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Ziriguidum do D9 – Resumo – Segunda-feira, 11 de abril de 2022
Publicado
3 anos agoon
Por
Elpidio FiordaResumo de
Edição de Chico Bruno
Manchetes
Valor Econômico – Inflação e juro alto reduzem fatia de pobres no consumo
O GLOBO – Receita com royalties dispara e turbina caixa de governos
FOLHA DE S.PAULO – Empreiteira usa firma de fachada e domina licitações
O ESTADO DE S.PAULO – Reação ao racismo avança no País com ativismo e tecnologia
CORREIO BRAZILIENSE – Macron tenta unir a França para barrar a extrema-direita
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Com medo de gastar – Inflação e juros altos estão reduzindo o acesso das famílias de renda mais baixa a bens duráveis no país. Obtidas pelo Valor, duas pesquisas recém-concluídas, das consultorias GfK Brasil e Nielsen IQ. mostram recuo na fatia dos mais pobres nas vendas do comércio e maior dependência de indústrias e varejistas da demanda dos mais ricos, os menos propensos a consumir. O percentual de pessoas com medo de gastar, mesmo com dinheiro no bolso, está em 45%, acima da média global. A tendência desse quadro, por enquanto, não é de melhora.
Engordando a receita – Depois do salto de 65% em 2021, royalties e participações especiais da produção de petróleoe gás caminham para um novo recorde em 2022. União, estados e municípios devem ter um reforço no caixa de R$ 118,7 bilhões, projeta a Agência Nacional do Petróleo. Os governos estaduais ficam com 60% da verba. A alta da cotação internacional do barril, o dólar e a expansão do pré-sal influenciam a previsão. Especialistas alertam para o risco de o calendário eleitoral estimular gastos de custeio em vez de bancar investimentos de longo prazo, como saneamento, educação e meio ambiente.
Mina desconhecida – Uma empreiteira do Maranhão conquistou 53 das 99 licitações de pavimentação do governo Jair Bolsonaro (PL) participando sozinha ou ao lado de uma empresa de fachada registrada em nome do irmão de um dos seus sócios. Trata-se da Engefort, com sede em Imperatriz, sul do Maranhão, que explodiu em verbas na atual gestão e sob Bolsonaro foge de sua tradição ao obter também contratos para asfaltamento longe de sua base. Até agora, o governo reservou cerca de R$ 620 milhões do Orçamento para pagamentos à empresa —o valor total já quitado a ela soma R$ 84,6 milhões. Apesar do volume, a empresa é uma caixa-preta e silencia sobre seus contratos e a firma de fachada usadas nas concorrências. A fonte de recursos dela são contratos com a Codevasf, estatal federal entregue por Bolsonaro ao centrão em troca de apoio político, e as verbas das emendas parlamentares, ampliadas no esquema do toma-lá-dá-cá pelo Congresso no atual governo. No ano passado, a Engefort Construtora e Empreendimentos liderou os repasses da Codevasf. Também em 2021, foi a segunda construtora em volumes totais empenhados pelo governo federal, atrás da LCM Construção, que acumulou R$ 843 milhões em verbas reservadas. A Folha analisou documentos de 99 concorrências de pavimentação da Codevasf realizadas em 2021 por meio de um tipo de licitação simplificada chamada pregão eletrônico, que ocorre de forma online. Esses pregões, como mostrou a Folha neste final de semana, fazem parte de uma manobra licitatória que passou a ser usada em larga escala sob Bolsonaro para dar vazão aos recursos bilionários das emendas parlamentares, distribuídas a deputados e senadores com base em critérios políticos e que dão sustentação ao governo no Congresso. Procurada, a Codevasf não respondeu aos questionamentos específicos sobre a Engefort. A Engefort foi a única empreiteira que participou de todas essas licitações no Distrito Federal e nos 15 estados abrangidos pela Codevasf. A empreiteira ganhou 53 concorrências, ou mais da metade dos pregões. O desempenho mais expressivo foi em Minas Gerais, tendo conquistado 28 de 42 licitações nas modalidades asfalto CBUQ e bloquetes. Apesar de o setor de construção pesada ter mais de 200 empresas em Minas Gerais, em 10 dos 21 pregões para serviços com bloquetes de concreto a Engefort concorreu sozinha e levou os contratos.
Luta contra racismo avança – Facilitadas pela tecnologia, pelo alcance das redes sociais e pelo crescente ativismo negro, as denúncias de racismo avançam no País. Dados do Ministério Público de São Paulo mostram que os procedimentos para investigação de denúncias de injúria qualificada (com base no Código Penal) saltaram de 97, em 2020, para 708 no ano passado. A alta também foi significativa nos casos de preconceito de raça ou de cor baseados na Lei Antirracismo, que passaram de 265 em 2020 para 427 no ano passado. Já a Secretaria da Justiça e Cidadania paulista reporta 134 denúncias apenas no primeiro trimestre de 2022. Em 2021, foram 155 e em 2020, 49. Há casos até como o da cozinheira Eliane Aparecida de Paula, de 42 anos, agredida fisicamente em um bairro nobre de SP. Desde novembro, o Procon Racial recebe denúncias sobre situações de racismo. Em 2022, já são 26 casos.
Todos contra Le Pen – Com quase toda as urnas apuradas, o presidente Macron obteve 27,35% dos votos no primeiro turno e defenderá o cargo no Palácio do Eliseu, em 24 de abril, em uma disputa contra Marine Le Pen, que teve 23,97% (D). Candidatos comunista, socialista, ecologista e da direita orientaram eleitores a apoiarem Macron. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, apelou aos simpatizantes que “não se deve dar um só voto” à ultraconservadora.
Intacto, gabinete presidencial no Rio só gera gastos – Criado num dos primeiros atos do presidente Jair Bolsonaro, no dia 2 de janeiro de 2019, o escritório montado no Rio para o chefe do Executivo despachar em seu domicílio eleitoral já consumiu R$ 1,7 milhão só em salários de servidores e jamais foi usado oficialmente pelo titular do Palácio do Planalto. O GLOBO esteve no local na última quinta-feira e não encontrou ninguém. O gabinete regional, instalado no Palácio do Fazenda, no Centro, também abriga salas que costumam ser usadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quando ele está na cidade. Ao todo, quatro servidores dão expediente no espaço reservado ao presidente da República, que passou por melhorias e ficou pronto em 2 de maio de 2019. A própria Secretaria-Geral do Planalto, que cuida das questões administrativas da Presidência, confirmou por meio da Lei de Acesso à Informação que Bolsonaro nunca esteve no escritório. Embora tenha nascido em São Paulo, Bolsonaro fez carreira política no Rio, por onde se elegeu deputado federal sete vezes e onde mantém uma casa num condomínio na Barra da Tijuca. Desde que se elegeu, o presidente já fez nove viagens oficiais ao estado. O local montado para que Bolsonaro pudesse trabalhar enquanto estivesse no Rio serviria ainda, segundo o governo, para lhe dar apoio administrativo e operacional, assim como para ministros de Estado, quando necessário. De acordo com a Presidência, no entanto, também não constam nos registos oficiais qualquer visita presencial de ministros. “Informamos que não foram localizadas agendas presenciais no Gabinete Regional do Rio de Janeiro em relação a essas autoridades”, informou a Secretaria-Geral, em referência a Bolsonaro e aos seus auxiliares de primeiro escalão. Na tarde de quinta-feira, o GLOBO esteve no endereço do escritório presidencial fluminense, no Palácio da Fazenda. Acompanhada por um funcionário até o 10º andar, onde fica o escritório, a reportagem não encontrou qualquer sinal de servidores trabalhando. A reportagem retornou ao endereço no dia seguinte, também à tarde, mas, dessa vez, foi impedida de subir no edifício. Em novo contato telefônico, o assessor especial da Presidência, o coronel da reserva André Malícia, confirmou que o gabinete regional funciona no local visitado pelo GLOBO no dia anterior, numa sala no 10º andar, e também disse que o presidente da República jamais esteve no local.
Doria diz ser ‘especialista’ em romper resistência no PSDB – O pré-candidato tucano à Presidência, João Doria, reforçou ontem sua determinação de disputar a eleição deste ano. Durante sabatina na Brazil Conference, Doria disse ser um “especialista” em romper com as resistências dentro do PSDB. A disposição de Doria coloca em xeque a articulação envolvendo alas da sigla tucana, MDB e União Brasil por uma chapa que reúna o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e a senadora Simone Tebet, pré-candidata emedebista. Depois de migrar do Podemos para o União Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro já não é mais visto como potencial candidato pelos nomes do centro político. Em um recado aos demais postulantes de uma candidatura única em torno da “terceira via”, Doria pregou consenso entre as siglas, mas indicou que não deve abrir mão de ser o candidato escolhido pelo grupo. “Em 2016 eu disputei prévias para a prefeitura de São Paulo. A maioria expressiva do PSDB não me queria como candidato”, disse o ex-governador. “Não era uma parte, era a maioria expressiva. O partido teve que fazer prévias. A minha probabilidade de vencer as prévias era praticamente nenhuma. Vencemos as prévias e depois vencemos as eleições. Em 2018 mais uma vez prévias do PSDB, fui colocado por deputados estaduais que não representavam a maioria”, destacou. “O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por quem tenho respeito, se posicionou contra mim, apoiando a candidatura de Márcio França, do PSB (…) Disputei as prévias com pouca probabilidade de vencer. Vencemos as prévias e as eleições. Estou me tornando um especialista em romper com essas tradições.”
‘Estou na pista’, diz Eduardo Leite – O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) disse que está “na pista para negócios” para uma candidatura à Presidência. Em painel na Brazil Conference neste domingo, 10, a colunista do Estadão Eliane Cantanhêde brincou que “dizem as más línguas” que Leite é um possível candidato ao Planalto. O ex-governador respondeu: “as boas línguas”. Mais tarde no debate, Leite brincou com o fato de ter deixado o governo gaúcho no final de março. “À medida que estou desempregado vou ser candidato a alguma coisa, nem que seja a uma vaga de emprego”, falou. Cantanhêde perguntou se ele seria um candidato do centro e o tucano respondeu que essa seria uma discussão para outro painel. O ex-governador também fez piada sobre os organizadores da Brazil Conference – evento anual planejado por estudantes brasileiros em Boston (EUA) – dividirem o título de co-presidentes: “Já que no meu partido pode ter uma disputa, nós podemos brincar: o co-presidente, vamos dividir…”. Ainda que tenha sido derrotado nas prévias tucanas – que decidiram que o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) representaria o partido –, Leite tenta viabilizar sua participação na corrida à Presidência. O gaúcho tem se reunido com nomes da chamada “terceira via” e sinalizou que poderia ser vice na chapa presidencial de Simone Tebet (MDB). Mais cedo neste domingo, também na Brazil Conference, a senadora pregou a união do que chamou de “centro democrático”.
‘Me sinto preparada para liderar’, diz Simone Tebet – A senadora Simone Tebet (MDB) afirmou, neste domingo, 10, que se sente preparada para liderar a candidatura presidencial organizada pelo que chamou de “centro democrático”. Ela disse ter certeza que o grupo de partidos que articula lançar um nome único à corrida presidencial pela “terceira via” chegará em um consenso e argumentou que os pré-candidatos respeitarão a escolha das siglas. “Quem quer apoio tem que estar disposto a dar apoio”, disse. “Óbvio que todos nós nos sentimos preparados. Eu me sinto preparada para liderar essa legião que existe por trás de nós que não quer nem o atual governo nem voltar ao passado”, afirmou em sabatina da Brazil Conference, em Boston (EUA), evento apoiado pelas universidades Harvard e MIT. Realizada anualmente, a conferência tem parceria do Estadão, que faz a cobertura dos debates. Questionada pela colunista do Estadão Eliane Cantanhêde sobre a disputa interna das siglas na escolha do nome, Tebet citou apenas o tucano João Doria e o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, como pré-candidatos que concorrem com ela o endosso da coligação, descartando o ex-juiz Sérgio Moro da lista. “É claro que João Doria vai dizer que é pré-candidato até o final, o próprio deputado Luciano Bivar, mas todos nós temos um pacto a favor do Brasil. Estamos deixando nossos projetos pessoais porque o que interessa é o centro democrático estar no segundo turno”, argumentou, minimizando a existência de um racha no MDB, que se divide em apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro nos Estados. “Me desculpe o ministro Sérgio Moro, mas hoje ele não é, por enquanto, o pré-candidato do União Brasil, que vai ter um pré-candidato que é o Luciano Bivar”, completou. Em sabatina realizada no mesmo evento, no sábado, 9, o ex-juiz disse seguir à disposição para a candidatura presidencial.
Apetite de Lula põe obstáculos à 3ª Via – O cardápio principal do jantar marcado para hoje na casa do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), cujo convidado de honra é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), cotada como uma das alternativas para unificação da chamada terceira via. Organizado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha de Lula, e pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), velho aliado de Lula, o encontro terá a participação de parlamentares de diferentes partidos. Entretanto, o fato mais relevante será o apoio da maioria da bancada do MDB no Senado ao petista. Ao Correio, Randolfe explicou que o encontro na casa de Eunicio foi marcado por sugestão de Gleisi Hoffman, presidente do PT, numa conversa de ambos com o Renan. “Decidimos convidar todos os senadores que já apoiam Lula, independentemente de partido. Não é uma reunião do MDB”, desconversou. Já confirmaram presença os senadores Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Marcelo Castro (PI), Nilda Godim (PB) e Vital do Rego (PB). Giordano (SP) e Rose de Freitas (ES) são incógnitas. Jarbas Vasconcelos (PE) não irá devido à saúde. Fernando Bezerra, ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, manterá distância regulamentar. Confúcio Moura (RO), aliado do presidente Jair Bolsonaro, não comparecerá. Velhas raposas políticas da legenda, como Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney, estarão presentes. “Não é um encontro de dissidentes, o jantar é suprapartidário”, garante Renan Calheiros, cujo apoio ao ex-presidente Lula já no primeiro turno é notório. A ideia é levar para o encontro senadores propensos a apoiar Lula já no primeiro turno, entre os quais Otto Alencar (PSD-BA), Katia Abreu (PP) e Flávio Arns (Podemos). A bancada do PT completaria o quorum: Fabiano Comparato (ES), Humberto Costa (PE), Jaques Wagner (BA), Jean Paul Prates (RN), Paulo Paim (RS), Paulo Rocha (PA) e Rogério Carvalho (SE). Lula se movimenta de forma contraditória em relação ao centro político. Nas últimas semanas, defendeu bandeiras que confrontou com os setores mais conservadores e liberais, uma agenda econômica, social e de costumes claramente posicionada à esquerda. Ao mesmo tempo, faz alianças ao centro, ao escolher o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para vice, e promover esse encontro com velhos parceiros políticos de seu governo. Além disso, demonstra preocupação com a futura composição do Senado, onde enfrentou forte oposição no primeiro mandato. As candidaturas ao Senado são uma chave dos palanques regionais. O encontro ocorre uma semana depois da reunião entre os presidentes do MDB, Baleia Rossi; do União Brasil, Luciano Bivar; do PSDB, Bruno Araujo; e do Cidadania, Roberto Freire, que estabeleceu a data de 18 de maio para definir uma candidatura unificada do grupo. Em tese, a disputa fratricida entre o ex-governador paulista João Doria, escolhido nas prévias do PSDB, e o ex-governador gaúcho Eduardo Leite, que não desistiu da candidatura, favoreceria a candidatura de Tebet, como uma espécie de “tertius”. Esse vem sendo o objetivo de Baleia Rossi, com apoio do ex-presidente Michel Temer.
Polarização cada vez mais provável – Todas as pesquisas eleitorais de intenção de votos à presidência da República apontam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) no segundo turno. Analistas evitam decretar uma decisão entre os rivais, mas avaliam que o cenário dificilmente sofrerá grandes alterações. Desde a redemocratização, as eleições adquirem um formato triangular, no qual três candidatos alcançaram dois dígitos na disputa eleitoral. Em 2018, Jair Bolsonaro (46,03%), Fernando Haddad (29,28%), Ciro Gomes (12,47%) anotaram essa performance de votos. Com a polarização, as eleições deste ano caminham para um desenho bipolar, com os dois líderes nas pesquisas muito à frente dos candidatos do centro. “Os números sugerem uma razoável consistência na preferência pelos dois primeiros nomes, mas todas essas observações não podem ser concluídas com a ideia de que o quadro é definitivo e inalterável” pondera Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe e diretor-presidente da MCI-Estratégia. “A seis meses da eleição, qualquer raciocínio que conduza a uma contestação de que o cenário é inalterável soa precipitado e enviesado”, considera. Na avaliação do professor Valdir Pucci, por mais que Lula e Bolsonaro predominem na disputa, ainda é cedo para descartar outra possibilidade. Ele recorda candidatos com baixos índices de intenção que, na reta final, venceram a corrida eleitoral. Cita, por exemplo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Mas, caso isso ocorra, será durante o período de campanha. “Lula e Bolsonaro são os principais nomes da eleição até o momento, mas dizer que já está consolidado, que ambos estão no segundo turno é muito precipitado. Agora, a terceira via, na minha opinião, está perdendo seu timing. Enquanto Lula e Bolsonaro falam sozinhos para a população, a terceira via faz um diálogo para dentro, tentando achar um nome de consenso”, considerou.
Esquema de ‘escolas fake’ no MEC ameaça Ciro Nogueira – O Palácio do Planalto demonstra preocupação com o desgaste político do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Auxiliares mais próximos do presidente Jair Bolsonaro avaliaram que a revelação de um esquema de ‘escolas fake’, que tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ameaça a permanência do ministro no governo e tem potencial corrosivo para a estratégia da campanha à reeleição do presidente – centrada no debate da corrupção. Ontem, o Estadão revelou que, com o aval do FNDE, controlado pelo ministro da Casa Civil, deputados “vendem” aos seus eleitores a ideia de que conseguiram recursos para colégios e creches, com promessas de construção de duas mil novas unidades sem garantias orçamentárias. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) vai pedir a abertura de uma investigação na Corte até amanhã, em mais um desgaste para o governo provocado pela área controlada por Ciro Nogueira. Uma série de reportagens do jornal já mostrou que o ministro, por meio de um apadrinhado, controla o FNDE – órgão que concentra o dinheiro do setor. O ministro tem se reunido com o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, com frequência. A ala ideológica e o núcleo militar do governo avaliaram que o levantamento de 3,6 mil obras de escolas, creches e quadras paradas no País, apresentado pela reportagem, põe em xeque a narrativa de eficiência e o suposto caráter técnico na distribuição de recursos da infraestrutura. A situação de Ciro no Planalto é monitorada mais de perto por essa ala do governo desde que o Estadão revelou um esquema de cobrança de propina no Ministério da Educação operado por pastores. A prioridade número um no Planalto é pavimentar o caminho de mais um mandato para o presidente. Essa premissa foi fundamental para a saída de Milton Ribeiro do cargo de ministro da pasta.
A maltratada classe média – A classe média corresponde a aproximadamente metade da população brasileira. Em larga medida, esse 100 milhões de cidadãos contam com o salário para enfrentar as turbulências da economia. Acompanham, dia a dia, a perda do poder de compra em razão de uma inflação resistente e em alta. Mas, mesmo sofrendo perdas, a classe média é objeto de críticas de políticos. O último desaforo partiu do pré-candidato à presidência pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em debate promovido pela Fundação Perseu Abramo e a Fundação Friedrich Ebert, na semana passada, o petista afirmou que a classe média brasileira é abastada. O tom populista do ex-presidente ignorou o empobrecimento da população brasileira ao longo dos anos. “Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. Aqui na América Latina, a chamada classe média ostenta muito um padrão de vida acima do necessário”, disse o petista. E completou: “É uma pena que a gente não nasce e a gente não tem uma aula: o que que é necessário para sobreviver? Tem um limite que pode me contentar como um ser humano. Eu quero uma casa, eu quero casar, eu quero ter um carro, eu quero ter uma televisão, não precisa ter uma em cada sala. Uma televisão já tá boa”, enfatizou o presidente. E prosseguiu: “Eu quero um computador, eu quero um celular. Ou seja, na medida que você não impõe limite, você faz com que as pessoas comprem um barco de 400 milhões de dólares e comprem um outro para pousar o seu helicóptero”, comentou Lula.Os comentários do petista não condizem com a realidade. De acordo com o Instituto Locomotiva, o tamanho da classe média brasileira (renda familiar de R$ 2.971,37 a R$ 7.202,57) ficou no menor patamar em mais de 10 anos em relação ao total da população. Os estudos têm como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, os brasileiros de classe média correspondiam a 54% da população. Em 2020, esse índice chegava a 51%. Em 2021, caiu para 47%. Já a classe baixa subiu de 38%, em 2010, para 43% em 2020, chegando a 47% em 2021. Ou seja, o número de pessoas de classe média caiu de 105 milhões, em março de 2020 para 100,1 milhões, em março de 2021, um aumento de 4,9 milhões de brasileiros na classe baixa. A classe média-alta das regiões metropolitanas também foi afetada, segundo a 6ª edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, publicada em janeiro. Conforme o estudo, a renda domiciliar per capita caiu para R$ 6.411, em média, no terceiro trimestre do ano anterior. O valor é 8% menor do que o verificado em igual trimestre de 2020 (R$ 6.967) nas regiões metropolitanas. A pesquisa é produzida em parceria entre a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Observatório das Metrópoles e RedODSAL (Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina.
Cidades turísticas voltam a gerar postos de trabalho – As regiões brasileiras com vocação para o turismo estão puxando a criação de vagas com carteira assinada no mercado de trabalho, ao lado de localidades produtoras de commodities, apontou um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No ranking dos 20 municípios que mais ampliaram o emprego formal, o turismo é a atividade mais relevante em metade deles. “O turismo, que ainda tem um nível de atividade inferior ao de fevereiro de 2020, já se movimenta em relação às contratações. Esse setor só contrata se ele percebe uma melhora de cenário e se tem uma perspectiva positiva à frente”, observa o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC. No estudo, Bentes mapeou as localidades que mais multiplicaram o número de postos de trabalho formais nos últimos 20 meses, período em que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) começou a registrar abertura de vagas no País, após o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19. O município de Porto Seguro, na Bahia, aumentou em 52% o número de empregados com carteira assinada, o equivalente a 10.019 vagas abertas, no período de julho de 2020 a fevereiro de 2022. Os demais destaques ligados ao turismo foram Vacaria/rs (44% ou 7.164 empregados a mais), Araruama/rj (39%/5.019), Ipojuca/pe (37%/7.452), Itapema/sc (35%/6.521), Gramado/rs (31%/4.445), Palhoça/sc (24%/9.602), Caldas Novas/go (24%/3.922), Balneário Camboriú/sc (24%/9.493) e Guarapari/es (23%/3.567). “Já temos normalização no fluxo de consumidores. O isolamento social está praticamente zerado”, disse Bentes.
Slogan de Lula recebe críticas – A crise na comunicação da pré-campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou nem o slogan das inserções partidárias que ele protagonizou nas últimas semanas. A frase escolhida para encerrar os vídeos de 30 segundos de duração é: “Se a gente quiser, a gente pode”. Internamente, ela vem sendo criticada por alguns dirigentes por ser uma versão menos enfática do mote “Sim, nós podemos”, popularizado pelo ex-presidente americano Barack Obama em sua vitoriosa campanha à Casa Branca, em 2008. A área de comunicação da candidatura de Lula vem sendo palco de uma disputa interna entre o secretário da área na estrutura petista, Jilmar Tatto, e Franklin Martins, ex-secretário de Comunicação no governo Lula. As inserções foram criadas pelo marqueteiro Augusto Fonseca, que venceu uma concorrência interna para cuidar da comunicação da campanha petista.
Ministros do TCU reclamam de sigilo no preço – Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) estão incomodados com o sigilo imposto por Aroldo Cedraz ao preço de venda da ação da Eletrobras. O relator argumenta ser necessário preservar o dado para não divulgar informação privilegiada a interessados na compra e não dá publicidade nem aos demais colegas. Mas os titulares do TCU reclamam que se não tiveram acesso com prazo hábil para análise, acabarão tendo de pedir vista e adiando, ainda mais, a votação da capitalização da estatal. A previsão é de o tema ir ao plenário em 11 de maio. O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem pressa na votação. Há receio de a oferta de ações ficar muito próxima das eleições e espantar investidores. Nesta quinta-feira (7), em um seminário na Corte sobre a venda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a pressionar e citou a guerra na Ucrânia para justificar a urgência em analisar a proposta.
PL reforça estratégia digital de Bolsonaro – A consolidação do cenário para a eleição, com o fim da janela partidária, mostra que o PL, além de se tornar a maior bancada na Câmara e ganhar espaço no Senado, reuniu um “exército de tuítes” capazes de turbinar a estratégia digital da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Levantamento de O GLOBO aponta que os parlamentares da legenda alcançam mais de 16,2 milhões de seguidores, o triplo do número de congressistas do segundo classificado, o PT, do ex-presidente Lula (5,3 milhões). O número também é maior do que a soma de todos os representantes das principais formações que devem apresentar candidatos na eleição presidencial — além do PT, do PDT, do ex-ministro Ciro Gomes (842 mil); o PSDB, do ex-governador João Doria (3 milhões); e o MDB, da senadora Simone Tebet (1,5 milhão).
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Medicina
Por que os homens morrem mais cedo?
Publicado
3 dias agoon
novembro 28, 2024Por
Florence FiordaAs estatísticas mostram que os homens morrem mais cedo: de cada três mortes, duas são de homens. Os óbitos de homens são mais elevados que os das mulheres em todas as faixas etárias, menos acima dos 80 anos, porque dificilmente eles chegam a essa idade. Segundo dados do IBGE, os homens brasileiros vivem em média 7,1 anos menos que as mulheres e uma das principais causas desse quadro é o fato de serem mais negligentes nos cuidados relacionados à saúde.
Em geral, os homens acham que nunca vão adoecer, fazem diagnóstico tardio de doenças graves, não seguem o tratamento recomendado, estão mais expostos aos acidentes de trabalho e trânsito, usam álcool e drogas em maior quantidade e não praticam atividade física com regularidade.
Essa resistência dos homens em procurar ajuda médica é devida a causas sociais, e em parte, ao machismo ainda muito presente na sociedade. Uma das faces desse comportamento é o mito da infalibilidade masculina. Ir ao médico é uma situação em que o homem corre o risco de se ver frágil e receber um diagnóstico que pode abalar a impressão de invencibilidade.
No meu consultório, é comum atender homens que só foram à consulta pela insistência de uma mulher, seja a esposa, a mãe ou a filha. E muitos pacientes só decidem procurar atendimento quando apresentam sintomas graves.
Vale ressaltar que o diagnóstico tardio das doenças compromete a qualidade de vida e as possibilidades de cura.
Se os homens tentam ficar longe de consultas relativas à saúde do corpo, no caso da saúde mental o cenário é ainda pior.
A maioria tenta fazer compensações para lidar com os problemas antes de, efetivamente, reconhecerem que precisam de ajuda profissional. Frequentemente o álcool e o cigarro são usados como válvulas de escape para os problemas emocionais, o que só agrava o cenário, já que o uso abusivo de álcool e o tabagismo, além de trazerem problemas familiares e sociais, são causadores de várias doenças físicas, entre elas o câncer.
Neste novembro azul, em que o foco, mais uma vez, é a prevenção ao câncer de próstata, deixo o meu alerta para a necessidade urgente de atenção à saúde masculina.
Esse tipo de câncer atinge, em média, um em cada seis homens e, no Brasil, é o segundo mais letal. Entretanto, se for diagnosticado no início, o câncer de próstata tem tratamento e cura.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas, por isso é muito importante que homens com mais de 40 anos consultem um especialista para os exames de rotina e avaliação da sua saúde como um todo.
Para prevenir o aparecimento do câncer de próstata e outras doenças, é fundamental também adotar um estilo de vida mais saudável, optar por alimentação equilibrada, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividade física e cuidar da saúde mental.
Alcançar longevidade, com qualidade de vida, depende muito da nossa atitude.
Presidente da ACEG José Torres esteve recentemente participando da reunião do Conselho Deliberativo da CACB em Brasília e também do evento Cúpula dos Líderes.
Os homenageados da noite do dia 23 novembro com o Prêmio Comunicação e Destaque 2024 pela Assembléia Legislativa de São Paulo, representando Lãs Vegas, o famoso mágico do Programa Fantástico, Mr M (Val Valentino ) e Mario Guardado, consultor de cassinos-turismo-tecnologia, a festa continuou até tarde num dos lugares mais badalados da noite paulistana.