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Viver é desenhar com amor e Vinho

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Este tempo e este vagar que a política imprime a nossa nova realidade. Temos esta missão de destacar, sublinhar e trazer à memória aquilo que pertence à nossa identidade, sublinhar o significado desse nosso mundo pessoal, social e cultural, missão que cabe olhar para dentro; é isso que tenho feito, percebendo o agora. E é muito curioso perceber na solidão, a importância da janela aberta,sim, uma simples janela que nos permite olhar para fora, preserva nossa vida, é como vinho armazenado em tonéis de carvalho. Torna o Sol amigo, mais próximo e sincero. Porque a vida e o amor querem o Vinho, exigem esse tempo e esse vagar não é uma coisa imediata.

A relação, que interessa a mim, entre a poesia e o vinho, resgata ao longo dos tempos, surge em uma garrafa aberta. Mas quando estas duas linguagens se encontram, provoca em mim, um encontro, um outro significado, uma outra dimensão. Eu falo do sentido que o vinho ganha quando se encontra com a poesia e que este ganha quando se encontra com meu íntimo; esse encontro me faz retroagir a olhar para luz, é a taça de vinho e eu, me dá um significado a uma época que estamos vivendo. 

Juntar a poesia e o vinho é uma outra dinâmica, muito mais forte, muito mais transformadora, quer da realidade individual, quer social.

Precisamos ir à génese da nossa poesia lírica e seguir ao longo da nossa História, nomeadamente exemplificando, com um breve tempo para você. As linhas que quero contar do Amor e do Vinho, esta relação tão intensa da poesia e da vida que atravessa a História que nos define hoje e isso é muito importante porque o vinho, é um acto de celebrar a vida, porque define muito o que somos na forma, como nos passa esta missão de nos trazer à nossa memória e sublinhar na nossa essência a nossa identidade.

E assim, sento na minha cozinha, com um bom alentejano, à soleira da porta ao final do dia, bebendo um divino Vinho de Talha, na minha adega ou no universo, neste cerrado, onde o Sol dá o tom certo da sensualidade dos corpos e o vinho produz a languidez da libertação dos sentidos, onde Amor e Vinho marcaram nos últimos mil anos a nossa poética do viver. Saboreiam do amor tudo o que um homem sóbrio saboreia do vinho.Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho, mas bem vêem que ambos embriagam. Quando um casal se une, o melhor motivo para beber vinho, é o amor. Casais que reservam um tempo para juntar as duas taças, com certeza são muito mais felizes e próximos e isso os leva a um relacionamento fora da rotina, além de ser muito interessante a troca de experiência com algo que os dois desejam, pois o prazer dos abraços é mais intenso, e pode ser traduzido com olhares apaixonados. 

Para começar, aquele jantar a dois, um cru Beaujolais chamado Saint Amour, do vinhedo Paradis, situado na cidade de Saint Amour. Este vinho recebeu a medalha de ouro no concurso internacional do Gamay. Incrível! Me fez viajar por Paris de mãos dadas sem medo de ser feliz. Em seguida, para acompanhar um prato com carne, um vinho do Clos des Vins d’Amour intitulado Alcôve. Um começo fácil, quase evidente. Para finalizar a noite, escolha uma bebida efervescente, explosiva como o espumante da Borgonha, Blancs de Blancs, de Louis Picamelot. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida. Um vinho e um carinho, é tudo o que precisamos para aquecer nossa alma, nossa dor e nossa solidão neste momento delicado que estamos vivendo.

Edna Gomes Jornalista

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Viver…

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Não quero ser melhor que os outros, apenas quero ser sempre melhor do que eu mesmo. Assim estarei me superando. Você tem o direito de falar o que pensa, Mas não tem o direito de julgar quem não conhece Liberdade de expressão é um direito de todos, mas não lhe dá o direito de inventar histórias sobre o outro. Eu posso ser bem melhor do que sou, preciso ser. Posso dar bem mais, ser bem mais.  É sempre nossa exigência. Esquecemos que somos humanos com erros e acertos. ERRAMOS!!!

O amor verdadeiro deveria ter perdão para todas as vidas, menos para as vidas sem amor e sem educação. Gratidão deve vir antes de tudo e o agradecimento acompanhado do abraço apertado de acolhimento. Temos sim, o direito de sentir as tristezas, lamúrias, mas não nos dá o direito de carregar as sombras. Precisamos da luz, vitamina D e humor. Isso nos trás a paz nos céus azuis, e somos nós que devemos sentir o palco da vida com holofote.

Faço o meu caminho, pisando no chão que me é exposto. E não me venham com histórias penosas, telefone sem fio da vida do outro, de fracassos, e energia ruim, detesto-as. Tenho tentado seguir em frente e procurar outras paisagens. As vezes, me exausto da vida. Me dou este direto de vez em quando. Mas não posso me dar o luxo de parar o ponteiro do relógio. 

Se quiser me acompanhar, tem assento vago, só lembrando que a viagem não sai de nenhuma estação, e nenhuma zona de guerra, nem da zona de conforto porque não é interessante passar a vida desconfortável. Com sonhos que morrem. Viaje comigo sem controle remoto, seja suave no caminho e o foda-se engatilhado.

Jornalista Edna Gomes

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Pianista Virgínia Hogan 

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O maestro gesticula Mozart enquanto a pianista, com toda sua delicadeza, se debruça sobre o piano para arrancar suas notas. Em um jantar no Rio de Janeiro, conheci a musicista Virginia Hogan. Uma mulher delicada, bonita, cheia de charme com um sorriso único, dedilhava seu carisma para sua platéia. Todos conectados, o universo estava naquele palco ao som de seu piano, eu fechei meus olhos e pude ouvir a poesia do mundo. E foi ali que eu nasci de novo. Um piano, a pianista é tudo tão mágico. Assim como ela, eu também escorregava as mãos sobre a vida. Tentava com persistência e coragem encontrar o ponto de começo ou, ao menos, a ponta do fio que desenrolava todo o resto. A mim me encantava que a primeira nota do soneto fosse a primeira consoante do que a força que seu dom musical me causava, eu queria escutar cada estrofe, o ritmo de suas mãos do teclado do piano. Ela toca mil sinfonias de poemas que não fizeram do tempo um inimigo que  apagasse dos seus sonhos. E era assim, na agilidade como pianista, que ela bombardeia o coração de todos. A platéia escutava no silêncio do céu. Usava a poesia de seu piano como um caminho para as estrelas, até o afeto da sensibilidade cheio de sinfonia. Contava os versos, os equívocos, a camada fina de tecido que separa o toque dos nossos corações. Cada nota tocada de Virgínia Hogan, eu não consigo pensar em mais nada, somente nos toques suaves de uma excelente pianista. Luzes se acendem, e todo o cenário aparece, e a Virgínia aparece, tocando a melodia de amor e de suas tragédias que permite a movimentação dos seus dedos nos acordes eruditos de seu piano e sua expressão da vida. E o que pode uma mulher quando um deus em seu fascínio a invade, pela alma, com “Beethoven” em seu piano? Virginia nos leva a reflexão.

No show, a pianista estará acompanhada por Boaz Sharon, os maestros Lee Mills e Anderson Alves e receberá a soprano Maria Gerk. Dia 22 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro às 19:hs

Jornalista Edna Gomes

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O Mundo tem sentido?

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A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, de estar em um evento e ouvir um grupo de pessoas conversarem sobre alguns assuntos – ⁠⁠a desinformação não se trata da falta de informação apenas mas também da absorção de informações equivocadas. Elas estavam em suas bolhas, porque ou não liam, ou se iludiam a algo que andava pelo universo, responsável pelo acontecimento que eles tanto temiam. Nada daquela conversa se entendia comigo: o mundo era deles, era para eles: o “eu”.

Mas, uma noite, levantei-me da cama, enrolada num lençol, fui à janela para me apresentar à força do universo. Aquela conversa que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era uma coruja branca, pousada no coqueiro. Era um presságio, que voava pela noite, sozinha, ao meu encontro? Ouvir os presságios daquelas pessoas  – sempre tem um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andam tão estranhas? A mim não me causa medo nenhum. Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. 

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros.  Talvez uma das melhores sensações da vida, não somos impulsionados pela realidade, mas sim por nossa percepção da realidade

Ter a minha própria opinião, meus próprios gostos, não indo na maré da “grande maioria”  ou dos babões de plantão, é reconfortante. Não vou apenas por que você quer que eu vá. Não falo apenas o que você quer ouvir. E assim, vamos construindo o mundo, entendendo e respeitando as pessoas como únicas, cada qual com as suas verdades. 

Edna Gomes

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