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Indelicada Cia. Teatral reflete sobre a existência e a liquidez dos tempos digitais em ‘Infinitivo’, encenado em múltiplas plataformas

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Criação coletiva é pautada na polifonia e tem como provocações a linguagem da videoarte e as obras de Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Albert Camus

O espaço vazio que há entre nós, a existência e o modo como lidamos com ele diante de situações extremas – ou no marasmo do cotidiano – são alguns temas evocados por Infinitivo, novo trabalho da goiana Indelicada Cia. Teatral. O grupo aposta na noção de polifonia e em uma narrativa transmídia para criar uma obra que pode ser consumida pelo público de diversas formas: nas sessões online transmitidas pelo YouTube nos dias 1º, 2, 3 e 8 de abril (horários abaixo), no Spotify, no site do grupo e no Instagram.

O experimento cênico é resultado de um processo de criação coletiva dos atores Daniel PiresRicardo FiuzaSol Silveira. Isolados diante da pandemia, eles criaram cenas/performances a partir das provocações propostas pelo diretor João Bosco Amaral. O ponto de partida para a pesquisa foi a linguagem da videoarte, textos e a trajetória dos escritores Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Albert Camus.

“O processo partiu muito da observação do espaço vazio que existe em cada um de nós, buscando descobrir esse infinitivo. A interação e observação com o universo em que cada artista-criador estava inserido foi um condutor das nossas ações. Fomos sendo conduzidos e afetados por essas experiências sensoriais em cada espaço-tempo, para criação de novas histórias, imagens e personagens, emprestando nossos olhares para compartilhar essa experiência com os espectadores”, conta a atriz-criadora Sol Silveira.

De acordo com o diretor João Bosco Amaral, para consumir esses fragmentos poéticos, o público deve assumir uma postura ativa. “As pessoas definirão a ordem e os diferentes sentidos – sensoriais ou enquanto semiologia das experiências vivenciadas – que desejam para cada cena/performance. Assim, o público poderá definir a dramaturgia do experimento cênico na totalidade, escolhendo o áudio para o vídeo que quiser, seguindo ou não as orientações textuais que lhe foram destinadas. E poderá também experimentar apenas isoladamente ou mesmo nos momentos do encontro”, explica.

A ideia é fazer com que a plateia vá dando ordem a esse “caos” poético, como se estivesse tirando um verbo do infinitivo e conjugando-o – daí a referência ao título do trabalho. Além disso, os espectadores também podem emprestar seu olhar ao experimento, enviando áudios, vídeos e imagens, que poderão ser compartilhadas pelo grupo nos vários canais online.

A polifonia

Com esse caráter de work in progress, a dramaturgia de Infinitivo foi costurada a partir da soma das várias vozes presentes ao redor do trabalho. “A polifonia é construída com nossa experiência individual, mas totalmente conectada às múltiplas experiências coletivas, espalhadas por vários cantos. Essas vozes são de sujeitos que são traduzidos e colocados em visibilidade por nós atores e pelo dramaturgismo e direção do João. Isso vai ao encontro às vozes de Pessoa, Camus e Lispector, além daqueles artistas/performers que nos inspiram em nosso trabalho com a videoarte, como Joseph Beuys, Bill Viola e Robert Wilson”, conta Daniel Pires.

E cada artista-criador foi contaminado e interferiu no trabalho do outro ao longo dos processos. “Cada um de nós escolheu um dos três autores propostos e ficamos livres para escolher quais textos, aspectos biográficos ou ideias relacionadas a eles que gostaríamos de trazer para o experimento. Tivemos momentos de experimentação com textos do autor escolhido por cada um e momentos de troca. Foi interessante, pois passamos a ter outros pontos de vista sobre o autor que estávamos experimentando, seja propondo o texto que o outro ia experimentar, seja recebendo a provocação do outro”, acrescenta Ricardo Fiuza.

Sobre a Indelicada Cia. Teatral

Criada em 2014, a Indelicada Cia. Teatral realiza um trabalho calcado na pesquisa de uma dramaturgia orgânica, tendo como base a estética contemporânea em um processo colaborativo entre atores, dramaturgos e direção. O resultado desta mistura é um Teatro Indelicado, que busca estabelecer relação direta com as angústias e anseios dos criadores em compasso com a necessidade de interagir e relacionar diretamente com o espectador.

Assim, ao passo em que o grupo desenvolve uma dramaturgia autoral, também realiza montagens de textos clássicos com roupagens contemporâneas, trazendo à tona questões da atualidade em meio a temas universais, instigando e buscando uma maneira própria de encenação.

Com experiência nacional e internacional, tendo passado por festivais pelo Brasil, México e Equador, a Indelicada busca promover a interação e o intercâmbio de ideias e culturas. Ao longo de sua trajetória, o grupo estreou os espetáculos O Príncipe, Macário e Mercúrio Retrógrado, além de apresentar oficinas e cursos, mantendo uma contínua investigação na técnica e nos processos criativos, criando também propostas de obras híbridas (performances e experimentos cênicos).

Sinopse

Infinitivo é uma experiência cênica imersiva em multiplataformas, e com diferentes linguagens artísticas, em uma obra de arte polifônica. O espectador, em diferentes contextos e momentos, deve pôr ordem ao “caos” assistindo/ouvindo/lendo a tudo e ainda se tornar co-criador dessa dramaturgia work in progress.

Ficha Técnica

Diretor e Dramaturgista: João Bosco Amaral. Artistas-criadores: Daniel Pires, Ricardo Fiuza e Sol Silveira. Trilha sonora original e Montagem: Lino Calaça. Produção Executiva: Daniel Pires. Comunicação:Bricolagem Produções. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Identidade visual e projeto gráfico:Mayllon Oliveira, João Paulo Falcão e Renan Pinheiro. 

Este projeto foi contemplado pelo Edital de Seleção de Projetos de Teatro – Concurso nº 09/2021-SECULT-GOIÁS – Secretaria de Cultura – Governo Federal

 Serviço 

INFINITIVO

Sessões ao vivo: 

Dias 1º de abril, às 18h.

Dias 2 e 3 de abril, às 16h e às 18h.

Apresentações ao vivo acontecem via YouTube: youtube.com/c/IndelicadaCiaTeatral

Disponibilização da versão com tradução em LIBRAS no canal do YouTube:

Dia 8 de abril, sexta-feira, às 16h.

Disponibilização da versão com audiodescrição no canal do YouTube:

Dia 8 de abril, sexta-feira, às 18h.

Ingressos: Grátis

Classificação etária: 14 anos.

Duração: 40 minutos. 

Outras plataformas com fragmentos do espetáculo:

Site da companhia: indelicada.com/

Spotify: página “Infinitivo”, clique aqui para abrir

Instagram: @indelicadaciateatral 

Informações para imprensa

Adriana Balsanelli

Telefone 11 99245 4138

imprensa@adrianabalsanelli.com.br

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“Agora É Que São Elas!”

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Montagem dirigida por Fábio Porchat reúne nove esquetes cômicas que misturam textos inéditos e roteiros escritos há 20 anos, nos dias 6 e 7 de dezembro, no Teatro Goiânia. Os ingressos já estão disponíveis no site Ingresso Digital

Nos dias 6, às 19h e 7 de dezembro, às 18h, o palco do Teatro Goiânia recebe a comédia “Agora É Que São Elas!”, protagonizada por Júlia Rabello, Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco. Em cena, as atrizes se transformam em vinte personagens, entre femininos e masculinos, que conduzem nove esquetes escritos e dirigidos por Fábio Porchat.

A montagem se destaca pelo humor de identificação, que traz situações cotidianas e personagens reconhecíveis, sempre com espaço para improvisação. Cada apresentação se torna única, já que as cenas podem ganhar novas nuances a cada noite.

Os ingressos estão disponíveis no site Ingresso Digital (https://www.ingressodigital.com/), com valores entre R$ a R$ , de acordo com o setor escolhido na plateia e o tipo de ingresso (inteira, social ou meia). Também está disponível a opção de ingresso social, que garante desconto para todos que levarem 1 kg de alimento  não perecível, que deverá ser entregue na portaria do evento, junto à validação do ingresso.

Para compor o espetáculo, Porchat reuniu textos inéditos e outros que remontam aos anos de 2004 e 2005, período em que era estudante da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro. Algumas das histórias foram originalmente encenadas ao lado do colega e amigo Paulo Gustavo.

“Foi muito lindo revisitar esses textos escritos há 20 anos, que eu fiz na escola pro meu colega Paulo Gustavo. E foi bom ver que esse material ainda é atual, funciona e é engraçado. Se estivermos conectados ao que acontece ao nosso redor, vamos entender o Brasil, os costumes e as pessoas que estão à nossa volta”, conta o diretor.

Entre os destaques está “Superstição”, que mostra o reencontro de duas amigas com visões opostas sobre crenças populares: uma devota de todos os rituais e outra totalmente cética. Já em “Selfie”, uma fã (Priscila) aborda uma atriz famosa (Maria Clara) em um restaurante, mas, ao tentar registrar a foto, começa a apontar defeitos na artista que admira. O esquete mais recente, “Meu bebê”, traz Júlia e Priscila como um casal que compara seu filho de oito meses com os das amigas, em uma competição implícita pelo título de criança mais inteligente.

Com diálogos afiados e situações que refletem a vida real, “Agora É Que São Elas!” oferece ao público goiano duas noites de humor inteligente, capaz de arrancar risadas ao mesmo tempo em que expõe fragilidades e manias tão humanas quanto atuais.

SERVIÇO

Agora É Que São Elas – Goiânia

Data: 6 e 7 de dezembro

Horário: 18h e 19h

Local: Teatro Goiânia (R. 23, 252 – St. Central, Goiânia)

Ingressos: https://www.ingressodigital.com/evento/17837,17838/agora-e-que-sao-elas

Johny Cândido

Assessor de imprensa – Jornalista 

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Erasmo Gama, o silêncio que pinta o mundo por dentro

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Artista Plásstico Erasmo Gama

Há artistas que não vêm ao mundo para enfeitar paredes. Vêm para ferir a superfície, para abrir fendas onde antes havia apenas uma imagem apaziguada. Erasmo Gama é desses. Sua arte não se oferece de imediato. Ela não grita. Ela sussurra e exige escuta. Quando estive diante das obras dele, senti que não bastava olhar. Era preciso entrar. Caminhar para dentro da cor, do corpo, do traço. Era preciso me despir das leituras prontas, da pressa cotidiana, da fadiga dos olhos acostumados a ver muito e sentir pouco. Erasmo pinta o silêncio humano, aquele que mora entre uma respiração e outra, aquele que acontece quando a alma se recolhe para sobreviver ao mundo. Seus rostos, às vezes diluídos, às vezes suspensos no quase-nada, não estão posando para nós: Eles existem, e existir nunca é leve. Há uma dor silenciosa em sua paleta. Mas é uma dor que não grita, não sangra, não faz espetáculo. É uma dor mansa, como quem já entendeu que a vida é bruta e sagrada ao mesmo tempo. Os corpos que ele pinta não carregam peso no gesto, carregam peso na alma. Há um recolhimento. Um pudor. Uma solidão tão profunda que quase escutamos o eco do pensamento. Erasmo olha para o mundo de dentro. E esse olhar exige coragem, a coragem de ver o que não é dito, o que não se exibe, o que não se mostra para sobreviver às relações. Sua arte é metafísica: não comenta o mundo, pergunta-o. Não desenha a vida, interroga-a. E, quando nos deparamos com suas figuras suspensas no tempo, sentimos que estamos diante de nós mesmos, mas nós como raramente nos vemos: vulneráveis, desarmados, inteiros. Percebi, enquanto observava, que ele não pinta a dor, ele pinta o depois da dor. O momento em que a alma se recompõe em silêncio, sem espetáculo, sem dramatização. O momento em que a vida segue, mesmo ainda latejando. Erasmo Gama não quer nos agradar. Ele quer nos atravessar. E atravessou. Saí dali diferente, como quem tocou uma ferida antiga e, ao invés de sangrar, compreendeu. Compreendi minha própria solidão. Eu não sabia, ao me aproximar das obras de Erasmo Gama, que algo em mim iria se mover de um jeito tão íntimo. Não era sobre forma ou técnica. Não era sobre o entendimento que se aprende nos livros ou nas salas brancas dos museus. O que ele pinta, não pedem explicação. Eles existem. Existe neles uma dor quieta, um eco de vida vivida, uma memória que não se grita, e eu reconheci tudo isso. Porque também já vivi silêncios que ninguém viu. Também já carreguei lágrimas que não chegaram a cair. Também já sentei diante da vida tentando entender onde foi que a alma ficou cansada. Erasmo não pinta sofrimento. Ele pinta o depois. Aquele instante onde a gente entende que a dor não nos destrói, ela nos molda. Ela ferve, depura, reconfigura. E, quando passa, deixa um vazio manso. Um vazio que não ameaça, acolhe. Eu olhava aquelas figuras suspensas no tempo e sentia que não era a obra que eu via. Era eu. Eu, com minhas memórias. Eu, com minhas perdas. Eu, com as palavras que calei para sobreviver. Eu, com a força que nasceu justamente quando pensei que não tinha mais nenhuma. E foi ali, sem ninguém perceber, que algo se abriu dentro de mim. Uma espécie de reconciliação. Uma conversa entre o que eu fui e o que eu ainda estou aprendendo a ser. Erasmo não faz arte para decorar paredes. Ele faz arte para abrir frestas. Para que o mundo entre. Para que a alma respire. Para que a gente se reconheça onde já não sabia mais se encontrar. Saí dali tocada. Não emocionada. Transformada. Porque existem artistas que pintam o mundo de fora. E existem artistas, raros, que pintam o mundo que existe dentro de nós. Erasmo Gama é desse último tipo. E eu o encontrei. Ou talvez…um cachorro de rua Caramelo, nos fez encontrar a poesia da vida. Cada um a sua maneira. Renata Soares sua esposa, com sua sensibilidade, é o portal da arte de Erasmo. Compreendi, que os dois se completam em um amor de nunca deixar a mão do outro. Compreendi esses instantes onde o mundo fica suspenso e só resta o coração como bússola. A arte dele não se explica. Se respira. Se escuta. Se leva consigo. E quem a leva, já não volta igual. Porque ver uma tela de Erasmo Gama é ser vista por ele. E, no fim, é isso que a arte verdadeira faz: Ela nos revela.

Se você quiser conhecer a obra do Erasmo Gama, ele estará dia 08/11 as 11hs ao lado de vários artistas na exposição Poíesis + Livro de Artista. Local: Ed. Buena Vista Office Design Avenida T4,619 Salas 704-705 – Setor Bueno

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Projeto REEXISTIR celebra sua quarta edição neste sábado (18), em Goiânia

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Projeto REEXISTIR celebra sua quarta edição neste sábado (18), em Goiânia

O Projeto REEXISTIR chega à sua quarta edição neste sábado, 18 de outubro, no Complexo Conecte Arte, localizado no bairro Jardim América, em Goiânia (GO). O evento vem se firmando como um dos mais importantes movimentos de valorização da cultura local, promovendo arte, diversidade e resistência cultural por meio de múltiplas expressões artísticas.

Palco do Complexo Conecte Arte no Jardim America em Goiânia

Consolidado como ponto de cultura reconhecido no Estado de Goiás, o REEXISTIR tem como propósito criar um espaço de expressão, pertencimento e transformação social, valorizando artistas independentes e ampliando o acesso à cultura.

A programação desta edição reúne uma rica mistura de linguagens — música, artes visuais, performances e circo, proporcionando ao público uma experiência sensorial e inspiradora.

Entre os destaques musicais, estão as talentosas cantoras selecionadas, Fernanda Felipe e Isadora Pinheiro, que se apresentam com repertórios autorais e releituras de clássicos da música brasileira.

Cantoras Selecionadas – Fernanda Felipe e Isadora Pinheiro

Na atração circense selecionada, o público poderá se encantar com a irreverência e o talento da Cia de Palhaços, que promete arrancar risadas e despertar o lúdico com performances cheias de poesia e humor.

A atração circense selecionada, Cia de Palhaços

O palco também recebe a participação especial das cantoras convidadas, Rainy Ághata e Regina Jardim, que completam a noite com interpretações potentes e cheias de emoção.

Cantoras Convidadas

Rainy Ághata

Regina Jardim

O acompanhamento musical será feito por uma banda formada por Leandro Mourão (violão), Arthur Ornelas (teclado) e Rafa Teixeira (percussão), músicos reconhecidos no cenário artístico goiano por sua versatilidade e sensibilidade.

A banda que acompanha as atrações artísticas. Rafa Teixeira, Arthur Ornelas e Leandro Mourão.

Além das apresentações, o evento abre espaço para artes visuais, intervenções urbanas e exposições que dialogam com temas de inclusão, sustentabilidade e resistência cultural.

O Projeto REEXISTIR é uma realização da Associação SuperAção Criativa, com produção executiva da empresa Cereja do Cerrado Produções. A iniciativa foi contemplada pelo Edital de Pontos de Cultura – GO, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Edital nº 018/2024).

O evento é gratuito e aberto ao público, reafirmando o compromisso do projeto com a democratização do acesso à cultura e o fortalecimento da arte como instrumento de transformação social.

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