualmente como a 5ª capital com o valor mais em conta, em relação ao metro quadrado, com o valor de R$ 6.182, ficando à frente de Campo Grande (MS), Salvador (BA), João Pessoa (PB) e Manaus (AM). Em novembro de 2019, ela era a 2ª mais barata, com o metro quadrado a R$ 4.211. Só ficava à frente de Campo Grande. 

A pesquisa é feita em capitais e 50 municípios. Quando se considera todas as cidades, Goiânia saiu da 35ª posição no ranking de preços e foi para a 22ª, avançando em 18 posições. A valorização total no período foi de 46,80%, superior à inflação do período. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro de 2019 a dezembro de 2022 ficou em 23,71%.

Em relação ao ano de 2022, a valorização dos imóveis em Goiânia foi a segunda do País entre as capitais, considerando os últimos resultados, o Índice FipeZAP+ de Venda Residencial. A majoração foi de 20,91%, bem acima da média nacional da pesquisa, que registrou o acúmulo de 6,16%, superando a inflação ao consumidor medida pelo IPCA/IBGE (+5,79%), bem como a variação do IGP-M/FGV (+5,45%). 

*Adequação*

O aumento do metro quadrado pode soar como uma despesa maior para o consumidor, mas, na verdade, é uma adequação de valores, conforme explica o especialista em mercado imobiliário e sócio-diretor da URBS Alphamall e Imobi, Pedro Teixeira. Além de absorver as altas de insumos, o especialista lembra que Goiânia tinha uma média do metro quadrado bastante defasada em relação aos produtos que entregava. 

“Goiânia ficou por muitos anos com uma média de metro quadrado defasado em relação aos produtos que ela entregava. Na capital se comprava produtos muito bons, por uma média baixa, e isso gera uma problema: se a receita é baixa, não há como as incorporadoras continuar acompanhando as novas tendências. Para que o mercado da cidade continue alinhado com o que há de melhor, para que incorporadores e construtores consigam entregar produtos que vão de encontro às novas tendências nacionais e internacionais, é preciso precificar. Considero essa valorização positiva, porque abre portas para que o mercado evolua mais”, afirma ele. 

De acordo com Pedro Teixeira, a valorização do metro quadrado em Goiânia é o reflexo de que o mercado imobiliário na cidade está aquecido e em ascensão. Segundo ele, um ponto que explicita esse crescimento é a idade da cidade. Por ser uma capital muito nova, se comparada com as cidades de referência, como São Paulo e Rio de Janeiro, o município tem maior potencial de expansão. 

“Em São Paulo, por exemplo, o mercado está bastante saturado, em alguns casos, para se construir um bom produto é necessário destruir um prédio pronto, porque não tem mais área, não tem para onde crescer, está tudo adensado. Aqui isso é diferente, ainda temos diversos espaços em áreas nobres da cidade, então é natural que pela idade, como o mercado é muito novo, ainda temos muito para onde crescer”, ressalta. 

*Patrimônio valorizado*

O gerente comercial da Consciente Construtora e Incorporadora, Maurício D’Ângelo, aponta que a alta de valores deve ser entendida não apenas como despesa maior, mas também valorização do patrimônio do comprador. Segundo ele, ainda que diante de um período de instabilidade política e financeira, como o atual, investir no mercado imobiliário é um bom negócio, por ter como certa a valorização ao longo do tempo. 

“Se as pessoas deixam de comprar imóveis, perdem e muito na valorização, que é algo certo. O investimento em imóveis é seguro. Atualmente, vivemos um momento de instabilidade política, instabilidade das bolsas, entre outros fatores, e o imóvel continua sendo a opção mais segura, tanto do ponto de vista da rentabilidade, como para a valorização”, conclui ele. 

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS
Raquel Pinho e equipe

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