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Gastronomia

O frio, com vinho da África

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África do Sul é um país relativamente novo na tradição de viticultura, mas com uma produção de qualidade — não é à toa que o País está entre as 10 maiores regiões produtoras de vinho, correspondendo a 4,5% da produção mundial. O clima temperado, propício para o plantio de vinhedos, foi um dos aliados principais para aumentar o potencial desse país  como um dos maiores produtores de vinho do mundo. Os vinhedos começaram a ser implementados por meio da Companhia das Índias Orientais, durante o período colonial gerado pelas Grandes Navegações, no século XVII. O primeiro registro de vinho elaborado na região foi em 1659, feito pelos imigrantes holandeses presentes na região, por meio das vinhas importadas das regiões da França e Espanha, na região de Table Bay.

Essa cultura foi se espalhando pelo país. Constantia foi uma das principais regiões a abrigar os vinhedos de alta qualidade. Porém, o cultivo tomou realmente força a partir da presença dos imigrantes franceses que começaram a chegar na região do Cabo. Com o conhecimento francês sobre as principais técnicas e a tradição dessa população acerca do consumo do vinho, a região da África do Sul começou a aumentar sua produção.

Um hiato enfraqueceu a produção do país devido ao exílio político sofrido na região, devido ao Apartheid. A produção só retomou a força na década de 1990, após a queda dessa política, com toda a força!

Com isso, aconteceu a explosão da produção de vinhos do país. Se tornando referência. O país também conta com uma legislação vinícola, com o objetivo de realizar a regulação adequada da produção. Criou-se assim o selo “Wines of Origin System” (WO). 

O sucesso da cultura de vinhedos no local deve-se a uma combinação interessante: o extremo sul da África abriga um dos solos mais antigos do mundo, com uma natureza excepcional e propícia para o cultivo dessa produção. A maioria dos vinhedos está em regiões protegidas pela Unesco (no Cape Floral Kingdom).

O clima temperado do país ajuda bastante e é influenciado pelos oceanos Atlântico e Índico, que favorecem o cultivo de uvas com qualidade e maior complexidade aos seus vinhos.

Com isso, o País consegue se destacar consideravelmente na produção de vinhos — atualmente, o país compete com mercados tradicionais, como os vinhos de Portugal. A alta diversidade de estilos de vinhos, com aromas e sabores únicos faz a bebida de baco da região sentir uma sinfonia de Beethoven no paladar.

Atualmente, a variedade de uva mais marcante do país é a Pinotage, uma versão criada no próprio país. O professor Abraham Izak Perold realizou o cruzamento entre as espécies Pinot Noir e Cinsault, um sucesso, conseguiu criar a modalidade de uva que hoje é o símbolo da cultura de vinho da África do Sul.

Degustação de vinhos da África do Sul!

Participei de uma degustação de vinhos Sul Africanos e entre os brancos, a maioria dos rótulos que provei centrou-se nos vinhos elaborados a partir das uvas Chenin Blanc e Sauvignon Blanc, o que era de se esperar pelo potencial dessas variedades em solos sul-africanos. No entanto, o que mais gostei foi de um Chardonnay.

Em relação aos tintos, para minha surpresa, apesar de a África do Sul ter reconhecidamente grandes exemplares de Shiraz, Cabernet Sauvignon e cortes bordaleses, a maioria dos vinhos da noite foi o Pinotage. Justificável, já que esta cepa é tida por lá como emblemática entre as tintas. Porém, sintetizar a África do Sul como o país da Pinotage significa deixar de lado o que de melhor está sendo produzido por lá em termos de tintos ultimamente. Prova disso é que entre todos os tintos degustados, o que eu mais gostei, foi um Shiraz.

 

Sintetizar a África do Sul como o país da Pinotage significa deixar de lado o que de melhor está sendo produzido em termos de tintos sul-africanos ultimamente

Na degustação da qual fui convidada, tive boas surpresas com a Pinotage, e percebi, também, por parte dos produtores, uma intenção de deixar a cepa se mostrar de modo mais fiel, com seu lado exótico, exuberante e de taninos marcantes, sem a pretensão de encobrir essa “rusticidade”(como ocorria em um passado não tão distante, com um uso excessivo da madeira). Senti mais “pureza”, mais versátil à mesa, principalmente na companhia de preparações com carnes vermelhas ou embutidos mais gordurosos. Pratos que, geralmente, exigem vinhos mais estruturados e com maior carga tânica para rivalizar com a gordura desses ingredientes.

Espero que se divirtam explorando e experimentando a minha seleção, tanto quanto eu me diverti degustando e selecionando esses rótulos. Desfrutem!

Kleine Rust Chenin Blanc – Sauvignon Blanc 2015

Stellenrust, Stellenbosch, África do Sul. Branco composto de 83% Chenin Blanc e 17% Sauvignon Blanc, sem passagem por madeira. Esbanja tensão, frescor e ótima textura, mostrando sedutores aromas de frutas tropicais e cítricas envoltas por notas florais, minerais e de ervas frescas, que se confirmam no palato. Tem bom volume, acidez vibrante e final agradável, com toques salinos e de lima.

Glen Carlou Quartz Stone Chardonnay 2013

Glen Carlou, Paarl, África do Sul. Branco 100% Chardonnay fermentado com leveduras indígenas em barricas de carvalho francês (90%) e em ovo de concreto (10%), com posterior estágio de 11 meses nos mesmos recipientes. Num estilo mais potente, de frutas tropicais maduras seguidas de notas florais, de manteiga e de especiarias doces, mas bem equilibrado por refrescante acidez que levanta todo o conjunto. Tem bom volume, textura cremosa e final persistente e cheio, com toques de camomila e abacaxi em calda. 

KWV Classic Collection Chenin Blanc 2015

KWV Wines, Western Cape, África do Sul. Branco 100% Chenin Blanc, sem passagem por madeira. Mostra deliciosos aromas de melão seguidos de notas florais, minerais e de ervas. No palato, é cheio, refrescante e gostoso de beber, tem boa acidez e final suculento, com toques de laranja. 

Fleur Du Cap Unfiltered Sémillon 2013

Fleur du Cap, Western Cape, África do Sul. Coloração dourada, aroma intenso e maduro de frutas tropicais em conjunto de baunilha, coco e resina. No paladar, é quente e guloso, bastante corpo e boa carga de fruta. Possui acidez que acompanha sua estrutura e sobra doçura e intensidade. Vinho branco de impacto, autêntico e sem timidez. Bacalhau às natas pode ser uma alternativa de harmonização. 

KWV Golden Kaan Chardonnay 2015

KWV Wines, Western Cape, África do Sul. Branco 100% Chardonnay, com estágio de 40% do vinho em carvalho por três meses. Mostra aromas de abacaxi fresco seguidos de notas florais, herbáceas e de especiarias doces. Redondo e fácil de agradar, tem acidez refrescante, boa textura e final médio. 

Glen Carlou Gravel Quarry Cabernet Sauvignon 2010

Glen Carlou, Paarl, África do Sul. Tinto 100% Cabernet Sauvignon, com estágio de 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Mostra exuberantes aromas de ameixas e de cassis envoltos por notas florais, de folha de tabaco e de alcaçuz. Muito bem feito em seu estilo mais maduro e potente, com boa acidez e taninos finos de ótima textura, que trazem equilíbrio ao vinho. 

Graham Beck The Joshua 2011

Graham Beck, Western Cape, África do Sul. Tinto elaborado a partir de 94% Shiraz e 6% Viognier, com estágio de 15 meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%). Apresenta intensa cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas cativantes de ameixas e cassis envoltos por notas florais e de especiarias doces, além de toques tostados e de tabaco. Surpreende pela ótima textura de taninos e pela gostosa acidez, que trazem equilíbrio e sustentação a este tinto tão potente e estruturado. Experimente com cortes de carnes vermelhas mais gordurosas. 

L’avenir Pinotage 2012

L’Avenir Wines, Stellenbosch, África do Sul. Tinto 100% Pinotage, com estágio em barricas de carvalho. Denso, potente e estruturado, mostra ameixas e amoras seguidas de notas florais, defumadas, de tabaco e de especiarias doces. Tem taninos marcantes e de boa textura, acidez na medida e final persistente, com toques terrosos e de chocolate amargo. 

Out of Africa Pinotage 2014 – African Terroir, Western Cape

O Pinotage, característico do país, não poderia ficar de fora. Esse rótulo é um tinto 100% Pinotage, armazenado quatro meses em carvalho francês. Tem uma gostosa acidez, taninos com uma textura agradável e um final delicioso, com qualidade da fruta. Seu aroma tem notas florais, ervas e especiarias doces. Muito bom!

Os vinhos da África do Sul, se  mostram como o melhor conjunto de bebida de baco com estilo elegante e equilibrado. São vinhos incríveis!!

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Gastronomia

Identidade

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A Pousada das Congadas, em Niquelândia será palco de mais um evento cultural com identidade local. Peças em tecido com estampa exclusiva com a marca Josephinas, destacando o “Biscoito Quebrador de flor” serão lançadas durante o “Chá Josephimo” no final da tarde do dia 14 de novembro e disponibilizadas à venda. A iguaria, receita secular faz parte da tradição culinária das famílias e dos festejos como o Festival Gastronômico Josephina’s Comida de Tradição, realizado pela Associação Comercial e Industrial de Niquelândia, no mês de setembro.

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Gastronomia

Celebração de quatro anos do Tatu Bola Goiânia reúne música e diversão com influenciadores

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Consolidado e o queridinho dos goianos, o Tatu Bola Goiânia celebrou seu 4º aniversário na cidade no último final de semana. O evento foi um sucesso, reunindo diversão, música de qualidade e experiências gastronômicas únicas, contando com a presença de influenciadores e da imprensa, o que garantiu ainda mais visibilidade e destaque à celebração.

O Tatu Bola Goiânia segue o estilo das outras casas da rede, apostando em um ambiente rústico com decoração tipicamente brasileira, incluindo fitinhas do Bonfim penduradas no teto, música ao vivo diariamente, além de uma gastronomia e carta de drinks que priorizam ingredientes e receitas nacionais — um sucesso entre o público.

O bar oferece um ambiente aconchegante e convidativo, ideal para almoço, happy hour ou encontro entre amigos e família, proporcionando tudo aquilo que o goiano gosta, em um só lugar.

Confira a programação completa desta semana que tem feriado no Tatu :

Dia 14/11:  Gustavo Rocha (Sertanejo)

Dia 15/11 – Allan Dias / Flávia Ventura (Sertanejo + Brasilidades)

Dia 16/11 – Erik Ribeiro /Montana e Rafael ( Pagode e Samba, Sertanejo, Ritmos Variados)

Dia 17/11 – Maluê/Igor Brenaz (Vamo de Pagogyn) 

TARG COMUNICAÇÃO 
@targcomunicacao

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Gastronomia

Ceia de Natal:

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Chef de cozinha monta cardápio de inspiração para a data

Pensando em quem procura por agilidade e facilidade, Pedro Ernesto montou um menu especial com entradas, pratos principais e sobremesas; Os pedidos poderão ser realizados até o dia 20 de setembro

Com a aproximação do final do ano, os preparativos para as festividades dessa época se intensificam. Selecionar o menu para a ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados do ano, é a oportunidade ideal para saborear aqueles pratos típicos que só aparecem nessa temporada festiva, como o peru assado, o lombo de porco, o tender e o pernil.

A ceia costuma ser realizada no dia 24 de dezembro, em celebração ao nascimento de Jesus Cristo. Até hoje, a ceia natalina é repleta de abundância em alimentos e bebidas. Essa tradição se espalhou pelo mundo, e cada lugar possui suas próprias particularidades quanto aos pratos servidos.

Muitas pessoas começam a planejar o cardápio logo no início de dezembro, pensando em opções de entradas e pratos principais para receber a família.  Pensando nisso, o chef de cozinha Pedro Ernesto montou um cardápio especial com entradas, pratos principais e sobremesas, para quem procura por facilidade, agilidade e que não quer ir para a cozinha no dia da Ceia.

Os pedidos poderão ser realizados até o dia 20 de setembro. As encomendas podem ser feitas pelo WhatsApp: (062) 99332-9917 e as entregas por meio de retirada na Casa Serafim, das 16h às 18h.

Pedro Ernesto é também professor de gastronomia no IGA (Instituto Gastronômico das Américas), autor do projeto Dieta do Pote (@dietadopote) e proprietário de um buffet que leva seu nome (@chefpedroernesto).

Cardápio da Ceia de Natal

Rocambole de Lombo Suíno fatiado

(Recheado com cenoura, mussarela, uva passa e acompanha geleia de cupuaçu)

250g: R$ 64,90

500g: R$ 99,90

1kg: R$ 169,90

Bacalhoada

(Azeitonas pretas, pimentões coloridos e batatinha bolinha)

250g: R$ 89,90

500g: R$ 154,90

1kg: R$ 214,90

Farofa Natalina

(Bacon, Ameixa, Linguiça)

250g: R$ 34,90

500g: R$ 54,90

1kg: R$ 84,90

Peito de Frango ao Creme de Gorgonzola

250g: R$ 64,90

500g: R$ 99,90

1kg: R$ 159,90

Frango Desossado

(Recheado com farofa natalina de frutas secas)

R$ 179,90

Arroz com Amêndoas Laminadas

250g: R$ 34,90

500g: R$ 54,90

1kg: R$ 84,90

Filé Mignon ao Molho de Mostarda Dijon

250g: R$ 74,90

500g: R$ 149,90

1kg: R$ 194,90

Escondidinho de Bacalhau com Mandioca

250g: R$ 75,00

500g: R$ 135,00

1kg: R$ 194,90

Sobremesas

Pudim de Panetone

R$ 99,90

Palha Italiana de Chocolate com Castanhas

250g: R$ 54,90

500g: R$ 74,90

1kg: R$ 119,90

Palha Italiana de Limão Siciliano

250g: R$ 54,90

500g: R$ 74,90

1kg: R$ 119,90


Johny Cândido

Assessor de imprensa – Jornalista 

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