07:37, 12/02/2022] Altair Ribeiro: Resumo das capas
VEJA: Nunca mais
“Eu acho que tinha que ter o partido nazista reconhecido por lei. (…) Se um cara quiser ser um antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”. Essas pavorosas afirmações que fazem apologia ao nazismo não foram obra de um desvairado anônimo, o que já seria suficientemente asqueroso. Elas, ao contrário, pertencem a Bruno Aiub, conhecido como Monark, no Flow Podcast, programa de entrevistas que, só no YouTube, é seguido por 3,6 milhões de pessoas. “O discurso de Monark reflete três camadas: ignorância, ingenuidade e arrogância. Isso é perigoso”, disse a VEJA o historiador americano Edwin Black. A defesa desavergonhada do nazismo em um programa campeão de audiência expõe uma face sombria do país. Sob o pretexto da liberdad…
[07:37, 12/02/2022] Altair Ribeiro: Resumo de sábado, 12 de fevereiro de 2022
Edição de Chico Bruno
Manchetes
O GLOBO – Diplomacia não avança, e Rússia manda mais tropas
O ESTADO DE S.PAULO – EUA alertam para invasão da Ucrânia e países tiram às pressas seus cidadãos
CORREIO BRAZILIENSE – Temor de ataque russo à Ucrânia abala mercados
FOLHA DE S.PAULO – Bolsonaro prepara decreto sobre direito de policiais
Destaques de primeiras páginas e do editor
EUA alarma o mundo – O governo americano afirmou nesta sexta-feira, 11, que a Rússia pode invadir a Ucrânia nos próximos dias. Segundo o assessor de segurança nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, uma invasão pode ocorrer na semana que vem ou até mesmo no fim de semana. Sullivan disse ainda que não há informações se o presidente Vladimir Putin já tomou a decisão, mas a inteligência americana trabalha com um cenário de uma ocupação rápida da capital, Kiev. Os dois conversarão por telefone no sábado, 12, pela manhã. Um ataque russo poderia começar a qualquer dia e provavelmente começaria com um ataque aéreo, enquanto um rápido avanço em Kiev também é possível, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca em entrevista coletiva. Holanda, Japão, Letônia e Noruega pediram que seus cidadãos saíssem de território ucraniano nesta sexta-feira, 11, um dia após autoridades americanas alardearem sobre a possibilidade de uma invasão russa ocorrer em breve. No caso holandês, a missão diplomática deve ser retirada de Kiev e movida para longe da fronteira russa, para Lviv, no Oeste da Ucrânia. O mercado global de ações foi sacudido pelo alerta do governo americano sobre a iminência de uma invasão da Ucrânia pela Rússia.
Agrado aos policiais – O governo de Jair Bolsonaro (PL) prepara decreto para criar um programa de “defesa dos direitos humanos de policiais”, que integram a sua base eleitoral e aos quais chegou acenar com um aumento salarial. O texto cuja minuta a Folha teve acesso, ecoa projeto de lei protocolsdo ontem pelas deputadas aliadas Major Fabiana (PSL-RJ) e Carla Zambelli (PSL-SP) que estabelecem o programa PraViver. Lista benefícios, direitos e amparo financeiro e legal. A expectativa é apresentar o decreto até março. Ontem, Bolsonaro disse à TV Brasil que, diante de protestos de outros servidores, o reajuste que prometeu à categoria, e para o qual foi reservado R$ 1,7 bilhão do Orçamento, pode não vir. “Se não houver entendimento [por parte dos demais servidores] a gente lamenta e deixa para o ano que vem”, afirmou.
Bolsonaro mantém viagem à Rússia – Apesar da escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro manterá a viagem a Moscou, de acordo com fontes do Palácio do Planalto. O chefe do Executivo resolveu seguir com a programação mesmo após o alerta do secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, de tropas russas podem invadir a Ucrânia “a qualquer momento”. Bolsonaro viajará na segunda-feira. Ele deve encontrar Putin em ao menos duas ocasiões: em reunião bilateral e durante um almoço. Em meio à crise internacional, o Ministério das Relações Exteriores fez um afago à Ucrânia. Emitiu nota oficial, ontem, para celebrar o aniversário de 30 anos das relações diplomáticas entre o país europeu e o Brasil. O comunicado ressalta o que chama de “múltiplos contatos de alto nível” entre os chefes de Estado brasileiros e ucranianos.
‘Vagabundo morto por vagabundos mais fortes’ – O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, atacou nesta sexta-feira (11) o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, assassinado em um quiosque no Rio de Janeiro. Em sua rede social, Camargo disse que o jovem foi um “vagabundo morto por vagabundos mais fortes.” “Moïse andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, disse. Em outra publicação, horas antes, Camargo também disse não existir “a menor possibilidade” de a Fundação Palmares homenagear o congolês. “Ele foi vítima de crime brutal mas não fez nada relevante no campo da cultura. A Palmares lamenta e repudia a violência, mas não endossa as narrativas canalhas e hipócritas da esquerda”, escreveu. Ele também disse que a morte não torna Moïse um mártir ou herói dos negros. “Moïse foi morto por selvagens pretos e pardos – crime brutal. Mas isso não faz dele um mártir da “luta antirracista” nem um herói dos negros. O crime nada teve a ver com ódio racial. Moïse merece entrar nas estatísticas de violência urbana, jamais na história.”
Lira pede para arquivar ação que pode torná-lo ficha-suja – Dois meses após a sanção da nova Lei de Improbidade que ele próprio ajudou a conceber, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi à Justiça pedir, com base nas novas regras, a anulação de uma condenação que ameaça seus direitos políticos. Lira está condenado por improbidade por desvios na Assembleia de Alagoas em processo decorrente da Operação Taturana, deflagrada em 2007. O caso permanece há mais de uma década em tramitação no Judiciário. Hoje, está sob análise do STJ (Superior Tribunal de Justiça), após a condenação ter sido confirmada em primeira e segunda instâncias. Para o deputado, a aprovação da nova legislação de improbidade veio a calhar em relação a essa e outras acusações. Isso porque a lei, sancionada em outubro pelo presidente Jair Bolsonaro, muda os prazos de prescrição, o que deve beneficiar réus que já estavam com acusações em aberto. Conforme as novas regras, os casos são prescritos quatro anos após acórdão de segunda instância, marca que a ação contra Lira já atingiu.
Tarcísio de Freitas dá como certa ida ao PL – A menos de dois meses do prazo para deixar o Ministério da Infraestrutura e começar sua pré-campanha ao Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas já dá como certa a sua filiação ao PL de Valdemar Costa Neto, segundo interlocutores. Além disso, já vislumbra nomes fortes para compor sua chapa. A escolha da legenda não foi oficializada, mas Tarcísio deve acompanhar o partido de Jair Bolsonaro quando deixar a pasta em 1º de abril. Entre outros motivos, ele passou a concordar com o presidente na avaliação de que ter o mesmo número de urna será importante na hora da votação. O entorno do ministro diz que o número 22 do PL já teve adesão de apoiadores no estado. Em agendas recentes no interior de São Paulo, Tarcísio foi recepcionado por pessoas com camiseta que dizia: “Em 22, é Bolsonaro 22 e Tarcísio 22”. Tarcísio ainda não convidou ou conversou com possíveis vices. Mas já vê com bons olhos, segundo aliados, ao menos três nomes: coronel Mello Araújo, presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Henrique Prata, presidente do Hospital do Amor de Barretos e José Medina Pestana, diretor do Hospital do Rim. Já a vaga do Senado, hoje, tende a ficar com o ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) Paulo Skaf. A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) também buscava espaço para ser candidata ao Senado na chapa de Tarcísio. Dirigentes de partidos do centrão, inclusive, defendiam que ela fosse o nome escolhido por ser considerada puxadora de votos. Janaina, porém, bate de frente com o presidente vez ou outra e por isso não é mais considerada uma possibilidade.
Mourão diz que deve ser candidato ao Senado no RS – O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) indicou nesta sexta-feira (11) que deve ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Questionado ao chegar em seu gabinete sobre entrevista do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao jornal O Globo, em que o filho do presidente anunciou que Mourão seria candidato ao Senado, Mourão afirmou primeiro que sua decisão seria “comunicada brevemente”. Em seguida, ele confirmou que sua escolha é disputar a vaga de senador no estado.
Ciro Gomes surfa na onda Casimiro – Cercado por figuras do Pac-Man e canecas do Super Mario Bros, o apresentador conversa de forma descontraída diante do microfone. Ao fundo, há luzes coloridas e um quadro com a frase “Mais amor, por favor”. Em torno da mesa, estão duas cadeiras gamers, muito apropriadas para o cenário. Mas aqui não se trata do “host” do seu vlog favorito, ou de um típico streamer narrando jogos na Twitch, plataforma mais conhecida para isso. Quem está falando é o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT). De olho no eleitorado jovem, o pedetista tem apostado numa estratégia de peso nas redes sociais. Sob o comando do marqueteiro João Santana, responsável pela chapa Dilma-Temer em 2014, Ciro exibe uma persona mais jovial e bem-humorada, fincada no mote da “esperança e rebeldia”, algo para tentar contornar sua fama de brigão e apresentá-lo como alternativa ao bolsonarismo. Com canais em todas as grandes plataformas, do TikTok ao YouTube, Ciro tem promovido lives semanais com especialistas, personalidades e até gameplays (sessões em que se exibe jogando um game) com o filho e a esposa. A novidade mais curiosa são os “reacts”, trechos das lives em que assiste e comenta vídeos de forma “espontânea” — no caso, sempre vídeos de adversários na corrida presidencial. Os “reacts” foram popularizados na internet com a febre dos streamers, usuários que fazem transmissões ao vivo na web, tradicionalmente relacionadas a jogos. No Brasil, uma das maiores referências no assunto é o carioca Casimiro, que virou fenômeno de audiência. No dia 24 de janeiro, por exemplo, ele bateu recorde ao reunir 540 mil espectadores simultâneos num “react” sobre Neymar.
Pacheco cria comissão para atualizar lei do impeachment – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinou a instalação de uma comissão de juristas para discutir e apresentar uma proposta legislativa para atualizar a lei do impeachment, datada de 1950. A comissão será presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski. Integram o grupo outros dez juristas, entre eles o ministro do Superior Tribunal de Justiça Rogério Schietti Machado Cruz, o ex-senador e ministro do Tribunal de Contas da União Antonio Anastasia, acadêmicos e representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do Conselho Nacional de Justiça, entre outros órgãos. O grupo terá um prazo de 180 dias, a partir da instalação da comissão, para a conclusão dos trabalhos e apresentação de um anteprojeto de lei para atualizar a lei do impeachment. Ao justificar a instalação da comissão, o ato assinado por Pacheco menciona que a lei do impeachment está defasada em seu cotejo com a Constituição Federal.
Pico será em abril ou maio – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (11) que o pico de inflação no Brasil deve ocorrer em abril ou maio. As projeções anteriores indicavam o ápice em dezembro de 2021 ou janeiro deste ano. Em evento da Esfera Brasil sobre política monetária, Campos Neto apontou como motivos para a revisão da estimativa o aumento no preço do petróleo –cotado acima de US$ 90– e a quebra de safra –com seca no Sul e excesso de chuva em partes do Sudeste, do Nordeste e do Centro-Oeste. “Depois veremos uma queda da inflação de forma um pouco mais rápida”, afirmou.
Fachin promete rigor na defesa das regras eleitorais – A posse do ministro Edson Fachin na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 22, deverá reforçar a contraofensiva aos ataques do presidente Jair Bolsonaro à lisura das eleições. Magistrado da ala lavajatista do Supremo Tribunal Federal e conhecido pelo perfil rígido em matérias penais, Fachin terá mandato relâmpago: ficará no cargo até meados de agosto, quando passará o comando do TSE ao colega Alexandre de Moraes, relator de quatro inquéritos contra Bolsonaro, entre os quais o das fake news. Ao Estadão, Fachin afirmou que os pontos norteadores de seu mandato serão “a defesa da democracia constitucional e da sociedade livre, justa e solidária, a integridade do processo eleitoral e a obediência às regras do jogo eleitoral”. “A democracia somente tem um seguro: a própria democracia”, declarou o ministro. Na segunda-feira passada, o magistrado entregou a Bolsonaro, no Palácio do Planalto, um convite para a cerimônia de sua posse no TSE. Foi acompanhado de Moraes, de quem tem estado próximo, nos últimos meses. O gesto de cortesia foi entendido pelo presidente como uma forma de deixar claro quem manda, a partir de agora, no jogo eleitoral. A resposta veio quatro dias depois, quando Bolsonaro voltou a insinuar que pode não aceitar o resultado da urna eletrônica. Em dezembro, Fachin acertou com Moraes os rumos que a sua gestão deverá seguir para manter a estabilidade até a passagem de bastão. A dupla sempre foi vista como linha-dura pelo Planalto. Os ministros definiram juntos, por exemplo, o nome do ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro, general Fernando Azevedo e Silva, para controlar a Diretoria-geral do TSE, órgão responsável pela gestão do orçamento do tribunal. A escolha teve o objetivo de evitar uma nova ofensiva bolsonarista contra as urnas eletrônicas durante as eleições, uma vez que um dos cargos estratégicos da Corte estará nas mãos de um militar.
Operação-padrão de fiscais afeta produção de eletrônicos – Iniciada no fim de dezembro e sem previsão de acabar, a operação-padrão dos fiscais da Receita Federal está provocando paradas de produção na indústria de aparelhos eletrônicos, dada a lentidão no desembaraço de cargas em portos e aeroportos. Mais da metade das empresas (55%) que respondem às pesquisas semanais feitas pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) afirma enfrentar dificuldades com a chegada de componentes importados. Algumas tiveram de suspender linhas de produção ou pagar multas por atraso de entregas aos clientes. Esse tipo de problema não foi relatado, por exemplo, na crise de escassez de chips. Na Finder, fabricante de relés – componente usado, por exemplo, em equipamentos de energia, tornos, fresas, alarmes e automação predial –, o atraso na liberação de itens importados da Itália fez com que a empresa arcasse com custos extras de armazenamento. “Normalmente, o prazo é de três a quatro dias, mas nas últimas vezes demorou duas semanas”, informa Juarez Guerra, diretor-geral da Finder no Brasil e América Latina. A empresa, com fábrica em São Caetano do Sul (SP), atende a indústrias como Siemens, ABB, GE e Romi.
Planalto vê potencial de Leite para representar 3ª via e desbancar Moro – A guerra nas fileiras do PSDB fez acender o sinal amarelo no Palácio do Planalto. O diagnóstico dos ministros mais próximos do presidente Jair Bolsonaro é o de que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, hoje no PSDB, tem potencial para aglutinar boa parte da terceira via, batizada de “centro democrático”, e até desbancar o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), se conseguir ser candidato. Sob o argumento de que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é dono de alta rejeição e não sai do lugar nas pesquisas, o grupo de Leite tenta articular uma dobradinha com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a disputa de outubro à Presidência. Se depender dos aliados de Leite, ele encabeçará a chapa e Simone será vice. Nesse cenário, Doria – que venceu as prévias do partido, em novembro – acabaria “cristianizado” e não teria a candidatura homologada na convenção do PSDB, em julho. O movimento cresce no partido porque deputados e até mesmo candidatos a governos estaduais não querem amarrar o seu destino a um desafiante que não se mostra competitivo para enfrentar a polarização entre Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora Simone tenha apenas 1% nas pesquisas e Leite nem apareça nesses levantamentos, uma vez que o précandidato do PSDB é Doria, a avaliação tanto no Planalto como entre incentivadores do “fogo amigo” traz a perspectiva do potencial de crescimento. “Estamos entusiasmados com a candidatura da Simone. Ela é um nome que tem baixa rejeição e espaço aberto para crescer nas pesquisas eleitorais”, observou o senador José Aníbal (PSDB-SP).
Joaquim Barbosa deve abrir diálogo com PSD e União Brasil – O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se desfiliou do PSB para retomar as conversas sobre eventual candidatura ao Palácio do Planalto. Barbosa manteve, nos últimos meses, interlocução com empresários, economistas, investidores e políticos. O ministro aposentado deve iniciar diálogo com o PSD e o União Brasil, partidos que se mostram abertos para recebê-lo. Os movimentos de Barbosa se dão de forma cautelosa, como é próprio do seu estilo. Entre seus principais interlocutores estão um ex-sócio de Paulo Guedes na gestora de recursos JGP, o apresentador Luciano Huck, o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung. Barbosa se desfiliou há pouco mais de dez dias do PSB. Depois de ingressar no partido, em 2018, e ensaiar uma candidatura presidencial, ele desistiu da postulação logo depois. Não manteve nenhum tipo de convívio na legenda desde então. A desfiliação de Barbosa foi revelada pela colunista Daniela Pinheiro, do UOL. “Estou livre, estou solto”, disse ele, cuja passagem no Supremo ficou marcada pela relatoria do inquérito do mensalão, que condenou a cúpula do PT. A interlocutores, Barbosa tem dito que analisa o quadro eleitoral deste ano e que suas conversas são embrionárias. Em encontros privados, ele tem feito, porém, consultas sobre eventuais credenciais que levaria para uma futura campanha. A decisão de se desfiliar do PSB se cristalizou após o partido iniciar negociações para uma federação com o PT. O ministro aposentado, conforme pessoas próximas, antes de abrir diálogo com outras legendas, queria primeiro comunicar a saída ao presidente do PSB, Carlos Siqueira. As possibilidades são tratadas com reticências. A expectativa no entorno de Barbosa é de que ele se reúna na próxima semana com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Outra frente de conversas está sendo aberta com ACM Neto e Mendonça Filho, ambos do antigo DEM, hoje União Brasil. Procurados, ACM Neto e Mendonça Filho não se manifestaram. A assessoria de Kassab afirmou que o partido deve ter candidatura própria ao Palácio do Planalto e o pré-candidato, “por ora”, é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG).
Justiça proíbe União de promover o presidente – A Justiça do Distrito Fede ral proibiu a União de usar redes sociais do go verno para promover propaganda pessoal do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras autoridades públicas. A determinação atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), feito em março de 2021. O órgão se referiu a “diversas publicações em contas oficiais do governo em redes sociais, que traziam, como conteúdo principal, informações e imagens que fomentavam a imagem pessoal do presidente da República”. Pela decisão, as contas nas redes sociais do governo ficam proibidas de divulgar publicidade que contenha nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou qualquer identificação de caráter promocional dessas autoridades ou servidores públicos.
O PT quer os royalties dos combustíveis – A cúpula petista vai patrocinar o texto do senador Jean Paul Prates (PT-RN) e, assim, tentar colar a imagem do partido e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no alívio do preço dos combustíveis no bolso do consumidor. Daí porque a reunião do PT com o relator, esta semana, em São Paulo, com a participação de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff. Assim, além de mostrar capacidade de diálogo político, o partido quer deixar claro que também estuda os assuntos e tem capacidade de gerir aquilo que afeta o bolso do contribuinte. Com essa participação, além de tirar uma casquinha da mexida no texto dos combustíveis relatado pelo senador, o PT espera tentar mostrar que qualquer problema de malfeito na Petrobras, durante governos anteriores da legenda, é coisa do passado.
Moraes mantém rédea curta nas investigações sobre milícias digitais no Planalto – Na investigação sobre a atuação de milícia digital no Executivo, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes fez questão de escolher o substituto da delegada Denisse Ribeiro, que está em licença-maternidade e teve de sair temporariamente do caso. A indicação do substituto poderia ter ficado a cargo do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, o que seria um gesto de pacificação de Moraes para com o Palácio do Planalto. O ministro, no entanto, nomeou o delegado Fabio Shor, que já auxiliava Denisse desde 2020. O inquérito das milícias digitais investiga aliados e apoiadores do governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques antidemocráticos e notícias falsas.
O que pensam de Leite – Um dos principais motivos pelo qual Eduardo Leite (PSDB), e não Sérgio Moro (Podemos), tem sido visto no Planalto como “ameaça” a Bolsonaro entre os nomes da terceira via é que o gaúcho representaria o “novo” a um eleitorado cansado de velhos nomes da política e de estar preso num eterno “dia da marmota” do isolamento pandêmico. Aliados do governado do Rio Grande do Sul acreditam que ele quer sair candidato e apontam esta saída como uma boa possibilidade a ser considerada. “A bola está quicando na frente dele”, disse um entusiasta do gaúcho. Enquanto a candidatura de Leite ainda é incógnita, a artilharia do Planalto pretende mirar Moro, tentando atribuir a ele a culpa pela soltura do ex-presidente Lula (PT) nos aspectos que resultaram na anulação do processo.
Fratura no Centrão – O presidente Jair Bolsonaro busca formas de reaproximar o Republicanos de sua órbita e, com isso, corrigir uma fratura exposta no Centrão, a base de sustentação do governo, da qual o partido é um dos pilares, assim como PP e PL. Caciques da sigla não escondem a insatisfação com o que consideram sinais de desprestígio junto ao chefe do Executivo. Na tentativa de segurar a legenda dentro da aliança que trabalhará para reeleger o titular do Palácio do Planalto, o governo já se comprometeu com dirigentes da sigla em mantê-la no comando do Ministério da Cidadania depois que o atual titular da pasta, João Roma (Republicanos-BA), se descompatibilizar para disputar a eleição. O ponto de partida para o distanciamento do Republicanos data do final do ano passado, quando as três legendas do Centrão convidaram Bolsonaro a ingressar em seus quadros. Ele optou pelo PL e, desde então, tem indicado que seus principais aliados devem acompanhá-lo. Esse é um dos principais pontos de fissura da relação.