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Nadando com os bebês

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JB Alencastro. Especial para o D9 Notícias.

A prova de duzentos metros borboleta é considerada uma das mais árduas da natação. Ela exige muita força, treinamento e conhecimento do estilo. Se for apenas forte, não chega, trava. Se for tecnicamente hábil, precisa também de volume, pois não sairá do lugar.Naquele ano resolvi voltar a enfrentar esse desafio. Algo que não fazia desde a adolescência. Eu já estava com mais de quarenta. A carreira solidificada. Muitos partos. A maioria transpélvicos, ou seja, via vaginal. O que me exigia dedicação e presença. Era um ano eleitoral. Até uma amiga pessoal era candidata a vereadora. As provas do campeonato goiano custumam ser aos sábados. No período da tarde. Nunca soube explicar, mas os bebês costumar avisar de noite e nascer de madrugada. No horário das provas, é muito raro. O que me dava um certo alívio, visto que entre uma vida chegando e a minha vida pessoal, sempre optei pela primeira opção.No ano passado, em grande forma, consegui o tempo de 3’15”. Para os que não estão afeitos a essas medidas, é muito bom. Também havia acompanhado um gemelar, sendo que o primeiro era cefálico e o segundo pélvico. Veio de cabeça e o irmão com os pés, apresentação completa. Lindo, tranquilo. Fiquei emocionado. A mãe foi sublime e o pai participativo. Quase ninguém “dá moral” para o papai. Mas ele é fundamental. Seu exemplo, apoio e segurança estimulam e encorajam a mãe. Gosto muito de ouvir o pai, de incluí-lo fortemente nas consultas e condutas. Sexta a noite que precedia a prova, tinha uma festa da família, compareci. Antes da meia noite, pedi licença e voltei para casa. Cheguei, li um pouco do meu livro habitual e deitei. Eram 3h da manhã o telefone tocou: – Dr, João? Desculpe o horário, mas eu acho que está vindo. Era o pai. – Em 15 minutos estou aí. Fui de moto. Noite bonita, estrelada, agosto. Trabalho de parto franco, primigesta. Cinco centímetros de dilatação. Fiquei feliz, até as 8h da manhã nasceria. Transcorreu bem, deslisou pelo períneo. A mãe fez uma força tremenda no período expulsivo e na segunda tentativa, nasceu. Meia luz, cordão deixando de bater, passando toda a reserva sanguínea para o bebê. Ele no colo. Amamentou logo. Eu estava exultante. Interpretei como um aviso. Iria nadar bem. Cheguei em casa, tomei café e dormi. Eram 7h da manhã. As 10hs uma nova chamada. Descansei pouco. A paciente desejava cesárea, era sua terceira. Desesperou um pouco porque a bolsa rompeu mais cedo e não quis me chamar para “não me acordar”. Já estava internada. Fui. Entre internação, entrada na sala, anestesia, cirurgia, recuperação e conversar com os familiares, demora. Todo esse processo dura no mínimo duas horas. Graças a Deus não fiz nada correndo e deu certo. Família feliz, é o que mais importa. Cheguei em casa para o almoço as 13h. O prato estava pronto. O aquecimento era nesse horário. Comi apenas o suficiente. Fui para a piscina. Era uma que eu nunca havia nadado antes. A colega estava lá fazendo campanha. Atrasou um pouco, consegui aquecer.Em cima do bloco. Pensando nas mães e nos bebês saudáveis. Pronto. Dada a largada. Phelps no auge. Seguindo sua linha, ondulei o máximo possível. A água era meu líquido amniótico, minha razão de ser e viver. Primeira braçada sem respirar. Encaixei o nado. Fiz a primeira virada muito solto. Estava em terceiro. Voltei no estilo, sólido. Aquele “bebê mexilão dentro do barrigão”. Coordenado. Piscina de 25m. Na passagem dos 100m estava em segundo. Nada de cansar. Nadador de borboleta sabe que a qualquer momento um piano pode cair nas suas costas. Não aumentei o ritmo, mas também não caí. Quando passei os 150m, sabia que conseguiria chegar. Estava em primeiro. Flexível como um recém-nato. Respirando com fome e com força. Só faltavam mais 50m. A hora da verdade. Coloquei todo meu carinho e amor daquela lembranças dos partos daquele dia. Apertei. Só faltavam 25m. Respirando em todas as braçadas. Uma leve sensação de cansaço. Não vou soltar. Ondulei o que pude. Ninguém ao meu lado. Só os bebês. Só eles me incentivando. Faltavam 7m quando senti que ia travar. Abaixei a cabeça e coloquei força nas pernas. Cheguei não sei nem como. Venci com folga, mas não fiz o tempo que eu gostaria. Eu morto e os bebês vivos. Isso é o que importa. Nadar e “partejar” é preciso, viver não é preciso.JB Alencastro

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Premiação sustentável

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OCEO do grupo Odilon Santos, Odilon Santos Neto, recebeu das mãos do presidente da BYD Brasil, Tyler Li (à esquerda) e do diretor comercial da fabricante, Bruno Paiva (à direita), o prêmio Protagonismo ESG BYD 2025, na categoria Mobilidade Sustentável. O reconhecimento se deve à incorporação de 29 ônibus elétricos articulados BYD adquiridos pela Rápido Araguaia e inseridos no BRT Leste-Oeste (Eixo Anhanguera) ao longo deste e do próximo ano. A solenidade foi realizada no dia 9 de dezembro, em São Paulo. Criado pela BYD, o Prêmio Protagonismo ESG valoriza empresas que adotam soluções sustentáveis por meio de tecnologias como energia solar, armazenamento inteligente, equipamentos elétricos, veículos pesados zero emissão e infraestrutura de recarga.

Luciana Porto – Kasane

Assessora de imprensa

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Essas são algumas tendências para os espaços corporativos após pandemia.

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Demanda por salas comerciais cresce e incorporadoras investem em novos projetos, mais confortáveis e amplos

Errou quem pensou que o mercado de imóveis corporativos iria declinar no período após a pandemia. De fato, no pós-imediato algumas empresas mantiveram suas equipes em home office, mas o momento do retorno chegou, há algum tempo, para a grande maioria. Agora com novas demandas, os imóveis comerciais precisam oferecer um formato que atenda às necessidades do usuário, que busca por conforto e dinamismo para desenvolver sua rotina de trabalho.

O gerente comercial da Euro Incorporações, Henrique Campelo, observa que ainda persiste uma herança da pandemia, que é o modelo híbrido, mas nem todas as atividades puderam se encaixar, como as atividades da área da saúde, por exemplo, que muitas vezes exige o contato direto com o consumidor. Além disso, a presença física continua sendo fundamental para as equipes, o que gerou uma alta na demanda de salas comerciais no retorno e a busca por espaços mais atuais, modernos, confortáveis, flexíveis e maiores. 

Os gráficos mostram o aumento contínuo e sustentado na busca por imóveis comerciais em Goiânia. Dados de estudo de mercado feito pela Brain para a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), em junho deste ano, mostram a ascensão. 

O setor de imóveis comerciais não teve nenhum lançamento na cidade em 2019, momento pré-pandemia, mas foi retomado com 81 unidades lançadas em 2020; 172 em 2021; 383 em 2022; chegando ao volume de 1.150 unidades lançadas só na capital em 2023.  Neste ano, o setor recebeu, até junho, o lançamento de 851 unidades comerciais. O volume de vendas também passa pela forte retomada. Em 2023, foram comercializadas 958 salas corporativas em Goiânia; em 2024 foram 394 e neste ano já passam de 620. 

Uma das heranças do período de isolamento foi o desejo por espaços menos adensados, mais humanizados, que geram sensação de conforto, acolhimento e facilidade –  que vem sendo contemplado por novos projetos. Um exemplo é o complexo de uso misto Euro Towers, no Park Lozandes, em Goiânia. O projeto, lançado em 2022 e que tem previsão de entrega para maio e novembro de 2026 , conta com 733 unidades distribuídas em duas torres, sendo uma totalmente comercial e outra mista, com unidades residenciais e comerciais. O espaço oferece como diferencial, além da vista livre e da modernidade do projeto arquitetônico, o tamanho das salas e lajes disponíveis, que variam de 40 a 770 m².

Com mall térreo com 14 lojas, com fachada ativa (integrada com a rua), vagas rotativas na rua, porte-cochère, e acesso fácil com proximidade a diversos serviços públicos e privados, o empreendimento foi aprovado pelo consumidor. Mais de 80% das unidades comerciais já estão vendidas e as lajes maiores foram comercializadas rapidamente, segundo o gerente comercial Henrique Campelo. “Este foi um projeto pensado para oferecer o conforto e a sensação de bem-estar que as pessoas estão buscando no ambiente de trabalho, que passou a ser mais valorizado como local de permanência, pertencimento e descompressão nos últimos anos”, destaca ele. 

O advogado Luiz Gustavo Dias é um exemplo. Ele decidiu investir na compra de três salas comerciais no Euro Towers. Ele e seus sócios irão transferir o escritório de advocacia que hoje opera no setor Sul, para o edifício, no Park Lozandes. Entre os atrativos para a mudança, ele destaca a localização. “A proximidade com os órgãos do judiciário é muito importante para nós, além disso a região é muito valorizada e o projeto vai atender a uma alta demanda, que encontra pouca oferta na região”, destacou ele. 

Além disso, fatores como menor incidência solar direta e ter um espaço integrado e amplo contaram muitos pontos positivos. “O ambiente ideal para o escritório, justamente foi um dos motivos de termos escolhido essas três salas em conjunto, que são totalmente integradas, sem pilares, assim, o formato da sala contribui com nosso conceito de trabalho e a concepção decorativa”, destacou ele. Além disso, o fato do prédio oferecer as paredes externas com mais vidro, aumenta a sensação de amplitude do espaço e melhora o conforto visual, conforme o advogado. 

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Ciência cidadã: com apoio do Sicoob UniCentro Br e Grupo Saga, Projeto Peixara ganha capacitação para guias no Rio Araguaia

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ção contou com cinco dias de treinamento para guias de pesca esportiva e demais atividades turísticas da região direcionado a mulheres ribeirinhas. Há quatro anos, iniciativa recebe apoio da cooperativa financeira para produção de materiais educativos e manutenção das expedições.

O Projeto Peixara surgiu em 2021, a partir da preocupação de pescadores esportivos do Rio Araguaia com a preservação do peixe Piraíba, espécie-alvo da prática e de grande importância ecológica, social e econômica para a bacia. Desde sua criação, o programa recebe patrocínio do Sicoob UniCentro Br para a manutenção de suas atividades, especialmente no período de alta temporada, registrado entre os meses de junho e agosto. Neste final de ano, a parceria ganhou mais um capítulo e uniu forças com o Grupo Saga para uma ação de capacitação dos ribeirinhos que atuam como guias de pesca esportiva na região, constituindo uma das vertentes do projeto: a Ciência Cidadã. 

Conforme citado no Termo Aditivo UFMT/2025, do Ministério da Pesca e Aquicultura, estudos apontam que as atividades turísticas no Rio Araguaia chegam a movimentar mais de R$ 17 bi, ao longo do ano. De acordo com a coordenadora técnica do Projeto Peixara, Lisiane Hahn, a função do Guia de Pesca Esportiva é primordial para esse processo, porque é responsável por toda a orientação ao público. Nesse cenário, ela conta que existem muitas mulheres que pilotam barcos, conhecem os tipos de peixes e são receptivas ao público, mas enfrentam dificuldades para entrar no mercado, principalmente por ser uma área predominantemente masculina. “Contudo, nota-se uma procura maior pela pesca esportiva por parte famílias, casais e grupos femininos que estão frequentando o Rio Araguaia, o que confere uma maior abertura para essas mulheres no mercado”, explica. 

Com isso, Lisiane conta que foi identificada uma demanda social por maior inclusão das mulheres na pesca esportiva e a necessidade de fortalecer a autoconfiança. “A proposta foi apresentada ao Sicoob UniCentro Br e ao Grupo Saga, que prontamente apoiaram a iniciativa”, revela. Ao todo foram 15 mulheres interessadas em ingressarem no mercado e que participaram de uma semana de atividades, cuja programação incluiu aulas sobre empoderamento feminino; atendimento ao cliente; planejamento financeiro; direitos e deveres na pesca esportiva; mídias sociais; noções básicas de navegação segura; biologia, ecologia e conservação dos peixes; e melhores práticas na pesca esportiva.  

Segundo o educador financeiro do Sicoob UniCentro Br, Gabriel Garola, que foi um dos mentores da capacitação, a cooperativa ficou responsável pelas aulas de educação financeira. “Nós orientamos especialmente a gestão das finanças direcionada ao fluxo de renda que os guias possuem e a importância de saber fazer um bom planejamento”, destaca. Ele complementa que o equilíbrio financeiro é o que pode garantir a sustentação das atividades profissionais e a conciliação com a vida pessoal dessas mulheres. “Iniciar em uma nova área profissional, sem uma organização das finanças, traria muita instabilidade para elas exercerem esse papel no mercado. Então, a educação financeira é fundamental para uma gestão eficaz de recursos e até a possibilidade de realizar investimentos, como a aquisição de uma canoa, de um motor, para ampliar os negócios. Além disso, o planejamento financeiro é essencial para o período da piracema, garantindo a continuidade das atividades financeiras na região”, pontua. 

Ciência cidadã 

Para além da dimensão social dessa capacitação, Lisiane Hahn lembra que essa vertente do Projeto Peixara, o Ciência Cidadã, envolve a participação de não cientistas na geração de dados para a pesquisa. “Guias de pesca esportiva são capacitados em boas práticas e na coleta de informações, como o ‘tagueamento’ das espécies com marcas plásticas para identificação e estudo de movimento, coleta de amostras para análise de DNA e registro das medidas dos peixes capturados”, ressalta. Dessa forma, ela observa que esses profissionais coletam informações essenciais para a conservação e manejo, por meio da constatação da pesca predatória, além dos impactos das altas temperaturas e da redução da profundidade do rio na fisiologia e sobrevivência das espécies. 

No fenômeno natural da Piracema, por exemplo, no qual os peixes migram rio acima para se reproduzirem, há a proibição da pesca em diversas regiões do Brasil, que é uma medida essencial para a manutenção da biodiversidade aquática. Lisiane observa que é por meio da contribuição dos guias que são registrados esses deslocamentos e os movimentos sincronizados entre indivíduos e o uso de afluentes para reprodução, além da orientação aos turistas para não realizarem a pesca. “Conservação e desenvolvimento podem coexistir na bacia, desde que as atividades turísticas sejam realizadas com critérios e foco no peixe e no rio, base da geração de renda. A pesca esportiva aproxima as pessoas da natureza e tem grande potencial para despertar a consciência coletiva sobre a conservação de ambientes e espécies”, arremata. 

Sobre o Projeto Peixara  

  

Sob coordenação técnica da bióloga e doutora em Ecologia, Lisiane Hahn, o Projeto Peixara é uma iniciativa que tem por objetivo a conservação dos peixes e a manutenção da pesca no Rio Araguaia. A equipe do projeto é composta por pesquisadores das áreas de Biologia e Ecologia de Peixes, por guias de pesca capacitados pelo projeto e por um diverso grupo de pessoas (empresários, profissionais liberais, estudantes). As expedições dos pesquisadores ocorrem em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e são apoiadas pelo Ministério da e Agricultura, outros órgãos do setor público e por instituições privadas, dentre elas o Sicoob UniCentro Br.  

Sobre o Sicoob UniCentro Br    

  

É uma cooperativa financeira de livre admissão que tem como objetivo administrar os recursos financeiros dos cooperados, proporcionando maior rentabilidade e justiça financeira a todos. Fundada há 33 anos, em Goiânia, a instituição administra R$ 9,8 bilhões em ativos e conta com mais de 117 mil cooperados no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins. Em 2025, conquistou pelo quarto ano consecutivo o selo “Lugares Incríveis para Trabalhar”, pelo quinto ano consecutivo a certificação GPTW (Great Place to Work) e, pelo segundo ano consecutivo, integrou o ranking das 150 empresas “Lugares Mais Incríveis para Trabalhar”, reconhecimentos que destacam organizações com excelência na gestão do clima organizacional e na experiência dos colaboradores.

Geovana Nascimento – Kasane

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