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Dentifrício

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By JB Alencastro.

A maioria de nós se depara diariamente a frente de uma pasta de dentes. Você a abre, aperta, cobre as cerdas da escova e faz sua higiene bucal. Nada mais prosaico. Porém existe um significado muito profundo em tudo isso. Recheado de perguntas que agora irei fazê-las.

Você se alimenta primeiro e escova os dentes, ou escova e depois come? Ou escova e repete o ato depois de comer? Ser pró ativo não é uma característica inata. Ela necessita ser cultivada. Adiar resoluções, postergar o enfrentamento é típico do ser humano. Ser proativo significa tomar uma atitude antes de que o fato em si ocorra. Ser reativo, necessita de que um fenômeno qualquer tenha que acontecer, para depois algo fazer. A maioria das pessoas são reativas, e principalmente quando o problema aperta.

Você coloca a pasta cobrindo as cerdas completamente? Você coloca pouco? Ou desperdiça? Ou nem se atenta para tal? A justa observação dos detalhes faz com que a vida seja mais clara. A ( __ ) está nos detalhes. Qual palavra você inseriria neste espaço? Essa simples palavra, já diz muito sobre você. O tanto que você coloca está na frente ou no final das cerdas? Ou no meio?

Nem pense que agora iremos escovar os dentes. Não. Você escolhe o seu dentifrício pela propaganda? O por que era o que sua mãe comprava? Compra o mais barato? O mais caro? O que o dentista lhe indicou? Ou o que você pesquisou e achou mais adequado? Ou simplesmente o que tem na hora? Você se pauta pelo preço, status, funcionalidade, saúde ou no quê em um ato qualquer de consumo de sua vida?

O tubo vai sendo apertado diariamente e a pasta vai acabando. Você aperta no meio ou no final? À medida que a pasta termina, você começa a economizar? Logo ao final você vai dobrando o invólucro para aproveitar até o último restinho? Ou joga fora assim que fica difícil e compra outra? Seria a medida das coisas a nossa premente necessidade? Quando fica árduo você toma providências? Não seria melhor adiantar-se a tudo isso? Ou será que você não tem uma pasta reserva para substituir assim que essa findar? Evitando correrias e desespero?

Existe um prazer maior quando se vê que ainda resta uma esperança, uma pastinha residual? Há conforto ao saber que você pode utilizar de maneira equânime o seu dentifrício? O ato de substituir o usado pelo novo é feito sem arrependimentos ou saudades? A necessidade de renovação mostra a você uma sensação de recomeço?

Uma pessoa muito próxima disse-me que essa crônica não lhe seria útil pois ela não utiliza pasta de dentes… Eu sorri e disse que a negação é a primeira reação que temos diante dos desafios insolúveis. E uma outra pessoa também me mandou o recado de que ela simplesmente não escova os dentes, não precisando nem de dentifrício ou escova. Para ela respondi que tinha curiosidade de saber o que come, e quais resíduos deixa. E obviamente, se ainda tinha os próprios dentes.

Substitua a palavra dentifrício pela palavra vida, e o sinônimo pela palavra desafios. Assim é a vida, diariamente rotina. Diariamente desafios. Use a pasta na medida certa. Escove-se sempre que puder. Para no fim ou no começo do dia, abrir seu melhor sorriso.

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Viver…

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Não quero ser melhor que os outros, apenas quero ser sempre melhor do que eu mesmo. Assim estarei me superando. Você tem o direito de falar o que pensa, Mas não tem o direito de julgar quem não conhece Liberdade de expressão é um direito de todos, mas não lhe dá o direito de inventar histórias sobre o outro. Eu posso ser bem melhor do que sou, preciso ser. Posso dar bem mais, ser bem mais.  É sempre nossa exigência. Esquecemos que somos humanos com erros e acertos. ERRAMOS!!!

O amor verdadeiro deveria ter perdão para todas as vidas, menos para as vidas sem amor e sem educação. Gratidão deve vir antes de tudo e o agradecimento acompanhado do abraço apertado de acolhimento. Temos sim, o direito de sentir as tristezas, lamúrias, mas não nos dá o direito de carregar as sombras. Precisamos da luz, vitamina D e humor. Isso nos trás a paz nos céus azuis, e somos nós que devemos sentir o palco da vida com holofote.

Faço o meu caminho, pisando no chão que me é exposto. E não me venham com histórias penosas, telefone sem fio da vida do outro, de fracassos, e energia ruim, detesto-as. Tenho tentado seguir em frente e procurar outras paisagens. As vezes, me exausto da vida. Me dou este direto de vez em quando. Mas não posso me dar o luxo de parar o ponteiro do relógio. 

Se quiser me acompanhar, tem assento vago, só lembrando que a viagem não sai de nenhuma estação, e nenhuma zona de guerra, nem da zona de conforto porque não é interessante passar a vida desconfortável. Com sonhos que morrem. Viaje comigo sem controle remoto, seja suave no caminho e o foda-se engatilhado.

Jornalista Edna Gomes

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Pianista Virgínia Hogan 

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O maestro gesticula Mozart enquanto a pianista, com toda sua delicadeza, se debruça sobre o piano para arrancar suas notas. Em um jantar no Rio de Janeiro, conheci a musicista Virginia Hogan. Uma mulher delicada, bonita, cheia de charme com um sorriso único, dedilhava seu carisma para sua platéia. Todos conectados, o universo estava naquele palco ao som de seu piano, eu fechei meus olhos e pude ouvir a poesia do mundo. E foi ali que eu nasci de novo. Um piano, a pianista é tudo tão mágico. Assim como ela, eu também escorregava as mãos sobre a vida. Tentava com persistência e coragem encontrar o ponto de começo ou, ao menos, a ponta do fio que desenrolava todo o resto. A mim me encantava que a primeira nota do soneto fosse a primeira consoante do que a força que seu dom musical me causava, eu queria escutar cada estrofe, o ritmo de suas mãos do teclado do piano. Ela toca mil sinfonias de poemas que não fizeram do tempo um inimigo que  apagasse dos seus sonhos. E era assim, na agilidade como pianista, que ela bombardeia o coração de todos. A platéia escutava no silêncio do céu. Usava a poesia de seu piano como um caminho para as estrelas, até o afeto da sensibilidade cheio de sinfonia. Contava os versos, os equívocos, a camada fina de tecido que separa o toque dos nossos corações. Cada nota tocada de Virgínia Hogan, eu não consigo pensar em mais nada, somente nos toques suaves de uma excelente pianista. Luzes se acendem, e todo o cenário aparece, e a Virgínia aparece, tocando a melodia de amor e de suas tragédias que permite a movimentação dos seus dedos nos acordes eruditos de seu piano e sua expressão da vida. E o que pode uma mulher quando um deus em seu fascínio a invade, pela alma, com “Beethoven” em seu piano? Virginia nos leva a reflexão.

No show, a pianista estará acompanhada por Boaz Sharon, os maestros Lee Mills e Anderson Alves e receberá a soprano Maria Gerk. Dia 22 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro às 19:hs

Jornalista Edna Gomes

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O Mundo tem sentido?

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A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, de estar em um evento e ouvir um grupo de pessoas conversarem sobre alguns assuntos – ⁠⁠a desinformação não se trata da falta de informação apenas mas também da absorção de informações equivocadas. Elas estavam em suas bolhas, porque ou não liam, ou se iludiam a algo que andava pelo universo, responsável pelo acontecimento que eles tanto temiam. Nada daquela conversa se entendia comigo: o mundo era deles, era para eles: o “eu”.

Mas, uma noite, levantei-me da cama, enrolada num lençol, fui à janela para me apresentar à força do universo. Aquela conversa que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era uma coruja branca, pousada no coqueiro. Era um presságio, que voava pela noite, sozinha, ao meu encontro? Ouvir os presságios daquelas pessoas  – sempre tem um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andam tão estranhas? A mim não me causa medo nenhum. Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. 

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros.  Talvez uma das melhores sensações da vida, não somos impulsionados pela realidade, mas sim por nossa percepção da realidade

Ter a minha própria opinião, meus próprios gostos, não indo na maré da “grande maioria”  ou dos babões de plantão, é reconfortante. Não vou apenas por que você quer que eu vá. Não falo apenas o que você quer ouvir. E assim, vamos construindo o mundo, entendendo e respeitando as pessoas como únicas, cada qual com as suas verdades. 

Edna Gomes

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