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Minha buzina é meu passaporte

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JB Alencastro e sua esposa Margareth dentro de um tuk-tuk, na ponte do Lago Swaroop em Udaipur, na Índia.

Na inocência de um mero ocidental na Índia, ao que um tuk-tuk (carrinho prático de 3 rodas, universal por aqui) buzinou para nós assim que saímos de casa, eu me virei e o vi.

Ele perguntou aonde queríamos ir. Eu disse: “ – Lake Fateh.” Ele meneou com a cabeça, num sinal afirmativo que eu obviamente não consigo repetir e mandou subir.

O pequeno bando de cães amarelos de pelo curto que moram logo no final da via dos ferreiros, estava lá.

Metade descansando nas ruas, outra metade em cima dos carros. Ele buzinou. Todos levantaram a cabeça, e os que estavam mais ao meio da rua, se moveram para o lado, dando passagem. Nós não havíamos nos deslocado nem 100 metros.

Na subida em frente a mesquita, a rua se estreita. Buzina de novo! Em resposta, vários buzinam. É uma sinfonia acústica caótica. São muitos tons. Inúmeras maneiras de anunciar que estamos passando antes do ponto cego da curva. Esposa aperta minha mão. O zelozo motorista sorri e diz que está tudo bem.

Agora a curva leve a direita, existem alguns burrinhos carregando areia, no meio da ponte que atravessa o Lago Swaroop, não há área de escape e nem acostamento.

Outra buzinada e os animais abrem passagem e a sua condutora, com seu colorido sari e o cajado, aponta para os pedestres logo a frente, também se afastarem.

Olhei para a água e os patos grasnaram de volta. Respondendo a sonora comunicação. Aí não resisti e perguntei: “ – Por que o senhor buzina tanto? ”. A resposta foi cartesiana.

“Eu buzino, logo existo.” Não me surpreendi com o filosófico comentário visto que todo indiano é um pensador em potencial.

Saindo da ponte tem um lixão que pelas manhãs, quando passamos correndo, um grande trator recolhe os excessos. Corvos, gaviões e uma pequena família de uma mãe e três filhos estão sempre por ali.

Nova buzinada, agora mais demorada, pois ele explica que não se sabe o que pode vir do outro lado, ultrapassando a caçamba. Ah, o trânsito aqui é – teoricamente – de mão inglesa.

Um grande e luxuoso hotel está a 50 metros dali. Uma subida. Não tem nada e nem ninguém. Eu tinha certeza absoluta de que ele iria pressionar o botão enorme no meio do volante: – Foooooom! Fooom! Numa calma e tranquilidade peculiares aos daqui, ele explicou que alguém poderia estar descendo muito rápido e ele assim estaria avisando que estamos passando.

Logo a frente vários tuk-tuks estacionados. Ele os cumprimenta com um aceno e uma buzinada cordial. Todos retribuem o gesto (ambos: aceno e buzinada). Não há como não rir, e nem como explicar.

Mas é assim mesmo. Agora vamos passar por uma região sombreada por árvores enormes e entrar na avenida que dá na entrada do Lago Fateh. Ele não olha, não freia, não desvia. O que ele faz? Adivinhem? Buzina. E tudo bem.

Agora são duas avenidas. E o caos se estabelece. É uma competição sonora e eu creio que a do nosso condutor é a mais alta e potente, o que nos faz ir adiante, apesar dos milímetros que nos separam das motos, caminhões, carros, bicicletas e pedestres. Ele é muito hábil. Desvia com graça e precisão. E buzina com sofreguidão.

As margens do lago, ele faz um zigue-zague entre as charretes, os cavalos imaculadamente brancos e os gigantescos dromedários.

Todos são saudados com buzinadas eloquentes. E então chegamos ao ponto onde iremos descer para nadar. Quando eu digo que vim para cair n’água ele fica numa alegria tamanha que quase esquece de cobrar e ao ver meus colegas de natação me saudando se despede com seu passaporte natural: “- Fom-fom!”.

Buzina na Índia é antes de tudo, uma forma de comunicação.

JB Alencastro especialmente para o D9 Notícias.

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Remoção e transplante de sobrancelhas crescem com busca por naturalidade.

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Há pouco tempo, tatuar as sobrancelhas era febre. Hoje, virou arrependimento coletivo.

A tendência que marcou uma geração deixou um efeito colateral inesperado. Procedimentos como micropigmentação, microblading e tatuagens definitivas, além de alterarem a cor ao longo dos anos, também enfraquecem os fios e podem comprometer o ciclo de crescimento.

Quando o pigmento começa a desaparecer, muitas pessoas percebem que a sobrancelha não voltou como antes, os fios perderam força para crescer.

Com isso, a procura por remoção e reconstrução disparou. Na Nabeauty, referência na técnica Flow Removal, o laser Q-Switched fragmenta o pigmento sem danificar a pele ou os folículos.

O processo permite que os fios naturais retomem seu crescimento gradualmente, preservando a estrutura da sobrancelha.

Segundo a especialista Karoline Gama, os principais motivos da busca são pigmentos que oxidaram para tons azulados ou avermelhados, desenhos assimétricos e mudanças de estilo.

O protocolo é personalizado, com média de três a cinco sessões.

Mas para quem perdeu volume ao longo dos anos ou teve falhas agravadas pelos procedimentos antigos, o transplante de sobrancelhas se tornou a solução definitiva.

O cirurgião plástico, Dr. Cleber Stuque, utiliza a técnica FUE para extrair fios finos da região posterior do couro cabeludo e implantá-los seguindo o formato natural da sobrancelha.

O especialista acrescenta que a procura por esses procedimentos sobe entre 15% e 20% nos meses de novembro e dezembro.

O transplante é feito com fios longos, permitindo visualizar de imediato a direção do crescimento e garantindo naturalidade desde o início.

O resultado definitivo aparece a partir de seis meses, com pós-operatório simples e recuperação rápida.

Entre remover o que não representa mais e reconstruir o que se perdeu, cresce um movimento que valoriza o natural, o real e o harmonioso.

Com tecnologia avançada e profissionais especializados, procedimentos que antes eram tabu hoje devolvem expressão, identidade e autoestima através da moldura mais poderosa do rosto: as sobrancelhas.

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Dois dias de casa cheia e muita emoção no Teatro Rio Vermelho!

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O espetáculo de Natal do Allegro, a Vila dos Desejos, encantou crianças, jovens e adultos com fadas, bailarinas, guardiões e soldadinhos em uma jornada para reacender a luz do Natal e entregar cartinhas ao Papai Noel.
Uma apresentação cheia de magia, amor, amizade, perdão e esperança. O Natal é o momento de renascer a fé e a esperança na humanidade.

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“Casa como destino”, conceito abraça rotina de goianiense em busca de qualidade de vida.

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Pesquisa revela que o brasileiro tem, em média, 43 anos da vida ocupados pela rotina, e imóveis passam a oferecer experiências completas para reduzir o estresse urbano

A rotina do brasileiro está cada vez mais comprimida. Uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada com o Nubank, mostra que 74% do tempo ao longo da vida é ocupado com os trabalhos externo e doméstico, estudos, além de deslocamento –  o equivalente a 43 anos, conforme a idade  média nacional. A mesma pesquisa revela que o trânsito é motivo de desagrado para mais de 40% dos entrevistados. Em Goiânia, essa realidade aparece de forma evidente, um sintoma da extensa frota de veículos que circulam pela capital. 

A pesquisa Viver nas Cidades, também realizada pela Ipsos, revelou que 51% dos goianienses se locomovem diariamente com o uso de veículos particulares ou de aplicativos, o que ultrapassa a estatística de pessoas que usam o transporte coletivo. “O desgaste provocado pelo deslocamento entre destinos é um dos fatores que eleva a necessidade do goiano de encontrar o que é essencial a poucos metros de distância, e isso está provocando grandes mudanças na oferta de imóveis atual”, explica Victor Albuquerque, sócio da Legado Incorporadora.

Victor Albuquerque, sócio da Legado Incorporadora, explica como a demanda do goiano provoca diferentes formatos de moradia e nova fase do mercado imobiliário
Eduarda Leite

*Espaços comuns cada vez mais valorizados*

Com essa rotina cada vez mais acelerada e o desgaste de estar refém de grandes trajetos para viver o dia a dia, os goianos estão valorizando imóveis que ofereçam experiências completas sem sair da porta de entrada, ou seja: a casa deixa de ser dormitório e se torna um destino. “Hoje em dia, é difícil encontrar ambientes de lazer de qualidade, espaços para atividades físicas, e até para o trabalho perto de casa. Então, imóveis que já oferecem tudo isso estão sendo mais procurados, e o mercado dos imóveis está investindo nesse novo padrão de comportamento”, explica Victor.

A exemplo disso, Legado Incorporadora, em parceria com o Grupo Custódio, lança o Biografia Parque Flamboyant, o novo empreendimento do Jardim Goiás que será lançado ao público neste dia 13 de dezembro, com atributos inéditos não apenas para o bairro, mas também para a cidade. Localizado a 500 metros do Parque Flamboyant e somente a 200 metros da Praça das Artes, o condomínio residencial terá uma área de lazer com 2.600 m², composta pelo SPA Beach Club, no primeiro pavimento, e pelo Rooftop 360°, no topo.

“A ideia do Spa Beach Club é, realmente, trazer um resort para dentro de casa”, pontua Victor Albuquerque. No ambiente, haverá uma estrutura de lazer completa com quadra de beach tennis, banheira de gelo para recovery, sauna a vapor, sala de massagem, fitness outdoor e indoor, sala de reuniões, estúdio de coworking e mercado compacto, além de uma adega exclusiva para moradores.

No Rooftop 360°, um dos principais diferenciais é o observatório espacial. O empreendimento será entregue com telescópios nesta área de lazer para observação das estrelas e do skyline, em conjunto com um sky bar, pista de cooper nas alturas e ambientes de descompressão. 

Os futuros moradores do empreendimento serão presenteados com um livro autobiográfico, segundo o legado do Biografia Parque Cascavel, vencedor do Prêmio Master Imobiliário 2025, que vendeu 100% de suas unidades após somente quatro horas desde o lançamento. O novo Biografia se ergue em uma zona de desaceleração, mas a partir de um projeto aprovado anteriormente, o que reabre as portas para quem ainda sonha em residir em um dos bairros mais bem localizados de Goiânia.  O residencial terá 200 apartamentos, com duas suítes (65 m²) e três suítes (82 m²).

“Essa tipologia é um grande atrativo para quem sempre sonhou em morar na região do Jardim Goiás, pois lá há uma concentração de um público com poder aquisitivo mais elevado, e uma oferta de apartamentos a partir de 100 m², no mínimo. Trazemos no Biografia Parque Flamboyant um acabamento de primeira linha, mas com o metro quadrado mais acessível. Então, tem tudo para ser mais um sucesso de vendas”, continua Victor.

O lançamento no Jardim Goiás segue a linha do Biografia Parque Cascavel, também da Legado Incorporadora, que vendeu 100% das unidades em apenas 4 horas após o lançamento e ganhou o  Prêmio Master Imobiliário 2025.

Biografia Parque Flamboyant é um exemplo de como o mercado se adaptou às novas demandas de comportamento do morador de grandes centros urbanos
Divulgação

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS

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