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Gastronomia

Vinhos na Serra Catarinense

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Não conhecia os vinhedos de Santa Catarina. Fiquei impressionada com o seu potencial. O que achei estranho foi a pouca divulgação do lugar. A maioria dos proprietários das vinícolas, são empresários de outros segmentos e de sucesso, e não filhos ou netos de colonos do vinho, como acontece no Rio Grande do Sul. Não existe um trabalho bacana, profissional, visando o enoturismo, deveriam levar jornalistas do setor para lá, marcando presença em eventos de degustação. Eu que sou sommeliere e jornalista que escreve sobre vinhos e gastronomia não sabia quase nada do local. Estive alguns dias atrás em Santa Catarina para conhecer alguns vinhedos. Infelizmente, foi uma viagem curtíssima, mas fiquei feliz com o que encontrei.  Vinhos de qualidade e personalidade. Com paisagens belas e aprazíveis, além de excelente gastronomia e vinhos interessantes -, o que configura uma boa desculpa para todos os que visitam as vinícolas – e terminam por se encantar com elas. Os vinhedos de Santa Catarina são incríveis! Apesar de serem um atrativo mais para os meses frios do ano. A natureza também tem sua parcela de culpa nessa história. A região tem cachoeiras, estradas cênicas, cânions de tirar o fôlego, mirantes com montanhas a perder de vista. Tudo isso a apenas 180 km do Aeroporto Internacional de Florianópolis (FLN), que recebe voos diretos da Azul a partir de várias cidades do País. 

Tratando-se de vinhos, o novíssimo mundo realmente é a Serra Catarinense. Cada vez mais, os vinhos finos e espumantes produzidos no terroir de altitude de Santa Catarina estão conquistando qualidade, apreciadores e fama internacional. O enoturismo é fraco ainda, mas vem ganhando força na região, atraindo visitantes para experiências enogastronômicas repletas de novas sensações. O que mais me deixou maravilhada, foi a paisagem do lugar. A experiência de degustar bons vinhos é enriquecida pela exuberância de paisagens com montanhas, araucárias, campos e vinhedos que representam um atrativo único. A gastronomia das cidades serranas prepara moradores e visitantes para enfrentar as baixas temperaturas. É farta, calórica, saborosa. Em geral bebe-se mais vinho do que cerveja, e os catarinenses têm o hábito de servir champanhe a qualquer hora do dia, com sol ou chuva.

Hoje, a vitivinicultura faz parte da cidade, que elabora seus vinhos, onde nos últimos tempos colheu inúmeros reconhecimentos.  No primeiro e segundo dia, visitei algumas vinícolas que ficam nas altas encostas da Serra Catarinense. Por serem muitas vinícolas, dividi o roteiro em duas partes para que eu pudesse aproveitar melhor as paradas.

O meu roteiro começou no município de Bom Retiro, passando por São Joaquim, Lages e Campo Belo do Sul. Já pensou em harmonizar vinhos com paisagens? Com esse objetivo, preparei algumas dicas de vinhos e vinícolas com cenários inesquecíveis. Abaixo, destaco três vinícolas:

A primeira vinícola do roteiro, tem uma ótima opção para hospedagem. Dentro da vinícola Thera foi inaugurada a Pousada Fazenda Bom Retiro, um lugar interessante, bem boutique, que traz toda a atmosfera de charme e requinte que envolve os apreciadores de vinhos.

Para quem gosta de um contato maior com a natureza, o cenário da vinícola Thera tem uma bela paisagem. Dá para fazer pequenas caminhadas pela região e registrar muitas fotos.

Para quem não quer ficar hospedado na Thera, pode aproveitar o wine bar e o restaurante que é aberto para os visitantes.Provei o Thera Rosé (2016) Produzido com uvas Syrah, Merlot e Cabernet Franc, apresenta notas de frutos vermelhos, toques cítricos e florais. Sua acidez equilibrada revela uma agradável mineralidade, aspecto típico dos vinhos da região serrana de Santa Catarina.

Visitação: apenas com agendamento e ocorrem nas sextas-feiras às 17h, sábados às 11h e às 17h e domingos às 11h.

 

A vinícola Villaggio Bassetti é uma segunda opção para quem está em São Joaquim. O local oferece visita guiada com degustação de até 4 rótulos, que são produzidos no local.

Um grande diferencial dessa vinícola é o seu acesso. Diferente da Thera e da Villa Francioni, você percorre uma via asfaltada entre os vinhedos. O local sofreu essa estruturação para permitir que pessoas com baixa mobilidade pudessem fazer o passeio sem dificuldade. É a única vinícola da região com esse tipo de suporte. Me impressionou o vinho Villaggio Bassetti Ana Cristina (2015) ,Varietal 100% Pinot Noir com um ano de passagem em barricas de carvalho francês. Frutado, macio e aveludado, de coloração avermelhada e intensa, com aromas de frutas vermelhas delicadas. Este vinho comprova que a altitude da Serra Catarinense é bastante apropriada para a elaboração de vinhos elegantes e complexos com esta casta, considerada uma das mais nobres do mundo.

A vinícola Abreu Garcia fica na cidade de Campo Belo do Sul e está a 950 metros acima do nível do mar. O cenário natural incrível da região.

Todos os visitantes são recebidos por enólogos da vinícola, que os levam para conhecer os vinhedos. Além de apresentar o espaço, esses profissionais também mostram como é o processo de fabricação dos vinhos da marca. No final, há a degustação de alguns rótulos e o visitante também pode optar por comprar garrafas por valores acessíveis.

A vinícola é um sítio arqueológico, com um danceiro indigena datado do século 15. Degustei o Sauvignon Blanc. É leve e persiste na boca, tem aromas evidentes mas sem excessos. Notas herbáceas, cítricas e aromas florais atípicos, lembram flores azuis, aparecem naturalmente no nariz. Em boca mantém a graça e a jovialidade, consequência da generosa acidez e estilo penetrante. 

Cabernet-Sauvignon Merlot 2011Na boca tem volume, as frutas vermelhas se confirmam, incorporadas ao toque terroso. Tem bom frescor, final sedoso, com álcool não muito em harmonia com taninos maduros mostrando vivacidade. Um vinho honesto. Não me seduziu.

Visitação: Todas as vinícolas precisam ser agendadas previamente.

Como foi a minha primeira vez pela rota das vinícolas catarinenses, o ideal é concentrar o passeio pelos vinhedos que ficam em São Joaquim e região serrana. Dessa forma dá para aproveitar mais tempo e fazer paradas mais longas. Foi a viagem mais incrível que fiz. Eu voltarei com certeza!!

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Gastronomia

Rota Gastronômica Pantaneira por Paulo Machado

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Chef Paulo Machado e a jornalista Tati Feldens – idealizadores do roteiro – apresentam uma obra que mergulha nos sabores e saberes do Pantanal

A riqueza gastronômica do Pantanal, uma das maiores e mais impressionantes regiões alagáveis do planeta, ganhará destaque no livro “Rota Gastronômica Pantaneira por Paulo Machado”, uma publicação que promete levar os leitores a uma viagem sensorial pelos sabores únicos e influências étnicas da culinária local.

Com a curadoria do Chef Paulo Machado, reconhecido por sua profunda expertise nos sabores pantaneiros, e textos da jornalista Tati Feldens, o livro apresenta não apenas as receitas que compõem a primeira edição da Rota Gastronômica Pantaneira, que percorreu dez empreendimentos turísticos pantaneiros em 2022 em busca dos sabores regionais, resultando em uma série documental disponível no YouTube e outra veiculada pela TV Morena, afiliada da rede Globo em MS, mas também outros preparos que enaltecem a diversidade culinária da região.

“O Pantanal é uma verdadeira riqueza gastronômica, que reflete não apenas os ingredientes naturais abundantes, mas também as influências culturais das comunidades que habitam essa área tão singular”, destacam o Chef Paulo Machado. “Com este livro, queremos não apenas compartilhar receitas, mas também contar histórias e preservar tradições culinárias únicas.”

Ao longo da publicação, que conta com prefácio assinado por Bruno Wendling, Diretor Presidente na Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, os leitores serão conduzidos por uma jornada culinária que revela os segredos por trás de pratos típicos do Pantanal, como o tradicional macarrão de comitiva, a deliciosa sopa paraguaia e os irresistíveis pratos de influência, como o Mutabal e a Sopa Bori Bori.

“É uma honra colaborar com este projeto que valoriza não apenas a gastronomia, mas também a identidade e a história do Pantanal sul-mato-grossense”, ressalta a jornalista Tati Feldens. “Através das histórias e das receitas compartilhadas neste livro, esperamos despertar o interesse e o apreço pelo patrimônio gastronômico e cultural dessa região tão especial.”

O livro “Rota Gastronômica Pantaneira por Paulo Machado” é um convite para explorar os aromas, os sabores e as tradições de uma das áreas mais fascinantes do Brasil. Uma publicação imperdível organizada pelo Instituto Paulo Machado em parceria com Márcia Marinho que estará disponível em livrarias de Mato Grosso do Sul e através da Amazon a partir do segundo semestre de 2024, marcando um novo capítulo na valorização e difusão da gastronomia pantaneira para o mundo.

A obra conta com fotografia de Elis Regina, projeto gráfico de Fernando Pissuto Trevisan e investimento do Fundo de Investimentos Culturais de MS, Fundação de Cultura de MS e Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Para mais informações sobre o livro e eventos de lançamento, acesse o perfil oficial da Rota Gastronômica Pantaneira no Instagram.

Sobre a Rota Gastronômica Pantaneira

A Rota Gastronômica Pantaneira nasce em 2022 da vontade do Chef Paulo Machado em mostrar o quanto o Pantanal é rico em histórias, ingredientes e influências culturais. Para esta odisseia, Paulo convidou a jornalista Tati Feldens, viajante de mão cheia e grande entusiasta de rotas gastronômicas pelo país e pelo mundo, para ajudar nessa tarefa, que contou com o apoio do SEBRAE de Mato Grosso do Sul e da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul.

O roteiro propõe uma imersão nos rituais de alimentação em dez empreendimentos típicos do Pantanal, através da convivência com a população local e da descoberta de suas relações com ingredientes autóctones e técnicas culinárias, com o objetivo de resgatar, preservar e dinamizar a cultura gastronômica do Estado através do turismo de experiência. Em 2023 a Rota Gastronômica Pantaneira ganhou uma segunda etapa, a edição Águas, com outros dez empreendimentos contemplados. Neste mesmo ano ocorreu a inscrição do projeto do livro “Rota Gastronômica Pantaneira” no Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC-MS), trabalho que será lançado no segundo semestre de 2024.

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Dia das Mães no Outback

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O Dia das Mães está chegando e o Outback Steakhouse, marca do grupo Bloomin’ Brands, está pronto para tornar essa data ainda mais especial oferecendo uma experiência gastronômica única para famílias que desejam celebrar esse dia de uma maneira memorável. No dia 12 de maio, ao pedir dois pratos principais em qualquer uma das unidades participantes, elas serão agraciadas com uma surpresa especial como forma de homenagear sua importância e dedicação. Para participar, basta pedir dois pratos principais e apresentar o post da promoção para o garçom. Em Goiás, a marca conta com três unidades em Goiânia, no Passeio das Águas Shopping, Goiânia Shopping e Flamboyant Shopping, e uma no interior na cidade de Alexânia no Outlet Premium Brasília.

Sobre o Outback

O Outback Steakhouse possui 165 restaurantes no Brasil e está presente em 67 cidades, 21 estados brasileiros e no Distrito Federal. No mundo está em 23 países nas Américas, Ásia e Oceania. O primeiro restaurante no País foi inaugurado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 1997. Com seus cortes de carne especiais e aperitivos icônicos como a Bloomin’ Onion, o Outback caiu no gosto do brasileiro pela qualidade e sabor marcante da sua culinária, somados à descontração no atendimento e às instalações aconchegantes. Inspirado na Austrália, o restaurante enfatiza vários aspectos da cultura australiana, como esporte, pontos turísticos, paisagens icônicas, tradições e lazer. 

Além disso, a marca oferece uma experiência única, divertida e de altíssimo padrão que, no Brasil, ficou conhecida como #MomentoOutback. A rede Outback Steakhouse pertence ao grupo Bloomin’ Brands, que ainda conta com as marcas Abbraccio e Aussie. 

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Informações para a imprensa:
FatoMais Comunicação

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Rondelli Cremosi é o novo prato do Festival Italiano de Nova Veneza

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Concurso foi realizado entre os moradores da cidade para eleger uma nova iguaria para o cardápio do maior evento gastronômico do Estado de Goiás

Massa fresca recheada com frango cremoso, regado a um molho branco e queijo catupiry, gratinado ao forno e salpicado de manjericão. Hummm… Salivou aí? Então agende-se para degustar esta iguaria no 18º Festival Italiano de Nova Veneza, que acontece de 6 a 9 de junho, na pequena cidade de Nova Veneza, situada a menos de 30 quilômetros de Goiânia. 

O prato, batizado como Rondelli Cremosi, é de  autoria de Heloise Gomes Duarte, vencedora do concurso de massas realizado  para incrementar o menu da Cantina da Nonna, a cozinha oficial do Festival Italiano de Nova Veneza. No total 14 cozinheiras da cidade participaram e submeteram suas criações a 18 jurados, em duas etapas. 

“Eu não imaginava que iria ganhar e fui uma das últimas a inscrever no concurso. Meus amigos me incentivaram porque quando a gente se reúne, sou em que assume a cozinha”, conta e diz que escolheu a receita porque o prato de inspiração italiana ainda não integra o cardápio do festival. 

O concurso foi idealizado pela organização do 18º Festival Italiano de Nova Veneza, e realizado em parceria com a Marajoara Laticínios, patrocinadora oficial do evento. O objetivo foi trazer inovação para o cardápio, dando oportunidade para a população da cidade. 

“Fomos bastante procurados por chefs e cozinheiros de fora, mas somente cozinheiros da cidade puderam participar porque queremos incentivar o envolvimento cada vez maior dos moradores com o festival”, disse Maria do Carmo Basílio, ao lembrar que cerca de 60% da população da cidade é composta por descendentes italianos, e a cidade é considerada a maior representação da imigração italiana no centro-oeste brasileiro. 

Entre os jurados, estiveram chefs, influenciadores de gastronomia, jornalistas e representantes da cultura italiana.  A diretora cultural da Associação Italiana de Goiás, Graça Antinarelli, é descendente italiana e aprendeu com a mãe a autêntica culinária dos seus ascendentes.  “Ao degustar os pratos apresentados pelas participantes, fiquei impressionada com o capricho, sabor e fidelidade à tradição gastronômica italiana de cada receita”, pontuou.

O jornalista Adriano Regis, que assinou o quadro Prato do Dia na TV Anhanguera por sete anos e trouxe mais de 400 receitas de cozinhas das mais diversas especialidades para o público, contou que foi difícil fazer uma escolha entre tão bons competidores. “Comendo até ficar triste, que a disputa foi bem acirrada, em décimos, eu diria, bem apertada, essa votação. Os cinco pratos se destacaram pela criatividade, pela escolha dos ingredientes, a combinação de sabores e a apresentação impecável”, comentou.

A vencedora do concurso terá sua receita no cardápio e receberá uma placa de homenagem durante o próximo festival. Ela também recebeu da Marajoara Laticínios um prêmio de R$ 1000. A indústria também decidiu premiar os segundo e terceiro lugares com R$ 500 e R$ 250 respectivamente. 

Com cerca de 10 mil habitantes, a população de Nova Veneza é multiplicada pelo menos por 10 todos os anos na época da festa. São os turistas que visitam a cidade para desfrutar da gastronomia e cultura da cidade. Para Heloísa, a vencedora do concurso, o festival é importante porque traz oportunidade de trabalho e renda para os moradores, e o concurso teve o papel de despertar também  o empreendedorismo em todas as participantes. 

Neste sentido, a jurada da primeira etapa do concurso, a chef de cozinha Juliana Castelo Branco, incentivou as participantes a continuarem investindo na área gastronômica. “Espero que vocês vejam este concurso como a primeira porta para uma grande carreira na gastronomia”, disse, na oportunidade.

COMUNICAÇÃO SEM FRONTEIRAS
Raquel Pinho e equipe

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