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Semana do Consumidor

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Estamos na Semana do Consumidor. Para comemorar, vou lembrar um caso da propaganda que aconteceu há mais de 20 anos, e que teve tanta repercussão que acabou sendo julgado no CONAR ( aqui eu vou abrir um parênteses, e lembrar que o CONAR é o Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária, a quem qualquer consumidor pode recorrer para reclamação sobre publicidade enganosa ou ofensiva de alguma maneira). Isso já foi feito mais de 10 mil vezes nos últimos 35 anos.
Antes de vc seguir a leitura, sugiro que acesse este endereço para conhecer o comercial relatado neste artigo https://www.youtube.com/watch?v=N97KxUZUqFc
Foi criado pelo publicitário Washington Olivetto para o cliente Chocolates Garoto e, desde aquela época, a propaganda exigia cuidados especiais em comerciais com participação de crianças e adolescentes, assim como produtos destinados a menores de idade.
Mas a publicidade em interpretação pessoal, pode apresentar situações que, para alguns, são impróprias e para outros, não. Depende do entendimento de cada um, da formação cultural, religiosa, social ou outras.
Pois bem. Como você viu naquele link, o filme apresenta garotos na pré-adolescência, despertando sua atenção para o sexo oposto. As cenas são retrato do que os adolescentes faziam ( acho que ainda fazem): espelhinho na ponta do sapato para ver a calcinha da professora na classe, espiar pela fechadura para ver a tia tomando banho, fingir de afogado na piscina do clube para a linda salva-vidas aplicar a respiração boca-a-boca , etc.
Muita gente gostou mas, como era de se esperar, choveram reclamações no CONAR de consumidores indignados. E foi instalado o procedimento ético. Nesse caso, a defesa foi apresentada lastreada em pareceres de dois dos mais ilustres psicólogos e psiquiatras especializados em crianças e adolescentes: Flávio Gikovate e Içami Tiba. Os laudos destacaram que a publicidade espelha a realidade e que, na idade dos meninos do comercial, ninguém controla a curiosidade deles pelas mulheres, principalmente as mais velhas. Portanto, o comercial GAROTOS, do Chocolate Garoto, nada mais apresentava do que a realidade e que, portanto, não havia exagero nas atuações dos personagens, representados pelos garotos na fase de pré-adolescência. Ao mesmo tempo, o MP de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, pressionado pela Câmara Municipal, instaurou inquérito civil para apurar eventuais atropelos às leis de proteção à infância e juventude. O procedimento ético teve tramitação mais ágil e foi julgado pelo Conselho de Ética do CONAR, que entendeu não ter havido infração ao código e recomendou o seu arquivamento. Com base nesse resultado, o MP de São Leopoldo recomendou o arquivamento do inquérito civil, argumentando que, se o CONAR, composto por profissionais com notório conhecimento da comunicação, entendeu não ter havido infração às disposições éticas, entendia ele que também não havia infração às disposições legais.
Agora que você conhece os bastidores e viu o comercial, saiba que ele foi amplamente premiado nacional e internacionalmente.
Mas, se fosse veiculado hoje, seria detonado nas redes sociais conservadoras, da extrema direita radical, dos evangélicos e das filhas de Maria.

Marco Antônio Chuahy – Publicitário

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Viver…

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Não quero ser melhor que os outros, apenas quero ser sempre melhor do que eu mesmo. Assim estarei me superando. Você tem o direito de falar o que pensa, Mas não tem o direito de julgar quem não conhece Liberdade de expressão é um direito de todos, mas não lhe dá o direito de inventar histórias sobre o outro. Eu posso ser bem melhor do que sou, preciso ser. Posso dar bem mais, ser bem mais.  É sempre nossa exigência. Esquecemos que somos humanos com erros e acertos. ERRAMOS!!!

O amor verdadeiro deveria ter perdão para todas as vidas, menos para as vidas sem amor e sem educação. Gratidão deve vir antes de tudo e o agradecimento acompanhado do abraço apertado de acolhimento. Temos sim, o direito de sentir as tristezas, lamúrias, mas não nos dá o direito de carregar as sombras. Precisamos da luz, vitamina D e humor. Isso nos trás a paz nos céus azuis, e somos nós que devemos sentir o palco da vida com holofote.

Faço o meu caminho, pisando no chão que me é exposto. E não me venham com histórias penosas, telefone sem fio da vida do outro, de fracassos, e energia ruim, detesto-as. Tenho tentado seguir em frente e procurar outras paisagens. As vezes, me exausto da vida. Me dou este direto de vez em quando. Mas não posso me dar o luxo de parar o ponteiro do relógio. 

Se quiser me acompanhar, tem assento vago, só lembrando que a viagem não sai de nenhuma estação, e nenhuma zona de guerra, nem da zona de conforto porque não é interessante passar a vida desconfortável. Com sonhos que morrem. Viaje comigo sem controle remoto, seja suave no caminho e o foda-se engatilhado.

Jornalista Edna Gomes

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Pianista Virgínia Hogan 

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O maestro gesticula Mozart enquanto a pianista, com toda sua delicadeza, se debruça sobre o piano para arrancar suas notas. Em um jantar no Rio de Janeiro, conheci a musicista Virginia Hogan. Uma mulher delicada, bonita, cheia de charme com um sorriso único, dedilhava seu carisma para sua platéia. Todos conectados, o universo estava naquele palco ao som de seu piano, eu fechei meus olhos e pude ouvir a poesia do mundo. E foi ali que eu nasci de novo. Um piano, a pianista é tudo tão mágico. Assim como ela, eu também escorregava as mãos sobre a vida. Tentava com persistência e coragem encontrar o ponto de começo ou, ao menos, a ponta do fio que desenrolava todo o resto. A mim me encantava que a primeira nota do soneto fosse a primeira consoante do que a força que seu dom musical me causava, eu queria escutar cada estrofe, o ritmo de suas mãos do teclado do piano. Ela toca mil sinfonias de poemas que não fizeram do tempo um inimigo que  apagasse dos seus sonhos. E era assim, na agilidade como pianista, que ela bombardeia o coração de todos. A platéia escutava no silêncio do céu. Usava a poesia de seu piano como um caminho para as estrelas, até o afeto da sensibilidade cheio de sinfonia. Contava os versos, os equívocos, a camada fina de tecido que separa o toque dos nossos corações. Cada nota tocada de Virgínia Hogan, eu não consigo pensar em mais nada, somente nos toques suaves de uma excelente pianista. Luzes se acendem, e todo o cenário aparece, e a Virgínia aparece, tocando a melodia de amor e de suas tragédias que permite a movimentação dos seus dedos nos acordes eruditos de seu piano e sua expressão da vida. E o que pode uma mulher quando um deus em seu fascínio a invade, pela alma, com “Beethoven” em seu piano? Virginia nos leva a reflexão.

No show, a pianista estará acompanhada por Boaz Sharon, os maestros Lee Mills e Anderson Alves e receberá a soprano Maria Gerk. Dia 22 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro às 19:hs

Jornalista Edna Gomes

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O Mundo tem sentido?

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A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, de estar em um evento e ouvir um grupo de pessoas conversarem sobre alguns assuntos – ⁠⁠a desinformação não se trata da falta de informação apenas mas também da absorção de informações equivocadas. Elas estavam em suas bolhas, porque ou não liam, ou se iludiam a algo que andava pelo universo, responsável pelo acontecimento que eles tanto temiam. Nada daquela conversa se entendia comigo: o mundo era deles, era para eles: o “eu”.

Mas, uma noite, levantei-me da cama, enrolada num lençol, fui à janela para me apresentar à força do universo. Aquela conversa que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era uma coruja branca, pousada no coqueiro. Era um presságio, que voava pela noite, sozinha, ao meu encontro? Ouvir os presságios daquelas pessoas  – sempre tem um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andam tão estranhas? A mim não me causa medo nenhum. Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. 

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros.  Talvez uma das melhores sensações da vida, não somos impulsionados pela realidade, mas sim por nossa percepção da realidade

Ter a minha própria opinião, meus próprios gostos, não indo na maré da “grande maioria”  ou dos babões de plantão, é reconfortante. Não vou apenas por que você quer que eu vá. Não falo apenas o que você quer ouvir. E assim, vamos construindo o mundo, entendendo e respeitando as pessoas como únicas, cada qual com as suas verdades. 

Edna Gomes

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